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Ator de Liga da Justiça revela confusões do diretor nos bastidores do filme

Ator de Liga da Justiça revela confusões do diretor nos bastidores do filme

Joss Whedon vem enfrentando acusações de abuso durante filmagens

Publicado em 18 de março de 2021 às 11:43- Atualizado há 4 anos

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O personagem Ciborgue, em “Liga Justiça”, foi interpretado por Ray Fisher, 33
O personagem Ciborgue, em “Liga Justiça”, foi interpretado por Ray Fisher, 33. (Warner)

O ator Ray Fisher, 33, que interpretou o Ciborgue em "Liga Justiça", afirmou que Joss Whedon, 56, diretor do filme "Liga da Justiça", confundia as heroínas Mulher- Maravilha, da DC Comics, com a Viúva Negra, da Marvel. A revelação foi feita em entrevista para a Vanity Fair.

Fisher relembrou na entrevista as experiências negativas que teve com o diretor, como projeto se tornou uma fonte de agitação pessoal e as tensões que surgiram entre os dois. "Houve algumas coisas que não aconteceram comigo, mas eu testemunhei. Ele ficou acidentalmente chamando "Diana" de "Natasha", o que é uma loucura", afirmou.

O ator acrescentou que, após Zack Snyder deixar a direção do filme por problemas familiares, não o deixaram ler o roteiro até concordar em encontrar Whedon, em Los Angeles. "Foi assim que eu soube que as coisas estavam ficando ruins. Eles me levaram de avião para Los Angeles. Isso foi na época da estreia da Mulher Maravilha [em 2017]. Eu estava indo me encontrar com Joss [ Whedon] e eles deveriam entregar o roteiro no meu quarto de hotel. Eles não entregaram o roteiro", disse.

Fisher falou que tentou, no processo de refilmagem do filme, não colocar as desavenças que tinha com o diretor mesmo diante de situações bem precárias no set de filmagem. "Não era um monte de coisas que mudou, para ser completamente honesto com você. Eu tive que voltar e refazer todas as cenas em que estive. Nenhuma dessas coisas que você vê no corte teatral comigo, exceto a cena no telhado da polícia de Gotham City com JK Simmons, [é original]. Tudo o mais eu tive que refazer", afirmou.

POLÊMICA EM OUTRA PRODUÇÃO

Em fevereiro, Charisma Carpenter, 50, resolveu se abrir a respeito da relação profissional com Joss Whedon, 56, com quem trabalhou nas séries "Buffy, A Caça-Vampiros" (1997-2003) e "Angel" (1999-2004). Desde o ano passado, o roteirista e diretor vem enfrentando acusações de abuso durante as gravações do filme Liga da Justiça (2017).

Carpenter disse que se sentiu instigada a fazer isso após ouvir as alegações de Ray Fisher, 33, que tornou público que Joss Whedon e os produtores Geoff Johns e Jon Berg agiram de forma inadequada no set. Na época, ele disse que o tratamento com o elenco e a equipe era "grosseiro, abusivo, não-profissional e completamente inaceitável".

Em comunicado divulgado no dia 11 de dezembro, a WarnerMedia disse que havia concluído a investigação sobre o ocorrido. "A investigação da WarnerMedia sobre o filme "Liga da Justiça" foi concluída e medidas corretivas foram tomadas", dizia o texto. Não foram divulgados mais detalhes.

Carpenter confirmou que o comportamento de Whedon era hostil e abusivo no set. Ela diz que as situações vividas com ele "desencadearam uma condição física crônica da qual ainda sofro".

A atriz também conta que foi chamada de "gorda" por ele na frente de colegas durante uma gravação. Na época, ela estava com 57 kg e grávida de 4 meses.

Ao anunciar a gravidez para o diretor, ela diz que Whedon perguntou se ela "iria mantê-lo". Depois disso, ela disse ter se sentido "impotente e sozinha", mas "engoliu os maus-tratos e continuou" porque não tinha outra opção.

Ela diz que essa situação acabou sugando a alegria dela de ser mãe. "Joss era o vampiro", afirmou.

A partir desse episódio, ela diz que o criador da série passou a persegui-la, tendo "atacado meu personagem, zombado de minhas crenças religiosas, me acusado de sabotar o programa e, em seguida, me despedido sem cerimônia na temporada seguinte à qual dei à luz."

Carpenter revelou que foi ouvida na investigação a respeito do comportamento de Whedon. "Me incomoda e entristece que, em 2021, os profissionais ainda tenham que escolher entre a denúncia de irregularidades no local de trabalho e a segurança no emprego", afirmou.

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"Como mãe solteira cujo sustento da família depende do meu ofício, estou com medo", disse. "Apesar do meu medo sobre o impacto no meu futuro, não posso mais ficar em silêncio. Isso está atrasado e é necessário. Está na hora."

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