O romancista Abdulrazak Gurnah venceu o prêmio Nobel de Literatura deste ano, o maior reconhecimento mundial a um escritor vivo.
A Academia Sueca fez na manhã desta quinta-feira o anúncio que pega todas as bolsas de aposta de surpresa.
A premiação vinha tendo anos turbulentos antes da vitória pouco ruidosa da poeta americana Louise Glück, no ano passado.
Outra cria dos Estados Unidos, o músico Bob Dylan causou um terremoto nos círculos literários ao ser escolhido para o prêmio há cinco anos, quando o principal de sua obra são letras de canções.
No ano seguinte, o Nobel passou por sua maior crise, devido a acusações de estupro e corrupção no comitê que escolhe os vencedores, o que causou sete baixas na instituição.
Em 2018, o prêmio não foi entregue -foi a primeira vez que isso aconteceu por um motivo diferente de uma guerra- e, em compensação, a instituição decidiu escolher duas pessoas em 2019.
Mas isso não acalmou ânimo nenhum, já que ao lado da polonesa Olga Tokarczuk, o Nobel escolheu o austríaco Peter Handke, sob quem recaíam acusações de racismo e de negar a existência do genocídio na Bósnia.
Fundada há 232 anos pelo rei da Suécia com o objetivo inicial de proteger seu idioma, a Academia Sueca seleciona desde 1901 o vencedor do Nobel, que hoje ganha um prêmio de 10 milhões de coroas suecas, ou cerca de 6 milhões de reais.
Dos 118 escritores escolhidos até hoje, apenas 16 foram mulheres. Só três pessoas negras venceram até hoje: a americana Toni Morrison, o nigeriano Wole Soyinka e Derek Walcott, da ilha caribenha de Santa Lúcia.
O eurocentrismo e a anglofilia, que sempre marcaram o Nobel de literatura, ainda perduram. Nove dos dez premiados da última década vieram da América do Norte ou da Europa -a exceção foi o chinês Mo Yan, em 2012.
Os Estados Unidos e a França lideram a lista de nacionalidades, com 11 vencedores cada um.
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