2019 não foi um ano fácil para ninguém. Que o diga a Cultura em pleno governo Bolsonaro, com muitos cortes e mudanças polêmicas, além do número de perdas e mortes na classe artística. Mas também teve muita coisa boa, com muitos capixabas se destacando no Brasil e no mundo. Assim, dividimos os 15 tópicos em quatro blocos de assuntos. Confira!
1 - Capixabas em destaque na TV
Em 2019, o Espírito Santo esteve em alta e com direito a capixabas tendo destaque. Na TV, iniciamos com Jeremias Reis, que logo no dia 6 de janeiro conseguiu virar as quatro cadeiras do The Voice Kids. Dali até abril, o menino evoluiu e venceu o reality. Não foi só Jeremias que ganhou destaque. Alguns meses depois, Dan Abranches entrou na disputa para adultos do reality. Não ganhou, mas deixou sua marca.
Além da música, o capixaba fez sucesso na culinária. Bia Brunow, que é colunista de A Gazeta, entrou para o reality "The Taste", do GNT, e chegou à final, mostrando talento de sua cozinha intuitiva, com Helena Rizzo como tutora.
O ES também foi destaque em novela. Apesar da imagem negativa quanto ao seu povo, já que a trama de "A Dona do Pedaço" trouxe um Estado de pistoleiros e uma protagonista com sotaque estranho, Walcyr Carrasco resolveu mostrar uma capixaba de garra na tela. Para fechar, Philipe Lemos levou o ES para a bancada do Jornal Nacional gerando boa repercussão. Agora, o rapaz se prepara para ser apresentador folgador dos âncoras na Globo, sem deixar o ES1 (é claro!).
2 - Capixabas premiados
Teve capixaba na TV e também no pódio. 2019 foi um bom ano para o ES no mundo da beleza. Nossa Miss ES Mini 2019, Alice Stange, trouxe o título mundial para o Estado. Ela foi coroada Mini Miss Face Of Europe World 2019, na França.
Ainda na Europa, a produção "Irmão do Jorel", exibida no Cartoon Network e criada pelo capixaba Juliano Enrico, ganhou o Prêmios Quirino na categoria Melhor Animação. Achou pouco? A série animada foi indicada ao Emmy International Kids.
Na música, os capixabas Max Carvalho e Rafael Simas foram à Itália e conquistaram o segundo lugar no Al Chorus Inside - concurso internacional de música - com uma música de Roberto Carlos.
Quer mais? Quatro capixabas (Daniela Freire, Laís Abreu, João Carlos Valadares e Paulo Machado) venceram o I Concurso Nacional de Booktubers, que premia quem grava críticas literárias na web. O prêmio veio com eles falando da saga "Desventuras em Série".
3 - O que esteve em alta no ES
Em 2019, o veganismo ganhou força na gastronomia, as pizzas feitas à moda de Nápoles chegaram para ficar e o conceito de cozinha afetiva tornou-se o queridinho da vez nos restaurantes. Os chamados pães de fermentação natural, que chegaram timidamente em 2018, consolidaram-se como produto, tanto em padarias tradicionais como em artesanais.
4 - Onda das Tap Houses e a vez da cachaça
A moda das tap houses, iniciada no fim do ano passado, virou febre em 2019, conquistando os capixabas no formato em que um só bar reúne grande variedade de torneiras de cerveja, auto-serviço e ambiente super descontraído. Na coquetelaria, a cachaça mostrou seu potencial em novos drinques, seguindo a tendência de valorização da bebida nacional.
5 - Prêmios Gastronômicos
O ano trouxe prêmios importantes e reconhecimento internacional para nossa gastronomia. O restaurante Soeta foi um dos 14 brasileiros recomendados pelo guia britânico 50 Best Discovery.
Na ala das bebidas, o gim London Dry da destilaria capixaba Dry Cat conquistou medalha no USA Spirits Ratings; a cervejaria canela-verde Hood ganhou ouro no Mondial de La Bière; e a Barba Ruiva, de Domingos Martins, teve a sua Rauchbock premiada como melhor do mundo, no World Beer Awards.
6 - Famosos no ES
Os famosos também abraçaram o ES em 2019. Wanessa Camargo veio bastante ao ES passar dias com a família e trabalhar. Juliana Paes e Walcyr Carrasco andaram por Vila Velha, Afonso Cláudio e Domingos Martins para fazer laboratório para "A Dona do Pedaço".
Lenine veio passar uns dias no Parque das Orquídeas antes de curtir o Festival de Itaúnas, enquanto Bruno Gissoni passeou com a família por várias cidades capixabas a bordo de uma Kombi.
