A Academia Espírito-Santense de Letras (AEL) completará cem anos de existência no dia 28 de setembro de 2021 e, mais de um ano antes, já planeja sua forma de marcar esse momento histórico. Para firmar o centenário com um modo de disseminar a escrita, a instituição irá lançar três concursos literários com prêmios para os vencedores.
Pensamos em fazer um movimento que despertasse o olhar dos outros para a Academia, é o que relata a presidente da instituição, Ester Abreu. Outras ações foram pontuadas, como a republicação de obras da academia e publicação dos escritos de Vitória, mas acabaram tendo seu percurso impedido pela pandemia, comenta Abreu. Em fevereiro, nós fizemos planos de muita coisa e parou tudo, afirmou.
Apesar de algumas idealizações frustradas pela quarentena, as competições literárias estão certas, sendo elas de contos, crônicas e poesias, cada uma contando com duas categorias, a de autores estreantes e a de autores já publicados.
Os concursos estarão homenageando patronos da academia, que tiveram grande valor para a AEL e para a literatura capixaba.
Nos contos, o homenageado é Dom Benedito Paulo Alves de Souza, terceiro Bispo da Diocese do Espírito Santo e primeiro presidente da AEL. Souza era de São Paulo e foi também membro da Academia Paulista de Letras. Faleceu no Rio de Janeiro, em 3 de abril de 1946.
O concurso de poesias ficará por conta da lembrança do advogado, jornalista e professor de direito Kosciusko Barbosa Leão. Ele foi o primeiro ocupante da Cadeira 36 da Academia e um dos fundadores da mesma. Natural do distrito de Santa Cruz, em Aracruz (ES), o advogado faleceu em Vitória, em 1979, após ter doado o palacete em que residia, que se tornou sede da AEL. Entre suas obras publicadas estão Travos e Trovas (1973) e Alma e Deus (1973).
Já o advogado, jornalista e professor Elpídio Pimentel será o homenageado no concurso de crônicas. Pimentel foi o primeiro ocupante da Cadeira 12 e secretário da agremiação. Publicou obras como Catálogo florestal e álbum do Espírito Santo (1922) e Quando o Penedo falava História dialogada do Estado do Espírito Santo (1927).
O edital dos concursos literários e seus respectivos regulamentos serão divulgados nos próximos meses pela AEL. Ester Abreu confirma que os concursos devem ser lançados ainda em setembro de 2020, dando tempo aos interessados para produzirem seus trabalhos.
Valores das premiações também serão especificados futuramente. A iniciativa terá apoio da Fundação Jônice Tristão, entidade que promove realizações culturais do Espírito Santo, construtora do Centro Cultural José Ribeiro Tristão.
Estamos pensando sim em uma grande festa para a entrega dos prêmios. Pensamos também em uma parte artística e um lugar de destaque para essa apresentação, é o que afirma a presidente a respeito de uma comemoração do centenário pós-pandemia.
A AEL também estará desenvolvendo uma antologia online para o seu centenário, como foi noticiado pela colunista Renata Rasseli.
A instituição está desenvolvendo os seus trabalhos via internet, com reuniões online, como o isolamento impôs a todos. Nós temos que modificar toda a nossa maneira de comunicar, de ser, cometou a presidente Ester Abreu aos risos, relatando que está tendo que aprender a mexer com as ferramentas digitais.
É nesse momento que lançaram a primeira edição do jornal da Academia, um boletim online que será publicado semestralmente relatando os trabalhos desenvolvidos pelos acadêmicos e pela própria instituição. A primeira publicação pode ser acessada no site da organização. Nela estão descritas as atividades desenvolvidas no primeiro semestre de 2020, o que inclui palestras online, clubes de leitura digitais e publicações dos acadêmicos.
O jornalista e responsável pelo jornal da Academia José Roberto Santos Neves comenta que o produto será uma forma de dar um retorno à sociedade, detalhando os esforços para o fomento da literatura capixaba.
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