Em tempos de isolamento social, por conta do avanço da pandemia de coronavirus no Espírito Santo, as famílias capixabas que contam com crianças em casa estão precisando se reinventar para manter os pimpolhos em atividade.
"É hora de dar atenção aos filhos pequenos, aproveitar a convivência e entrar na onda deles. Criar brincadeiras lúdicas e educativas, explorando ao máximo a imensa energia que eles têm, é a melhor solução."
A dica, que parece simples, mas bem valiosa em tempos de confinamento, é da empresária Monalisa Nascimento, de 30 anos, moradora de Caratoíra, em Vitória. Ela é mãe de Mathias, sete anos, Maísa, de três, e Murilo, de dois.
Aproveitando a deixa de Monalisa, o "Divirta-se" criou uma lista com dez brincadeiras para curtir com a meninada. Você pode conferir no final da matéria.
Voltando à saga da família Nascimento, com as aulas canceladas, os patriarcas estão recorrendo a brincadeiras educativas e que exploram o desenvolvimento psicomotor dos baixinhos.
"Meu marido (Matheus, de 30 anos) é professor de Educação Física. Ele cria vários jogos que exigem força e raciocínio rápido. O melhor é que tudo pode ser feito sem sair de casa, respeitando a quarentena", assinala Monalisa, listando, entre as atividades, brincadeiras que também remetem ao imaginário afetivo de muita gente grande.
"Tem cabo de guerra, amarelinha, pular corda e várias brincadeiras de corrida com bolas de festa. Também gostamos de desenvolver o gosto musical das crianças, cantando músicas em formato de Karaokê. Nós até formamos uma pequena banda (risos). É muito divertido", brinca.
Diretora pedagógica, Gracinda Ribeiro apoia a iniciativa da família de Monalisa. Ela afirma que criar atividades recreativas é a melhor opção para manter os filhos produtivos.
"Deve ser considerado a faixa etária da criança e o seu o nível de entendimento. Fazer um bolo e dividir as tarefas de casa é bacana, tudo, lógico, dentro daquilo que cada um consegue desenvolver", aconselha, afirmando que tem mantido contato com várias famílias em fase de readaptação social.
"Enviamos ideias de brincadeiras e jogos para que os pais diversifiquem essas atividades, pois as crianças estão há muito tempo dentro de um mesmo espaço."
A pedagoga indica, entre outras opções, o site Educa Jogos. No portal, são encontradas brincadeiras para crianças de todas as idades, como a conheça o som dos animais, e pequenos testes de português e matemática para alunos do ensino fundamental e que estão em processo de alfabetização.
Monalisa Nascimento, a mãe "batalhadora" em épocas de quarentena, confessa que ter uma rotina organizada é a chave do sucesso. "Pela manhã, enquanto preparo o almoço e cuido dos afazeres domésticos, os meninos ficam mexendo com jogos manuais, como peças de montar. À tarde, embarcamos nas brincadeiras mais físicas, que exigem mais a nossa atenção e tempo", enfatiza.
Mathias, o filho mais velho, estuda no colégio Ludovico Pavoni e está em fase de alfabetização. "A escola está enviando atividades online. Ele tem um horário fixo para fazer esses exercícios. São, no mínimo, duas horas por dia", adianta, informando que os irmãos menores frequentam uma creche no bairro e fazem desenhos e pinturas na chamada "hora oficial para os estudos". "Aqui ninguém fica parado", brinca.
O saber e a cognição, de acordo com a pedagoga Gracinda Ribeiro, devem ser a prioridade dos pais nesse momento. Portanto, outro ponto para Monalisa!
"Os filhos podem ser estimulados com desafios e jogos da memória. É preciso deixar um pouco de lado os eletrônicos, restringindo o seu tempo de uso", aconselha a pedagoga.
Criar pequenos circuitos em casa, brincar de caça ao tesouro (que pode ser um brinquedo e um livro que leiam juntos depois), fazer brinquedos com materiais reciclados, massinha caseira e pintura, estão entre as dicas da especialista.
Gracinda defende que a fase de confinamento pode ser uma ótima oportunidade para ampliar os laços familiares. "No dia a dia da escola, conseguimos perceber que as crianças estão enfrentando dificuldades de lidar com frustrações, com respostas negativas e até com os relacionamentos com os colegas. Quem sabe não seja este o momento de os pais aproveitarem essa proximidade e trabalhar esse convívio com seus filhos, criando mais laços afetivos?", questiona.
Agora, veja a lista das atividades indicadas pelo "Divirta-se"
Desenvolve a criatividade e o lado lúdico. Podem ser histórias já conhecidas ou do folclore brasileiro. Também pode ser uma trama vista nos desenhos animados da TV. Uma dica é deixar os próprios filhos criarem os contos, aliados com a dramatização das crianças.
Pode ser feito no quintal ou na sala. Deve ser usado um lençol entre duas cadeiras, por exemplo. Desenvolva o espírito aventureiro de seu filho. Você deve criar um cenário de floresta, utilizando vasos com plantas para ajudar a aflorar a criatividade.
Estimula a curiosidade e aproximação da criança com a natureza. Esconda livros, brinquedos e objetos de valor emocional para o seu filho. Livros, assim que forem achados, podem virar uma outra brincadeira: contações de história. Não esconda os objetos em espaços da casa pouco frequentados pelas crianças. Também dê dicas de como achá-los durante o jogo. Se você desenhar um mapa para guiar os "aventureiros" até o tesouro, o game fica ainda mais criativo e interessante.
Use uma fita adesiva para criar uma pista de carrinhos. Aproveite o chão da sala ou do quarto para fazer o traçado. Crie obstáculos para desenvolver o sentimento de desafio nas crianças.
Desenvolve a concentração e o raciocínio dos pequenos. A ideia é juntar duas cartas por vez, equilibrando até montar uma pirâmide.
Essa é uma brincadeira clássica. Há duas formas de brincar. A primeira delas é usar duas latinhas vazias, com um furo no fundo e sem a tampa. Ambas devem ser conectadas por um barbante passado pelo furo. Também vale a forma como você brincava na infância: tapando a boca com a mão e contando uma história no ouvido das pessoas. Quase sempre a mensagem no final da brincadeira não é igual à falada no início. Isso é que garante a diversão.
Essa brincadeira é simples e ajuda os pequenos a se exercitarem. Pegue uma base arredondada e macia, como travesseiros ou almofadas. Depois, é só usar uma corda para brincar de cabo de guerra. Quem sair da base primeiro, perde. Equilibre as forças de cada grupo para o jogo ficar mais divertido.
Em muitos lugares também é conhecida como "Stop". É necessário ao menos três participantes para o game ficar mais divertido. Use um caderno, que deve ser preenchido com várias perguntas, como o nome, país, lugar, comida e objeto, que começam com a letra escolhida. É indicado para pessoas maiores que dez anos. Os menores podem jogar com a ajuda do papai ou da mamãe. Ganha quem acertar o maior número de perguntas. O jogo desenvolve o vocabulário e o conhecimento intelectual das crianças.
O clássico dos clássicos. Com um giz, desenhe o quadro de obstáculos a ser pulado por crianças e adultos. Cada jogador precisa de uma pedrinha para brincar.
Uma brincadeira tradicional que não deve ser confundida com Cabra Cega. Coloque uma venda nos olhos da criança escolhida. O vendado deve procurar pelas pessoas que estão ao redor. Assim que a criança encostar em uma delas, o escolhido deve miar. Se o vendado acertar o nome do "gato" escolhido, o jogo recomeça com o descoberto usando a venda.
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