Tem capixaba estreando no mundo das mostras. A partir desta quinta-feira (4), o capixaba Fernando Nicolau reúne suas obras na mostra "Descolonizar o Imaginário", exposta na A Oca, no Centro de Vitória. Segundo o artista, a inspiração para o nome veio de um livro homônimo.
As oito fotos que serão expostas foram tiradas ao longo de seus 10 últimos anos de carreira. As imagens foram renovadas desde o fim do ano passado, quando ele foi convidado para montar sua primeira exposição. Apesar de ser capixaba, o artista já mora no Rio de Janeiro desde que se formou e nunca expôs antes.
Com as obras, o diretor de arte quer convidar os visitantes a refletirem sobre a sociedade atual. A proposta é analisar a construção dos povos desde os tempos coloniais.
“São oito fotografias impressas em tela de algodão e foram todas ampliadas. Eu também intervi nelas mexendo na textura, por exemplo. Desde o fim do ano passado, quando surgiu o convite para fazer a exposição no Centro de Vitória, eu cocriei as coisas a partir do corpo pronto, que é quando eu intervenho na tela”, defende.
Em entrevista à Gazeta, ele conclui: “Consegui construir uma cronologia mesmo as fotos sendo de tempos distantes, porque elas atravessam essa questão de a gente descolonizar o nosso imaginário. Porque é pelo imaginário que a gente transborda as fronteiras das normas sociais, que a gente identifica símbolos... E a gente pode chegar a lugares um pouco mais salubres (pelo imaginário), diante de tanta insalubridade social e política que a gente vive hoje”.
Nicolau tem grande bagagem nos palcos pelo Brasil. Formado pela Escola de Teatro e Dança FAFI (2005), desenhou a luz para a cerimônia do Prêmio APTR de Teatro (2018 a 2020) e, de março a dezembro de 2019, participou como diretor e iluminador da 22ª edição do Palco Giratório (SESC), com o espetáculo "Se eu fosse Iracema".
“Minha inquietação em arte produz estes atravessamentos de linguagens. Não imaginava e nem projetava criar e realizar uma exposição agora”, revela ele, que também é integrante do 1COMUM Coletivo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta