> >
7 obras de arte que estarão expostas no Parque Cultural Reserva Vitória

7 obras de arte que estarão expostas no Parque Cultural Reserva Vitória

Espaço público tem previsão de inauguração em 20 de dezembro, na Enseada do Suá, em Vitória

Publicado em 25 de setembro de 2021 às 08:38

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Porta para um Depois, obra de Adrianna Eu
Projeção de "Porta para um Depois", obra de Adrianna Eu, uma das obras que serão expostas no Parque Reserva Cultural, em Vitória. (Adrianna Eu)
Gustavo Cheluje
Repórter do Divirta-se / [email protected]

Com inauguração prevista para 20 de dezembro, na Enseada do Suá, em Vitória, o Parque Cultural Reserva Vitória promete ser uma espécie de galeria a céu aberto, contando com sete obras de arte contemporâneas permanentes, assinadas pelos artistas capixabas Sandro Novaes e Vilar, além de nomes consagrados da arte moderna, como José Bechara, José Spaniol, Adrianna EU, Thainan Castro e Antônio Bokel.

O espaço será público e gratuito, administrado pela Prefeitura Municipal de Vitória, com manutenção feita pela Associação dos Moradores do Reserva Vitória.

O trabalho de Sandro Novaes, um emaranhado pós-moderno e caótico de linhas em monocromia, produzidos com tubos de aço e pintura epóxi, está disponível para a visitação, mesmo com o local ainda passando por obras. Uma curiosidade: o público poderá se aventurar por meio dos tubos.

A curadoria da parte artística do Reserva Vitória ficou a cargo da Matias Brotas Arte Contemporânea. Em conversa com o "Divirta-se", Lara Brotas falou do pioneirismo do empreendimento.

"Considero o projeto um marco na história das artes do Espírito Santo, uma espécie de conexão direta de Vitória com o país. Temos artistas consagrados e com uma forte representatividade assinando as obras permanentes. José Spaniol, por exemplo, apresentou uma instalação muito elogiada na Pinacoteca de São Paulo", aponta.

Abaixo, veja detalhes de cada obra:

SEM TÍTULO (EXPERIMENTO NIDO 1), DE SANDRO NOVAES

Obra de Sandro Novaes que será uma das integrantes da exposição permamente do parque
Obra de Sandro Novaes, que será uma das integrantes da exposição permanente do parque . (Vitor Machado)

  • O ARTISTA: Sandro é capixaba, artista visual, bacharel em artes plásticas e mestre em "Nexos entre: arte, espaço e pensamento", pela Universidade Federal do Espírito Santo, também mestre em "Producción e Investigación en Arte" e atualmente doutorando em "Creación Artística, Audiovisual y Reflexión Crítica", pela Universidade de Granada, na Espanha. Trabalha com desenho, escultura e instalação
     
  • A OBRA: Sua escultura nos remete a um emaranhado caótico de linhas em monocromia. A escultura segue as diretrizes da arte minimalista: a ideia de escolher um módulo (a linha reta) e repeti-lo até o quase desaparecimento deste módulo em favor do surgimento de um sistema visual complexo. Porém, a obra se adianta e cria um artifício fenomenológico que constrói um diálogo direto com a arte contemporânea brasileira, incentivando a relação de participação entre espectador e escultura. Como um grande ninho, o projeto abriga aquele que se propõe a vivenciá-lo e o apresenta a um tipo de percepção distinta da simples passividade contemplativa. Feita em tubos de aço e pintura epóxi

KARMA, DE ANTÔNIO BOKEL

Escultura Karma, obra de Antônio Bokel
Escultura Karma, obra de Antônio Bokel. (Antônio Bokel)

  • O ARTISTA: A arte de Bokel tem como pilar o grafite, exibindo um modo de pensar urbano em todas as suas formas de apresentação, fazendo, então, uma ponte entre a arte de rua e a arte contemporânea. Construindo a partir de um vocabulário gráfico sofisticado e personalizado, o trabalho de Antônio Bokel tem a seu favor a energia de uma posição estética bem definida, mesmo que com um grande número de referências visuais. Ao longo das duas últimas décadas, tem apresentado seu trabalho no Brasil e no exterior. Bokel foi indicado ao Prêmio PIPA de arte contemporânea nos anos de 2015 e 2019

  • A OBRA: Karma é uma escultura feita em bronze e cimento, em 2014. Baseado nas filosofias e nas religiões indianas, é uma espécie de lei universal de causa e efeito. A lei dita que toda ação tem consequências futuras, que dependem de sua natureza. No caso da escultura, como um efeito dominó, a mesma mão que empurra os blocos segura o peso dos blocos caídos no final

UMA CARTA DE AMOR DIRETO NO CORAÇÃO, DE THAINAN CASTRO

Uma Carta de Amor Direto no Coração, obra de Thainan Castro
Projeção de "Uma Carta de Amor Direto no Coração"", obra de Thainan Castro. (Thainan Castro)

  • O ARTISTA: Thainan é artista visual formado em design pela PUC-Rio. Além de designer e ilustrador, sua investigação fala sobre memória: do desdobrar do seu processo de desenho através de uma recuperação física depois de um acidente que lhe tirou temporariamente os movimentos, da busca de instantes e objetos ordinários em seus caminhos pela cidade, dos lugares que passa, e lembranças de outros momentos já vividos. Procura resgatar reminiscências de modo a criar um universo lúdico e nostálgico, desgastado pelo tempo. Trabalhou como assistente de diferentes artistas no Rio de Janeiro, e foi residente da Casa Voa nos últimos três anos. Hoje trabalha no seu estúdio, no Rio de Janeiro