Teve até Nicette Bruno gravando o filme "Helena", de Machado de Assis, no Palácio Anchieta. Por fim, Rafael Cardoso revelou que não só visita como tem até negócios no Espírito Santo. Ele tem sociedade numa marca de café produzido em Afonso Cláudio.
7 - Mortes
Em 2019, a morte passou pelo mundo das celebridades sem dó nem piedade. A lista de famosos que se despediram neste ano é enorme. Só para citar alguns nomes, temos: os apresentadores Wagner Montes e Gugu Liberato; os jornalistas Ricardo Boechat e Paulo Henrique Amorim; os diretores Jorge Fernando e Maurício Sherman; o crítico de cinema Rubens Ewald Filho; o cineasta Fábio Barreto; a escritora, atriz e roteirista Fernanda Young; Padre Quevedo; o astrólogo Walter Mercado; a modelo Caroline Bittencourt; o estilista Karl Lagerfeld; os cantores Gabriel Diniz - que conquistou as paradas musicais do país no início do ano e faleceu em seguida -, Marie Fredriksson (Roxette), Beth Carvalho, Bibi Ferreira, João Gilberto, Deise Cipriano (Fat Family), Roberto Leal, MC Sapão, Serguei; o músico Marcelo Yuka; os atores Luke Perry, Lúcio Mauro, Caio Junqueira, Ruth de Souza, Lady Francisco, João Carlos Barroso; e muitas outras celebridades.
8 - Bebês
Na contramão da partida, tivemos também chegadas. Alguns famosos tiveram bebês fofos que estão enchendo o Instagram de fotos maravilhosas. Entre os filhos de celebridades temos: Archie (filho de Meghan Markle e Harry), Maria Clara (filha de Tatá Werneck e Rafa Vitti), Bela (filha de Claudia Leitte), Maria Manoela (filha de Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert), Uri (filho de Letícia Colin), Rakim (filho de Pathy Dejesus); Manuela (filha de Ticiane Pinheiro e César Tralli); Liz (filha de Thaeme Mariôto), Lucca (filho de Luiza Possi), Psalm (filho de Kim Kardashian e Kanye West) , Joaquim (filho de Camilla Camargo) e Leo (filho de Marília Mendonça).
9 - Abertura e fechamento de espaços culturais no ES
O ano também foi movimentado no quesito abertura e fechamento dos espaços culturais no ES. O talvez mais sentido foi o ginásio do Álvares Cabral, que vai dar espaço para um colégio. Em compensação, o clube abriu um espaço em sua área verde que recebe eventos de grande porte.
Na mesma rota, a Praia do Canto deu adeus à livraria Dom Quixote. No local, foi aberto o Jalan Jalan Café, que recebe eventos culturais e lançamentos de livros. No Centro, A Oca abriu as portas como um ateliê, hostel e bistrô com uma programação recheada.
No âmbito de casas noturnas, uma série de espaços para festas foram abertos no ES: Tenesee Pub, Na Vista, Rooftop da Praia, Barlavento e Salt estão entre eles.
10 - Polêmica na Rua da Lama
Neste ano, a Rua da Lama foi tema de discussões que dividiram comerciantes e moradores. Numa forma de ajudar a cultura e amenizar problemas como barulho na madrugada, os vereadores votaram um projeto que regulamenta festas no espaço e inclui eventos do local no calendário de festas da cidade. Os moradores não gostaram muito da aprovação e pediram ajuda ao Ministério Público, que notificou a PMV a impedir a realização do projeto, argumentando que "a interdição do espaço público para fins privados é ilegal e o controle da emissão de ruídos no município tem como objetivo garantir o sossego e bem-estar público". Até o momento, a Rua da Lama recebe as festas às terças, quintas e sábados com encerramento às 23h.
11 - Lei da taxa de conveniência
No setor privado da cultura, a treta foi com a cobrança de taxa de conveniência na venda de ingressos pela internet. Os deputados votaram a Lei nº 11.016, que proibia a cobrança do serviço na compra de ingressos em geral. Com a decisão, alguns espaços como cinemas chegaram a interromper o serviço, gerando enormes filas (era época do lançamento de "Vingadores: Ultimato"). Após três meses, os deputados votaram mudanças na lei e permitiram a venda novamente desde que os empresários, produtores culturais e salas de cinema criassem a opção de venda em espaço físico sem a cobrança da taxa.
12 - Música no ES
A música capixaba também teve destaque. Além de Silva, que tocou no Rock in Rio e gravou seu DVD em Vitória, César MC voou alto em 2019. A música "Canção Infantil" foi destaque na web, com mais de 18 milhões de visualizações. O sucesso rendeu ainda uma música para o Flamengo, seu time do coração. "Raça, Amor e Paixão" contou com apoio do próprio clube no lançamento, no início de dezembro.
