Alex Morenno sobre vilão de Órfãos da Terra: "Vai rolar até sequestro"

Em entrevista ao Gazeta Online, o ator falou sobre nova fase de seu personagem na trama das seis, sua carreira, o amor por interpretar vilões e o seu vício em séries de TV

Pinta de galã, inteligente, talentoso e (muito) bem humorado... Difícil listar as qualidades do ator Alex Morenno, que, recentemente, está chamando a atenção como Robson, um dos vilões de "Órfãos da Terra", trama das seis que está fazendo sucesso de audiência, e de crítica, na programação da TV Gazeta.

A modéstia, pelo visto, também pode ser enquadrada no perfil do ator paulista de 41 anos e forma física de fazer inveja. "Não sou vaidoso. Gosto de ser uma pessoa comum, acessível, que paga as contas em dia, de preferência (risos). Rejeito o rótulo de galã que já tentaram me impor. Decididamente, não faço o tipo 'sedutor da barriga de tanquinho' e me orgulho disso (risos)", revela o ator que, durante os intervalos das gravações da novela, atendeu ao Gazeta Online para uma entrevista superdescontraída.

Na trama de Thelma Guedes e Duca Rachid, o personagem de Morenno vem ganhando destaque nos últimos capítulos, ao revelar as suas verdadeiras intenções. Robson foi contratado por Paul (Carmo Dalla Vecchia) para prejudicar Miguel (Paulo Betti). Depois de se passar por jogador no Cassino em que Miguel frequenta, o incentivando a gastar cada vez mais, ele agora começou a cobrar a dívida do pai de Camila (Anajú Dorigon), que agora vai fazer empréstimos para saldar as suas pendências.

As notas promissórias já foram assinadas e Miguel pode perder a casa e a loja. Segundo Morenno, Robson ainda fará coisas piores do que a surra já dada no personagem de Paulo Betti: "Vai rolar até sequestro e outros tipos de violência mais cruéis. Robson é um psicopata em sua pura essência!".

Durante o bate-papo, Alex - que afirmou estar (recentemente) solteiro e apaixonado "apenas e por um bom tempo" pelo trabalho - falou, lógico, do personagem em "Órfãos da Terra"; seu amor por interpretar vilões e a paixão por exercícios físicos e alimentação saudável. O rapaz aproveitou, ainda, para mostrar a sua preocupação com o futuro do país. "Sou contrário a esse governo e acredito que o presidente Bolsonaro não termine o seu mandato. Ele não vai aguentar a pressão do povo e da opinião pública, pois tem ideias contrárias à educação e à cultura", dispara.

"ÓRFÃOS DA TERRA"

"O Robson começou a novela sendo gerente de hotel, meio que sem pretensões. Com o passar do tempo, virou um grande aliado do vilão Paul (Carmo Dalla Vecchia). Será o responsável pela derrocada de Miguel (Paulo Betti), o viciando em jogo, emprestando dinheiro e usando da violência para conseguir recuperá-lo. Vai rolar até sequestro e outros tipos de violência mais cruéis. Robson é um psicopata em sua pura essência".

AMOR POR VILÕES

"É o meu segundo personagem mau-caráter consecutivo em novelas. Em 'Novo Mundo', vivi Francisco, que também tinha atitudes nada ortodoxas, sempre pensando no próprio umbigo. Adoro fazer pessoas de caráter duvidoso, que não têm nada a ver com o meu cotidiano. Sou um cara leve e alto astral, com uma energia diferente desses personagens. Desde criança, porém, sou encantado com vilões. Nas brincadeiras de rua, nunca quis viver o Batman, sempre o Coringa (risos)".

"LADO NEGRO DA FORÇA"

"Convivemos diariamente com o lado sombrio das pessoas. Isso seduz, só não temos coragem de assumir. Poder extravasar essa situação, vivendo um vilão na TV, é a possibilidade que só atuando podemos ter. É socialmente mais aceitável e não faz mal a ninguém (risos)".

PARTICIPAÇÃO NA NOVELA

"Estou fazendo uma peça, 'Van Gogh por Gauguin', também escrita pela Thelma Guedes. Já trabalhei com ela em outra novela, "Cama da Gato" (2009). Temos uma química muito boa. Não me surpreendeu quando o telefone tocou, com a produção da Globo dizendo que ela tinha feito um papel para mim em "Órfãos da Terra". Deu um orgulho imenso".

TEATRO

"'Van Gogh por Gauguin', peça em que estou atuando, é um desafio para mim. No fundo, sempre achei que não tinha potencial para interpretar um papel tão complexo (o artista plástico Vincent van Gogh, que revolucionou a arte contemporânea). O personagem me libertou de vários bloqueios pessoais que eu tinha na vida e em minha carreira. Van Gogh, na verdade, me destruiu internamente, mas ajudou a criar um novo Alex".

SÉRIES DE TV

"Sou viciado em séries e filmes. Vejo tudo (mesmo), do pior ao mais relevante. 'Penny Dreadful' foi um marco para mim, tanto pela produção, como pela direção de atores. Hoje, não perco 'The Handmaid's Tale: O Conto da Aia'. É brutal, compõe um mundo distópico que tem muito a ver com a realidade que estamos vivendo no país".

REDES SOCIAIS

"Ainda me sinto meio fora de órbita nas redes sociais. Às vezes, fico um mês sem postar nada. Entendo que, como ferramenta de trabalho, é importante, mas, decididamente, não sou um cara que fica em busca de likes. O que procuro para a minha vida não está nas redes sociais".

FORMA FÍSICA

"Quando estou gravando, emagreço muito. Mas adoro fazer exercícios físicos e amo alimentação saudável. Tenho uma dinâmica de vida muito simples. Flerto com o vegetarianismo, não gosto muito de carnes... só como o essencial. Amo frutas, aveia e bebo muita água, a melhor forma de me manter saudável".

BRASIL

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"Desde antes das eleições para presidente, achava que Bolsonaro era apenas uma piada de mau gosto, um fantoche para as pessoas se divertirem, como foi o Enéas. Até porque, ele é totalmente despreparado para o cargo que está exercendo. Sua vitória foi um choque para mim. As eleições deram voz às pessoas movidas pelo ódio, com um discurso contra a educação, as artes e o bem estar social. Não acredito nesse país que Bolsonaro está querendo criar".