A crise que atingiu o mercado de trabalho durante a pandemia do novo coronavirus passou longe do setor de tecnologia da informação. As empresas que atuam na área ampliaram o número de contratações durante todo o ano de 2020 e a abertura de novos postos deve continuar acelerada por um bom tempo.
Isso se deve ao fato das organizações estarem investindo na transformação digital, no aumento da venda de produtos e serviços pela internet e na aceleração de projetos que estavam engavetados, entre outros fatores. A boa notícia é que as vagas de trabalho estão disponíveis tanto nas empresas de tecnologia quanto em outras companhias.
Entre as carreiras em alta estão a de desenvolvedor, analista de segurança da informação, cientista de dados, engenheiro de software, técnico de informática, designer de inovação e analista desenvolvedor.
Levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) aponta que o setor de TI deve contratar cerca de 420 mil pessoas em todo o país até 2024. As oportunidades serão para trabalhadores de todas as idades e com níveis técnico e superior.
Segundo o CEO da MPJ Solutions, empresa de consultoria e TI de São Paulo, Jerry Soares, as contratações aumentaram 143% no ano passado e a expectativa para 2021 é de que esse número triplique.
O executivo destaca que o perfil mais requisitado pelas empresas são de profissionais especializados em metodologia ágil, Data Analytics e gestão de projetos. A MPJ Solutions é uma empresa destinada a selecionar e alocar profissionais de tecnologia.
Para ele, algumas profissões serão ainda mais promissoras para os próximos anos, principalmente com a integração entre o real e o virtual, por conta de novas tecnologias como o 5G.
“Com o início dessa operação no país, haverá um impacto extremamente relevante na mão de obra, uma vez que as novas tecnologias exigem profissionais qualificados e a escassez deles, será o grande desafio a ser enfrentado em 2021”, afirma Soares.
O diretor-presidente da Associação Capixaba de Tecnologia (Act!on), Emílio Barbosa, concorda que a falta de mão de obra é um dos entraves enfrentados pelos empresários do ramo. Segundo ele, a formação de trabalhadores ainda é pequena em relação à necessidade do segmento.
A Act!on conversa constantemente com o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e as universidades para que seja ampliado o número de alunos formados para, assim, o setor poder atender todos os projetos.
“A formação que temos hoje não dá conta. A minha empresa, por exemplo, chegou a recusar a prestação de um serviço por falta de gente para trabalhar. Existe uma demanda maior do que a capacidade que temos de atender. Um outro problema que o mercado capixaba começou a enfrentar é a concorrência com empresas de tecnologia de outros Estados, principalmente com a possibilidade de trabalho em home office”, afirma.
Uma alternativa encontrada por alguns empresários é investir na capacitação dos profissionais. O CEO da Mogai, Franco Machado, destaca que a empresa busca uma formação muito específica e, por isso, a necessidade de treinamento.
Prova de que o mercado de TI está em alta é que algumas empresas do setor já anunciaram a expansão de suas atuações. É o caso da fintech capixaba Picpay que vai contratar 450 profissionais da área da tecnologia em todo o país no primeiro trimestre de 2021. As oportunidades são para cargos como cientista de dados e engenheiro de software. Até o final do ano, a expectativa é de que sejam empregados cerca de mil colaboradores.
Outra empresa do ramo, a ISH Tecnologia, informou, em sua página do Linkedin, que a expectativa é contratar 100 novos profissionais até março.
Muitas empresas de TI abrem a possibilidade de trabalho em home office, podendo o profissional concorrer às oportunidades disponíveis em qualquer Estado do país.
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