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Artistas do ES expõem obras de arte na Bienal Naifs, em São Paulo

Artistas do ES expõem obras de arte na Bienal Naifs, em São Paulo

Eduardo Ojú, Shila Joaquim, Romário Batista, Neves Torres e Ronaldo Torres participam da 15ª Bienal Naifs do Brasil, do Sesc Piracicaba, em cartaz até 25 de julho

Publicado em 24 de fevereiro de 2021 às 14:45- Atualizado há 4 anos

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"O Martírio de Nossa Senhora do Brasil", obra de Shila Joaquim, pintora do Espírito Santo. (Arquivo pessoal)
Autor - Pedro Permuy
Pedro Permuy
Repórter do Divirta-se / [email protected]

Até o próximo dia 25 de julho deste ano, obras de arte dos artistas Eduardo Ojú, Shila Joaquim, Romário Batista, Neves Torres e Ronaldo Torres, do Espírito Santo, estarão expostas na exposição Ideias Para Adiar o Fim da Arte, tema da 15ª Bienal Naifs do Brasil. A mostra acontece no Sesc Piracicaba, em São Paulo.

As 212 obras que compõem o evento se dividem em pinturas, instalações, colagens e esculturas. Elas refletem a influência da arte na natureza e vice-versa, além de também convidarem os visitantes a debaterem sobre o atual cenário do meio ambiente. 

Shila explora as temáticas sobre o desmatamento, a política agrária e a vida indígena em suas obras. Neste ano, a pintora foi selecionada pela curadoria do evento com dois quadros. Uma deles, intitulada O Martírio de Nossa Senhora do Brasil, foi até premiado com o Prêmio Destaque Aquisição da mostra. Isso significa que o Sesc adquiriu o quadro da artista capixaba e que, depois desse evento, o item fará parte do acervo da instituição.

Os dois quadros da pintora de São Mateus, Norte do Espírito Santo, foram feitos em 2019. Juntos, eles retratam a depredação do meio ambiente com críticas sociais e também exaltam parte da cultura capixaba e brasileira.

Na primeira pintura Shila retrata uma uma índia morta por uma bandeira do Brasil (O Martírio de Nossa Senhora do Brasil, 2019). Na segunda, ilustra costumes próprios do Norte do Estado e do País (Marujada de Cabôco, 2019) com figuras que são icônicas para os movimentos aos que se referem.

“O Martírio já é um quadro que foi feito quando a situação dos indígenas me tocou muito. Quando o cenário político em que estamos vivendo teve esse movimento genocida e o quanto os povos tradicionais sofrem com isso. E com eles, sofremos nós. A índia, no quadro, está morta na beira da praia, com uma bandeirinha do Brasil, e embaixo dessa imagem há a retomada de uma situação que vivemos, como a liberação de agrotóxicos, uma mídia nem sempre honesta, outros elementos que também devastam”, lembra.

E completa: “A Marujada também tem referências nas pesquisas de Eduardo Ojú, que é um artista que também está na Bienal e que tem uma pesquisa de cultura popular capixaba e brasileira bastante vasta”.

Artistas do ES expõem obras de arte na Bienal Naifs, em São Paulo
"Marujada de Cabôco", obra de Shila Joaquim, pintora do Espírito Santo. (Arquivo pessoal)

Para ela, que participa do evento pela quarta vez e pela primeira teve uma obra comprada pelo Sesc, ter mais capixabas participando do evento e poder representar um pouco da arte feita no Estado é motivo de alegria. Com esse movimento, Shila crê que “os artistas do Espírito Santo são colocados no patamar dos artistas de grandes centros, como Rio e São Paulo”.

BIENAL

Realizada pelo Sesc São Paulo em Piracicaba desde o início da década de 1990, a Bienal Naïfs é um convite para o público refletir sobre os fazeres populares inventados por artistas. Nesta 15ª edição, a partir do título Ideias para adiar o fim da arte, a mostra traz discussões sobre temas como meio ambiente; o feminino como força social, como divindade e como figura do sagrado; as violências estruturais históricas; os espaços de coletividade e sociabilidade em ritos, festas e cerimônias; e o debate sobre objetualidade e utilidade.

A mostra, inicialmente prevista para inaugurar em agosto de 2020, teve sua abertura adiada devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Agora, ela poderá ser visitada gratuitamente pelo público de terça a sexta, das 14h às 20h e aos sábados, das 10h às 14h, mediante agendamento prévio pelo site sescsp.org.br/piracicaba. A permanência máxima na unidade é de 90 minutos e o uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas durante toda a visita.

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