  • A OBRA: A ideia da escultura - criada em mármore e latão - veio de uma música que fala sobre “uma carta de amor direto no coração”, sobre aquele respiro fundo que desnorteia a gente quando recebemos uma boa notícia que bate lá dentro. Nessa brincadeira das dualidades do avião "de papel” que penetra o corpo "de bronze”, que o que plaina mais leve que o ar transpassa a gente de forma tão profunda, mas não machuca. Pelo contrário, muitas vezes até cura

PORTA PARA UM DEPOIS, DE ADRIANNA EU

Porta para um Depois, obra de Adrianna Eu
Projeção de "Porta para um Depois", obra de Adrianna Eu. (Adrianna Eu)

  • A ARTISTA: É formada por cursos livres na EAV-Parque Lage e cursos livres de filosofia. Realizou sua primeira exposição individual em 2005, "Trabalhos Recentes, Comemorativa de 20 anos do Paço Imperial/RJ". De lá para cá, participou de diversas exposições coletivas nacionais e internacionais. Sua obra se desdobra a partir das relações de afeto de um eu com o outro, com o espaço que habita, e com ele mesmo. Gosta de pensar que sua trajetória é traçada pelo desejo

  • A OBRA: A escultura é formada por uma porta e por marcas da mão de Adrianna, fundidas no bronze. Em um texto, ela define seu trabalho: o antes depois desse exato instante já se passou e o que virá está absolutamente impactado pelo acontecimento do agora. Segundo Heráclito, nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tampouco o homem! Esse tempo de suspensão entre o agora e o por vir nos força a nos rever. Ou melhor ainda, a nos ver. E talvez nosso maior medo não esteja nas incertezas do lugar que nos espera, mas sim da experiência desse “se olhar de perto”. Atravessar as portas que a vida nos propõe é ato que requer uma coragem. Coragem de se saber alguém em eterna busca de si. Ali, do outro lado, o novo, o inédito, o amanhã nos espera

VAZANTE, DE JOSÉ SPANIOL

Escultura Vazante, obra de José Spaniol
Projeção da "Escultura Vazante", obra de José Spaniol . (José Spaniol)

  • O ARTISTA: José Spaniol é artista plástico e professor doutor do Departamento de Artes Plásticas do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Entre 1990 e 1993, estudou na Academia de Artes de Düsseldorf, Alemanha, como bolsista do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico. A produção inicial do artista parte de referências a objetos cotidianos, como portões, balões ou cartazes de rua, e estabelece uma troca entre a função utilitária e a poética. Desde os anos 1990, explora a relação que suas obras estabelecem com a arquitetura e os locais expositivos

  •  A OBRA: A escultura Vazante - feita em madeira e alumínio fundido - faz parte de uma série de trabalhos concebidos a partir da observação das águas, da imprevisibilidade e surpresa que os oceanos sugerem. Em Vazante, a coluna de palavras que sustenta o barco é formada por 12 frases onomatopaicas, cada uma delas representando uma onda

RANDÔMICA, DE JOSÉ BECHARA

Escultura Randômica, de José Bechara
Escultura Randômica, de José Bechara. (José Bechara)

  • O ARTISTA: José Bechara é um artista plástico carioca, conhecido pelo seu caráter experimental e a utilização diversificada de métodos e materiais, o que permite novas experiências no campo pictórico. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV) e hoje vive e trabalha no Rio de Janeiro. No início de sua carreira, sua obra era predominantemente pictórica, mas a partir do desenvolvimento de sua linguagem poética, os trabalhos passaram a incluir esculturas e instalações, além dos desenhos e pinturas, e a travar um diálogo mais direto com a arquitetura

  • A OBRA: Produzida para a sétima edição do torneio Rio Open 2020, a maior competição de tênis da América do Sul, a peça comenta fenômenos aleatórios que oferecem riscos às competências objetivas comuns às disputas esportivas. Através da pequenina bola de tênis, que uma vez lançada toca a rede e assume uma trajetória inesperada, Randômica condena as certezas e nos lembra a ocorrência do acidente, da falha e do acaso no cotidiano dos indivíduos e que disso também somos feitos.

LIBER (LATIM - LIVRO), DE VILAR

Escultura “Liber” (latim – livro), de Vilar
Escultura “Liber” (latim – livro), de Vilar. (Vilar)

Este vídeo pode te interessar

  • O ARTISTA: Vilar, uma referência da escultura capixaba, cria esculturas e instalações que convidam a reflexões imaginativas, que contornam as essências e o ilusório. O uso proposital da pirita de ferro, ou “ouro dos tolos”, intenciona levar o espectador a pensar sobre a falsidade do brilho metálico que levam tantas pessoas ao engano. Acusa a busca incessante de riqueza como elemento empobrecedor que leva o ser humano ao sofrimento. Ao deixar o ferro de suas esculturas oxidarem naturalmente, revela a ausência de maquilagem sobre a superfície material e ainda em se tratando de óxido, ferrugem, suscita-nos também a ideia de finitude das coisas materiais que tanto seduzem o homem de hoje

  • A OBRA: A escultura Libre - criada em tinta automotiva sob aço carbono ½ - nos conduz ao vasto universo do conhecimento, através dos caminhos percorridos para se chegar aonde se pretende. Faz alusão à liderança e ao cotidiano, onde cada página do livro se torna um convite ao expectador a adentrar. O expectador é convidado a percorrer no interior de suas páginas, criando ilustrações temporárias que se multiplicam através da interatividade coletiva ou individual

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais