A Warner, um dos maiores estúdios de cinema do mundo, surpreendeu Hollywood nesta quinta-feira ao anunciar que todos os seus filmes programados para 2021 serão lançados simultaneamente nos cinemas e no streaming. A decisão é um golpe nos exibidores, que tentam se reerguer diante da pandemia de Covid-19.
Sem precedentes, a ação ignora a janela de exibição cinematográfica que há tantos anos dita por quanto tempo um título deve ser exclusividade das salas de cinema. A decisão visa driblar o constante adiamento de estreias que vem ocorrendo por causa da pandemia de coronavírus, e já havia sido anunciada para "Mulher-Maravilha 1984", que nos Estados Unidos estreia em 25 de dezembro nesse mesmo formato.
Segundo a revista americana The Hollywood Reporter, os 17 filmes programados pelo estúdio para 2021 serão lançados nos cinemas e na HBO Max, serviço de streaming ainda indisponível no Brasil, ao mesmo tempo. Os títulos ficarão na plataforma por cerca de um mês e, em seguida, serão excusividade dos cinemas por um período de tempo ainda indefinido.
A medida seria uma exceção durante a pademia de Covid-19, mas depois de filmes como "Mulan" e "Soul", da Disney, pularem a exibição nos cinemas e irem direto para o Disney+, o setor de exibidores teme que ela aponte para uma nova lógica de mercado no setor. Também engrossa a tendência a estratégia da Universal, que encurtou a janela de exibição nos Estados Unidos.
Por enquanto, a decisão vale apenas para os americanos e a expectativa é que outros territórios sigam com sua programação normal de lançamentos nos cinemas, incluíndo o Brasil. A Warner Bros. Pictures do Brasil não comentou a medida.
Os filmes que farão parte da nova estratégia de lançamento incluem blockbusters aguardados, como "Duna", "O Esquadrão Sucicida", "The Matrix 4", "Invocação do Mal 3" e "Godzilla vs. Kong". Completam a lista "Space Jam: O Novo Legado", "Tom e Jerry", "Em um Bairro de Nova York", "The Little Things", "Judas e o Messias Negro", "Mortal Kombat", "Those Who Wish Me Dead", "Reminiscence", "Malignant", "The Many Saints of Newark", "King Richard" e "Cry Macho", de Clint Eastwood.
"Ninguém quer os filmes de volta nas telonas como nós. Nós sabemos que conteúdo novo é vital para a exibição nos cinemas, mas nós temos que balancear isso com a realidade na qual muitos cinemas americanos provavelmente vão operar em 2021, com capacidade reduzida", afirmou Ann Sarnoff, diretora-executiva da Warner, à Hollywood Reporter.
"Com esse plano de um ano único, nós podemos apoiar nossos parceiros exibidores com uma programação robusta de filmes de primeira classe, enquanto damos aos espectadores que talvez não tenham acesso, ou que não se sentirão prontos para voltar aos cinemas, a chance de ver nossos incríveis filmes de 2021."
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