Já em clima de carnaval, o "Divirta-se" procurou especialistas, membros das agremiações da Grande Vitória e até o repórter se empolgou e também deu seus pitacos (pode isso, editor?). Tudo na ânsia de listar os sambas icônicos do carnaval capixaba. Na brincadeira, valia tudo, desde resgate de memória afetiva até questões técnicas. Desafio feito, vamos aos sambas...
Pesquisadora do carnaval, Iamara Nascimento será uma das comentaristas da transmissão do Grupo Especial capixaba, em 15 de fevereiro, na TV Gazeta. Seus palpites foram preciosos para a lista.
"Gosto muito de 'Quantos mais caminhos houver, mais descaminhos haverá!', apresentado pela Unidos de Jucutuquara em 2004. Trazia a corrida do ouro, traçando um caminho entre Minas Gerais e Espírito Santo. Acho muito importante esse papel do samba em educar e mostrar a História para o folião. Tudo de uma forma leve, divertida e didática", enfatiza.
Outro samba inesquecível para Iamara é "Do Guarani as Bachianas", quarto colocado no Carnaval de 1988 pela Unidos da Piedade. "Foi um momento histórico. A escola conseguiu agregar o popular e o erudito em um único desfile. A trajetória de Carlos Gomes e de Villa Lobos nem sempre soa familiar ao sambista. Foi um enredo sobre os valores e estilos da música, que causa encantamento em quem ouve", acredita.
Edson Guidoni, editor do portal Viva Samba (especialista quando o assunto é folia capixaba) apostou no resgate de memória afetiva para apontar seus preferidos, entre eles "Quente como o inferno, puro como um anjo, doce como o amor... Quem vai provar? Quem vai querer? Eu sou o café e meu banquete é pra você", apresentado pela Mocidade Unida da Glória em 2006. Considerado um dos desfiles mais luxuosos da agremiação de Vila Velha, a MUG acabou ficando com o vice-campeonato, perdendo para a Unidos de Jucutuquara, em um resultado contestado até hoje pelos integrantes da escola.
"Além de ser um samba especial para todo "muguiano", este enredo me lembra o início do meu contato com o carnaval de escolas de samba. Nessa época, ainda criança, acompanhava pela TV todos os desfiles deitado no colo de Dona Heda, minha avó, grande responsável por esse amor que tenho por escolas de samba até hoje", suspira.
Outro destaque para Guidoni é o enredo da Unidos da Piedade em 2013, "Anauê, Anauê, guanambi amanajé nas terras abençoadas do Espírito Santo". "Aqui, novamente aponto para afetividade. Esse samba é importante para mim, pois marca a primeira vez que acompanhei os desfiles no Sambão do Povo. A Piedade abriu a noite com um enredo indígena, que tem a história contada por um beija-flor. Lembro que foi um samba que empolgou arquibancada, com todos cantando juntos", vibra.
Pedindo passagem, como um abre-alas, o repórter também listou os dois sambas que mais marcaram a sua trajetória de paixão pelo carnaval capixaba. O primeiro deles, uma declaração de amor à boemia do Centro de Vitória, é Moscoso, Passado e Glórias, apresentado pela saudosa Lira do Moscoso no carnaval de 1989. Uma das mais tradicionais agremiações do Estado, a escola encerrou suas atividades na década de 1990, desfilando pela última vez em 1991.
Outro enredo marcante é "Caratoíra, Terra de Bamba, Aqui Mora o Samba!", defendido pela Novo Império em 1999 (na época, o carnaval estava em reestruturação e não era competitivo). Em pauta, a paixão da Grande Santo Antônio pelo samba, seus imigrantes e o cotidiano de Caratoíra.
Para ampliar o leque, ouvimos quem realmente importa: as escolas. Integrantes das sete agremiações do Grupo Especial de Vitória escolheram um samba, tipo aquele que "movimenta" os ensaios e barracões e sempre toca mais fundo na alma dos componentes.
Lembrando que não encontramos o áudio do enredo apontado pela Imperatriz do Forte, "Lendas do Apiacá", de 1974. Além disso, o escolhido pela MUG, "Quente como o inferno, puro como um anjo, doce como o amor... Quem vai provar? Quem vai querer? Eu sou o café e meu banquete é pra você" foi apresentado anteriormente na matéria.
Independente de Boa Vista - "Teu cheiro me dá prazer... Boa Vista espalha o perfume no ar", de 2014
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