O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questionou nesta quinta-feira (26) a qualidade da atual produção audiovisual brasileira e ressaltou que a chamada Cota de Tela pode ser zerada com a melhora dos filmes nacionais.
Nesta semana, o presidente renovou a Cota de Tela, medida que estabelece um número mínimo de filmes nacionais que devem ser exibidos pelas salas de cinema. A iniciativa evita que filmes estrangeiros façam ocupações predatórias.
Em live nas redes sociais, Bolsonaro defendeu que sejam feitas no Brasil produções que interessem a população como um todo, "e não as minorias". E defendeu uma diminuição gradual da Cota de Telas.
"Obviamente que, fazendo bons filmes, não vamos precisar de cota mais. Há quanto tempo a gente não faz um bom filme, não é?", perguntou. "Vamos fazer filmes da história do Brasil, da nossa cultura e arte, que interessa a população como um todo e não as minorias", acrescentou.
Apesar da crítica do presidente, o cinema nacional teve reconhecimento internacional neste ano. Em maio, o Festival de Cannes, o mais importante do mundo, concedeu troféus inéditos a "Bacurau", de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e a "A Vida Invisível", de Karim Aïnouz.
Muitos analistas creditam esse florescimento a uma série de políticas públicas implementadas no país a partir dos anos 1990, depois do "apagão" da produção nacional durante o governo de Fernando Collor, e que estão novamente em risco na atual gestão.
Ainda na live, Bolsonaro pregou que, a partir de agora, não cabe à indústria nacional fazer filmes que abordem a "questão da ideologia" e defendeu uma releitura do período da ditadura militar. Na avaliação dele, as produções sobre o assunto tinham "mentiras" sobre o passado.
"Os filmes que estamos fazendo a partir de agora não vai ter mais a questão de ideologia, aquelas mentiras todas de histórias passadas, falando do período de 1964 a 1985. É sempre fazendo a cabeça da população como se esse pessoal da esquerda foi o mais puro, ético e moral do mundo. E o resto como se fosse o resto", afirmou.
Sobre a destinação de recursos para produções nacionais, o presidente disse que não está "censurando nada", mas defendeu que não se use mais recursos públicos para a peças de audiovisual.
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