Cidade que é berço da história do Espírito Santo, Vila Velha celebra neste domingo (23) seus 486 anos. Entre os séculos, o município edificou dezenas de espaços e pontos turísticos que não só atraem visitantes do mundo todo como também contam parte da história do período em que foram feitos.
É assim com o Convento da Penha, com o Farol Santa Luzia, Igreja de Nossa Senhora do Rosário e a própria Casa da Memória, que está em vias de finalizar reforma de revitalização que deve, inclusive, ter exposição permanente para falar da história do município.
"A história canela-verde é digna de comemorações em 23 de maio, quando a terceira mais antiga cidade do Brasil completa 486 anos de muita luta e superações. Para fortalecermos a identidade capixaba, temos que trazer à memória coletiva a nossa ancestralidade, origens e cultura por meio dos monumentos históricos. Devemos manter acessa a chama do pertencimento", diz o subsecretário de Cultura da cidade, Manoel Goes.
"Os pontos históricos são fundamentais para se trabalhar e desenvolver o turismo da cidade. É necessário a valorização da história de Vila Velha, a preservação do nosso patrimônio e dar condições dos agentes culturais produzirem e serem alcançados para a população", enaltece o secretário de Turismo, Esporte e Cultura de Vila Velha, Paulo Renato Fonseca Junior.
Confira agora os 10 espaços que carregam a história da cidade:
Foi a primeira fortaleza de defesa da entrada da Baía de Vitória, construída primeiramente em 1535, na chegada de Vasco Coutinho. Fica na área que hoje pertence ao 38° Batalhão de Infantaria, na Prainha.
A testemunha da história de Vila Velha desde a chegada do donatário Vasco Fernandes Coutinho, em 1535. Pela datação de sua origem, é a mais antiga igreja em atividades litúrgicas do Brasil e a terceira mais antiga em construção. Reúne três importantes características: história, religiosidade e arte. Vale lembrar que Nossa Senhora do Rosário é a padroeira do município de Vila Velha. A igreja também fica na Prainha.
Local no Parque da Prainha, onde há uma gruta que recebeu e abrigou nos primeiros dias o Frei Pedro Palácios, em 1558, aos pés do Monte da Penha, onde foi construído o Convento da Penha. Alguns historiadores registram que neste local foi fincado o Marco da Colonização e construída uma capela que depois se fez igreja, Igreja de Santa Catarina, transferida depois para onde existe hoje a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. O Largo de Frei Pedro Palácios também está com projeto de ser beneficiado com projeto de urbanização para se transformar em local de contemplação.
Ficou de 1570 a 1750 em construção (total de 180 anos). Relatam os historiadores que Convento da Penha, propriamente dito, foi fundado em 1651 praticamente 80 depois da morte do irmão leigo franciscano Pedro Palácios, que havia chegado a Vila Velha nos anos 1558 e construiu no alto da Penha um oratório (ermida), onde colocou a estampa de Nossa Senhora das Alegrias e escultura em madeira de Nossa Senhora da Penha, que mandara vir de Portugal. A obra do Convento contou com trabalho de devotos, de indígenas e de escravos africanos, existindo lá inclusive uma senzala que chegou a ter 60 serviçais, que atuavam também na manutenção. Foi a partir de 1639 que o então Guardião do Convento da Penha, Frei Paulo de Santo Antônio, transformou a então ermida em altar-mor e começou a construir a igreja que, com o passar dos anos foi se ampliando até tomar a forma atual. O Convento foi tombado pelo Iphan em 1943.
Localizado no Sítio Histórico da Ponta de Santa Luzia, na Praia da Costa, o farol é a construção mecânica mais antiga em funcionamento no Espírito Santo. Foi oficialmente fundado em 7 de setembro de 1871, na gestão do imperador Pedro II, mas não foi ele quem inaugurou a obra. O farol foi conseguido na Escócia e montado em Vila Velha durante seu governo. Funciona como equipamento de sinalização náutica até hoje operado pela Marinha do Brasil.
Originalmente, tratava-se de um casarão de duas casas geminadas, uma das últimas edificações originais do século XIX, datada de 1893. Já viveram no casarão: Homero Massena, o ex-prefeito de Vila Velha Domicio Ferreira Mendes, o alfaiate Alvino Simões, que produzia uniformes para colégios e também uniformes militares do Exército e da Marinha. O governo estadual desapropriou o imóvel, em ruínas, fez a sua restauração e, por contrato de comodato, passou a gestão para a Prefeitura de Vila Velha sob a condição de que ali se instalasse um equipamento voltado exclusivamente para a cultura e história capixabas.
Antiga residência de Homero Massena e Dona Edy Massena, sua esposa, que ali viveram até o ano de 1974, ocasião da morte do pintor. O museu retrata o modo como viveu o artista em sua época. O interior do museu busca reconstituir o ambiente em que trabalhou e viveu o artista: varanda, sala e ateliê. Podem ser encontradas obras do artista, como telas, livros, documentos e objetos pessoais. Localizado no Sítio Histórico da Prainha, o espaço e está passando por processo de restauro e adequações de acessibilidade.
Com a denominação inicialmente de Estação Ferroviária São Carlos, foi aberta em 20 de maio de 1905 - ano seguinte ao início da construção da Ferrovia Vitória a Minas. A estação se localizava no início da ferrovia, próximo ao porto de Argolas, em Vila Velha. O prédio atual foi inaugurado em 19 de novembro de 1927 e, em 1935, recebeu o nome Pedro Nolasco, em homenagem póstuma ao engenheiro responsável pela construção da estrada de ferro e presidente da companhia até aquela data. A estação era dotada de armazéns para o depósito e transbordo de cargas, que seguiam para os portos vizinhos de Argolas, Paul e Vitória. O espaço em Argolas deixou de operar como terminal de passageiros em 1962, quando o embarque e desembarque foi transferido para uma estação provisória e simplificada localizada no município de Cariacica, que funcionou até o ano de 1985. Hoje o prédio histórico abriga o Museu Vale, que incentiva a produção de arte contemporânea.
Construída no início do século XX, a igreja é um dos principais pontos turísticos da Barra do Jucu. De acordo com a história, conta-se que a imagem de Nossa Senhora da Glória chegou à comunidade trazida por uma senhora conhecida por Joaninha. Orações eram feitas em sua residência diante de um oratório construído numa pequena casa humilde, com assoalho de madeira e tábuas largas. Devido ao fato das pessoas reunirem-se em sua casa, a mesma tornou-se a primeira capela dedicada à Nossa Senhora da Glória.
No Morro da Igreja da Ponta da Fruta, existe a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, em homenagem aos pescadores da antiga colônia, construída em 1945. Um dos atrativos da construção é que dela é possível ter uma visão de 360° de toda a paisagem do entorno.
Devido à pandemia da Covid-19, os pontos turísticos só podem ser visitados quando a abertura ao público está liberada, conforme classificação do município no Mapa de Risco, divulgado semanalmente pelo governo do Espírito Santo. Visitantes devem se informar sobre horários específicos de funcionamento, número máximo de visitantes permitido e as regras sanitárias, como uso de máscara, álcool em gel e distanciamento.
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