Outros nomes que ganharam destaque foram o de André Prando, que tomou conta dos grandes shows, se apresentando até no Rock in Rio. Por sinal, o festival abriu as portas para um outro capixaba. Nick Cruz tocou no espaço da Warner Music e assinou seu contrato com a gravadora no festival.
Jota 3 lançou o clipe de "Flores e Ervas", em parceria com BNegão, para debater a legalização da maconha. Amaro Lima, que retomou a carreira solo, se uniu ao Macucos e lançou "Quando Toca o Reggae".
13 - Música nacional e internacional
Na música, 2019 pode ser dito como o ano dos retornos. Seja no Brasil ou no mundo, grupos e bandas resolveram fazer as pazes ou relembrar os tempos áureos e encararam os palcos novamente. Na lista temos nomes como Pussycat Dolls, Los Hermanos, Sandy e Junior, Westlife, Spice Girls, Liam Payne, Harry Styles, Kylie Minogue, Paul McCartney, RPM (sem Paulo Ricardo), Marcelo Jeneci, Tiago Iorc e o capixaba Cristian Greyk.
Por outro lado, alguns nomes resolveram encerrar a carreira. Entre eles estão o Skank, que fez o anúncio pouco depois de se apresentar no ES, e Maria Gadú, que promete descansar em 2020.
14 - Campeões de bilheteria e audiência
O ano também foi de campeões de audiência e bilheteria. Quem diria que após sete anos, Game of Thrones teria um fim bastante decepcionante para os seus fãs. A saga rendeu milhões de telespectadores para a HBO, tanto na TV a cabo quanto no aplicativo HBO GO. Por sinal, o app deu muita dor de cabeça para seus usuários ao travar nos momentos que os capítulos eram lançados.
Nos cinemas, o ano foi de "Vingadores: Ultimato". O fim da saga de heróis da Marvel rendeu o pódio de maior bilheteria da história, com US$ 2,79 bilhões.
15 - Cultura no Governo Bolsonaro
A Cultura no primeiro ano de Jair Bolsonaro na presidência foi de muita turbulência. O início foi com o fim do Ministério da Cultura, sendo transformado em uma Secretaria Especial que respondia até novembro ao Ministério da Cidadania. Hoje ela está sob tutela do Ministério do Turismo, comandado por Marcelo Alvaro Antonio. Se fosse só isso, tudo bem. Mas foi tanta coisa que vamos citar apenas algumas das mudanças e polêmicas ocorridas neste ano.
Henrique Pires primeiro secretário e pediu demissão dizendo que o governo federal tenta impor censura às artes. A saída ocorreu após acusações de censura do governo, sendo a principal no edital de produções para emissoras públicas de TV, que tinha entre as categorias uma específica com temática LGBT. Bolsonaro ainda ameaçou extinguir a Ancine se ela não tivesse filtros.
A pedido de Bolsonaro, o presidente do Banco do Brasil demitiu um diretor do banco e mandou retirar do ar uma campanha publicitaria voltada aos jovens com atores que representavam a diversidade racial e sexual. Três eventos patrocinados pelo BB e pela Caixa foram suspensos. Todos abordavam assuntos que desagradavam o presidente como assuntos LGBT e ditadura.
A Caixa Cultural também cancelou patrocínios a projetos com os mesmos temas e criou um centro de censura prévia em todo o país. As regras deste centro exigiam detalhes de posicionamento político dos artistas e seus comportamentos em redes sociais e ficam em relatórios internos.
Em abril, foram divulgadas as mudanças na Lei Rouanet. Agora, todo projeto tem captação maxima de R$ 1 milhão e não mais de R$ 60 milhões como antes. Hoje, Roberto Alvim estuda ampliar de R$ 1milhão para R$ 5 milhões.
Após a demissão de Henrique Pires, foi nomeado Roberto Alvim (ex-diretor de artes cênicas da Funarte), que atacou a atriz Fernanda Montenegro nas redes sociais e defendeu o projeto de Bolsonaro para a Cultura.
Recentemente, Alvim trocou os comandos de Promoção de Diversidade Cultural, Fomento e Incentivo a Cultura e Economia Criativa, da Fundação Palmares, da Biblioteca Nacional, do Audiovisual e da Funarte. Todos novos nomes estão dentro do projeto conservador do secretário.
Entre os nomes mais polêmicos desta troca, está o novo presidente da Fundação Palmares, Sérgio Nascimento de Camargo. Ele se define como "um negro de direita, contrário ao vitimismo e ao politicamente correto" e diz que o "Dia da Consciência Negra é uma vergonha e precisa ser combatido". Além disso, ele defende que as cotas raciais são mais que um absurdo. Após as polêmicas falas, uma liminar o suspendeu do cargo. A Advocacia Geral da União recorreu e ele pode voltar a ser nomeado.
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