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'O Cemitério das Almas Perdidas' será exibido em festival de horror argentino

"O Cemitério das Almas Perdidas" será exibido em festival de horror argentino

Protagonista da trama, Renato Chocair comemora sucesso e comenta os bastidores da produção

Publicado em 6 de dezembro de 2020 às 15:00

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Cena do filme
Cena do filme "O Cemitério das Almas Perdidas", protagonizado por Renato Chocair. (Fábulas Negras/Divulgação)

Sucesso de crítica e de público em festivais nacionais, inclusive como uma das maiores atrações do recém-encerrado Festival de Cinema de Vitória"O Cemitério das Almas Perdidas" agora promete aterrorizar (no bom sentido, claro!) plateias gringas, a começar por certos "vecinos hermanos"

Maior e mais cara produção do audiovisual capixaba, o longa-metragem de Rodrigo Aragão será exibido no tradicional Buenos Aires Rojo Sangre, um dos maiores festivais de cinema fantástico da América Latina, que chega a sua 21ª edição em formato virtual, por conta da Covid-19. O título do Espírito Santo, que disputa a categoria Competição Internacional, será exibido nos dias 7, 8 e 9 de dezembro.  A programação - que acontece de 3 a 13 deste mês - pode ser acompanhada no site oficial do evento

“O encontro  é uma referência para o cinema de horror e vai coroar a carreira de um filme muito impactante visualmente. Gostaria de estar lá, pois foi um projeto feito com amor e muito 'gestado' por Rodrigo Aragão. Mas a pandemia e o isolamento social me impediram de viajar", confidencia Renato Chocair, com uma doçura e uma humanidade que, nem de longe, faz lembrar o diabólico Cipriano, protagonista de "O Cemitério das Almas Perdidas" interpretado pelo ator paulistano de 45 anos. 

"Acredito no cinema fantástico do (Rodrigo) Aragão", responde, durante o bate-papo por videoconferência com A Gazeta. Após pensar por alguns segundos, complementa o assunto. "É um filme que critica os abusos e a ânsia pelo poder desmedido. Tem um viés socio-político muito grande. Vejo como uma metáfora ao Brasil atual", suspira, em tom crítico. 

Bastidores das filmagens de
Bastidores das filmagens de "O Cemitério das Almas Perdidas". (Fábulas Negras)

Parte da boa recepção que "O Cemitério..." vem recebendo da crítica deve-se ao brilhante trabalho do artista. Em uma interpretação física, Chocair - que atua sob uma pesada maquiagem - não exagera no tom ao encarnar um jesuíta que vem ao Brasil após fazer um pacto de sangue com um livro demoníaco, que lhe promete vida e poder eternos. A performance maquiavélica de Renato - cria do teatro paulistano e aluno de mestres, como Antunes Filho -, foge léguas do espinhoso terreno da caricatura. 

"É um personagem que não cai duas vezes na sua mão, por isso, você precisa ousar quando isso acontece. Adoro me transformar para um papel. Fiz isso com a peça 'Casamento à Francesa', de Ricardo Rizzo e Ulisses Cruz. Engordei cerca de 70kg para viver um personagem. Para o filme, por exemplo, precisei aprender o português arcaico de Portugal. O projeto exigiu uma atuação bem minimalista. Também estudei latim, para fazer os rituais satânicos do livro de São Cipriano", explica.

Aspas de citação

Não tem como buscar humanidade em um papel assim. A chance de cair no caricato é grande. Criei um contexto para esse vilão. Li o livro de São Cipriano e apostei na minha intuição, especialmente na construção dos rituais.

Renato Chocair, 45 anos
Protagonista de "O Cemitério das Almas Perdidas"
Aspas de citação

Renato Chocair assume que não era a primeira opção para o papel. "Rodrigo Aragão queria um ator português. Por isso, ousei e cheguei a gravar praticamente todas as cenas do roteiro da minha casa, enviando para ele pelo celular. Fiquei ansioso, esperando a resposta por dias (risos)."  

ENCANTAMENTO

Ansiedades à parte, o ator afirma que ficou encantando com o charme de Guarapari, onde "O Cemitério das Almas Perdidas" foi rodado, em 2018. "Achei uma cidade incrível, com uma beleza 'que te chama'. Achei um local bem misterioso, um clima propício para a gravação de um filme de horror", acredita.

Renato Chocair vive o vilão Cipriano, em
Renato Chocair vive o vilão Cipriano, em "O Cemitério das Almas Perdidas". (Renato Chocair/Arquivo Pessoal)

O ator, que participou de longas acima da média, como “Sonhos Tropicais”, de André Sturm, e “O Preço da Paz”, de Paulo Morelli, voltou a chamar a atenção dos fãs das telenovelas com a reprise de "Chocolate com Pimenta" (2003), em cartaz no Canal Viva. Na trama de Walcyr Carrasco Renato vive o simpático Eugênio, que enfrenta dilemas amorosos ao lado de Márcia (Drica Moraes).

“Muita gente está me procurando no Facebook e no Instagram, relembrando o Eugênio. O papel foi um 'presente' que o Walcyr (Carrasco) me deu. É uma novela que usa a sátira com leveza. Eu era novinho na época. Inexperiente, cheguei a ter 'aulas' de atuação com Osmar Prado. No set, ele me dava dicas de como me portar em cena. Me lembro com muita emoção desses momentos."

Com projetos de fazer teatro no pós-pandemia, Renato Chocair também poderá ser visto novamente nos cinemas, provavelmente em 2021, com a comédia "Lucicreide Vai pra Marte", estrelada por Fabiana Karla, em uma extensão de sua personagem no humorístico "Zorra Total", da Rede Globo.

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"Foi o primeiro filme brasileiro a ser rodado nas instalações da NASA, nos Estados Unidos. Interpreto Arnaldo, um engenheiro e diretor da agência norte-americana, além de patrão da Lucicreide. Gosto dessa confluência de papeis, entre o terror, de 'O Cemitério das Almas Perdidas', e a comédia pastelão deste novo projeto.  Procuro brincar de ser outra pessoa, contando uma história váris formas. A versatilidade vem da entrega. Abrir o coração para criar personas é a receita", complementa, em tons filosóficos.

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