A morte de Carlos Lindenberg Filho, aos 85 anos, mexeu com a comunidade artística do Espírito Santo. Empresário, músico e escritor, Cariê foi um dos responsáveis por movimentar o cenário musical capixaba e trazer a bossa nova para o Espírito Santo no final da década de 1950 e início dos anos 1960.
Lembrando desde suas composições, como a eternizada na memória dos capixabas "Devaneio", a seus feitos na literatura, com a produção de oito livros e a pulicação de crônicas no jornal A Gazeta, artistas ressaltaram bastante o lado humano de Cariê.
"Um ser humano adorável. Sempre admirei e sempre fui fã. Siga em paz, mestre! Que Deus conforte a família!", escreveu o chargista de A Gazeta, Amarildo.
"Com certeza, será muito bem recebido pelos amigos e artistas no palco do céu", disse o médico Edson Dias da Costa, de quem Cariê era amigo pessoal.
Na mesma levada, o vocalista da banda de jazz Finest Hour, Gilson Muniz deixou sua homenagem no Instagram: "Hoje tem happy hour no céu! Descanse em paz, Cariê", publicou nos stories
Quem também falou em festa no céu e um reencontro com grandes nomes da bossa nova foi o músico Roberto Menescal, amigo de longa data. "A gente só pode agradecer a vida, o que ela nos deu e o que vai nos dar ainda, porque vamos nos encontrar, certamente, daqui a pouco. A turma que partiu antes e está esperando por ele certamente vai fazer uma grande recepção", disse o músico.
A dor da despedida também foi retratada em postagens na internet. "Sem chão! Hoje meu amigo de tantos anos partiu para os braços do Pai celestial. Que dor! Queria poder escrever um texto lindo, assim como sua vida aqui neste plano foi. Meu amigo, te amooooo pra sempre! Família Lindenberg, que a paz celestial conforte vossos corações!", escreveu a cantora lírica Natércia Lopes, em seu Instagram.
Como se vê, Cariê era de muitos e bons amigos. Os encontros sempre rendiam bons papos e muita música. Era o que motivava as conversas com o maestro Helder Trefzger, da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, que achava as histórias de vida de Cariê incríveis de serem ouvidas.
"Conversávamos muito sobre música e adorava ouvir as suas saborosas histórias. O Espírito Santo perde hoje uma grande personalidade, um ícone, mas que deixa um grande legado tanto por suas obras, mas também por meio da família", diz o maestro.
Histórias também que encantavam o jornalista e editor do extinto Caderno 2, de A Gazeta, José Roberto Santos Neves. "Tristeza profunda pela partida do nosso querido Cariê Lindenberg. Fica a lembrança do ser humano doce, iluminado, gentil, generoso, que amava o Espírito Santo, a música, a literatura e a vida. O sentimento é de gratidão por tudo o que Cariê representa para a comunicação, o desenvolvimento e a cultura do nosso Estado. Meus sentimentos à família Lindenberg. Descanse em paz, meu amigo. Por aqui sempre que tocar uma canção Bossa Nova lembraremos de você com o coração repleto de saudade", escreveu.
Seu trabalho na música também foi lembrado pelo radialista Fábio Pirajá, pelo subsecretário de Cultura de Vila Velha Manoel Goes e pelo pianista Pedro Alcântara, que prestou uma homenagem ao postar um concerto em que tocou "Devaneio", de Cariê.
"No dia do falecimento do empresário e artista Cariê Lindenberg, minha singela homenagem a este grande homem, que nos deixa um legado de grandeza e humanidade. Fundador da Rede Gazeta, amigo e grande incentivador das artes, Cariê merece todo nosso respeito e deixará muita saudade no coração de todos que o conheceram", escreveu, ao postar o vídeo.
A classe literária também fez questão de deixar suas homenagens. Escritor e cronista de A Gazeta, Álvaro Abreu lembrou de como era a relação com presidente do Conselho de Administração da Rede Gazeta. "Acabo de ler sobre Cariê, com quem eu tinha pouco contato, mas sempre com muitos sorrisos e admiração mútua. Brincamos de disputar sobre vendagem dos nossos livros. Ganhei a primeira e perdi todas as demais, sempre batendo palmas", conta.
"Ele sempre dizia que gostava muito de papai, que foi secretário no segundo governo do pai dele. Os dois devem ter bebido muito uísque noite adentro.
Na semana passada conversei longamente com Afonso sobre Cariê. Eram amigos fraternos, desses de telefonemas matinais cheios de brincadeiras e graça. Afonso deve estar desolado, meio sem rumo. O Quarteto JB fez uma belíssima gravação de Devaneio, que imagino esteja tocando lá no céu na festa de congraçamento", completou Abreu.
Na sequência, as Academias Espírito-santense de Letras e a Feminina de Letras do Espírito Santo deixaram suas homenagens. "Na área da literatura, sua contribuição se deu por meio de livros como “Eu e a sorte” e “O galinha e elas”. Por tudo o que representou ao longo de sua carreira, Cariê Lindenberg deixa um legado de amor ao Espírito Santo e à cultura do nosso Estado. A Academia Espírito-santense de Letras se solidariza com os familiares e presta sua homenagem a este capixaba ilustre que é motivo de orgulho para o nosso Estado".
"A sociedade Capixaba está de luto. Mais uma perda de um homem que permanecerá vivo, dada a largueza da sua inteligência, a delicadeza do seu coração, o bom humor e a justeza da expressão. Um ser humano culto aberto às necessidades dos outros e firme em suas convicções. Cariê era um verdadeiro gênio", escreveu Neusa Gloria Santos, presidente da Academia Feminina de Letras do ES.
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