Alan Venturin tem usado o tempo em casa, na quarentena, para se inspirar. Do início da pandemia, em março do ano passado, até agora, conseguiu compor cerca de 30 músicas. “E não vejo a hora de lançar todas elas (risos)”, brinca, em bate-papo com A Gazeta. O artista capixaba lançou nesta segunda (3) “Ah Que Louco”, primeiro de três singles que não só foram compostos durante o isolamento quanto falam sobre o que ele provoca nas pessoas.
“A letra foi toda pensada para fazer a pessoa que me ouvir refletir. Tanto que cada pessoa que já ouviu a música, me fala uma coisa diferente porque é subjetivo. Cada um vai conseguir ter uma interpretação, mas é para refletir, melhorar e fazer todos pensarem sobre o que é importante depois de um momento louco como esse o que estamos vivendo”, pontua.
Segundo ele, a composição visual do clipe da música, que já está disponível no YouTube, também foi pensado para completar essa linha de raciocínio. “Usei muitas imagens do pôr do sol, que acho que é um momento superespecial. Para mim, ele tem uma representação bastante única. Lembro de, quando era mais novo, estar na praia com os amigos, depois de um dia cheio, e apreciarmos juntos o pôr do sol. E eu sabia que aquela era a hora de voltar para casa, por exemplo. Quero que cada um que assista também tenha essa sensação, de que o pôr do sol vai remeter a uma lembrança própria”, justifica.
Mas ele reitera que as cenas são só para compor, já que corrobora que a atenção tem que ser toda para a letra, que muitas vezes usa as palavras “tempo” e “reflexão” nos refrões e estrofes. “Quis provocar isso mesmo. De as pessoas analisarem o que estão fazendo com o tempo delas, algo tão precioso, algo de que todos nós queremos e precisamos. O que precisamos dar mais valor agora? Eu mudei com a quarentena? Essa situação que estamos vivendo me modificou?”, questiona.
Para Alan, não só a quarentena o fez pensar a vida de outra forma como até sua sonoridade acabou sendo impactada pelos novos ares. Ele conta que sempre buscou ser plural em suas músicas, mas essa característica acabou sendo ainda mais explorada nos meses em que está em casa.
“Passei a ter um cuidado maior com isso e acho que eu comparo muito minha carreira a um jardim, o que pode explicar essas mudanças. Em determinados momentos, damos mais atenção a algumas plantas que a outras, porque essas precisam de mais atenção. Antes da pandemia, fazendo 15 shows por mês, não tinha tempo para olhar para mim, de fora, como artista. Nesse período, consegui me analisar mais e a prestar atenção em coisas que não estavam sempre tão na minha mira”, afirma.
E complementa: “Uma hora a gente rega determinada parte do jardim e ele responde, florescendo. Outra hora vamos para o outro lado e ele também responde, florescendo. Comparo muito minha carreira a esse ciclo. Quando dou atenção a determinada situação ou aspecto, aquilo me dá o retorno, que é o que fiz agora”.
Em breve, o artista vai lançar outros dois singles que fazem parte deste mesmo pool de canções. Todas elas refletem diferentes olhares para a pandemia e analisam a situação da perspectiva do tempo, do amor e outros sentimentos que acabaram nascendo em muitas pessoas nessa quarentena. “Não tenho data ainda. Nesse mês vamos explorar bastante o lançamento de ‘Ah Que Louco’ e ver como será a resposta do pessoal. Depois vamos elaborando os demais lançamentos e, depois, continuar com essas músicas que compus neste período”, finaliza.
Ainda assim, Alan não fugiu das raízes do reggae, axé, samba e samba rock a que está acostumado. Embalou as novas melodias com todos esses sons e mais: os complementou com o que chama de balada mix. Nesse gênero, engloba do sertanejo ao funk, passando pelo pagode e, por que não, até um pouco de pop. “Essa é uma das minhas marcas, que acabou ficando ainda mais aparente nesses novos trabalhos”.
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