Maicom Souza, de 33 anos, e Gabriela Moriondo, de 25, são os dois bailarinos capixabas que se apresentam na videodança Sync, que vai ao ar pela internet, na plataforma Zoom, às 17h desta quarta-feira (19). No projeto, coreografado por Eva Urbanová, profissional da Eslováquia, também participou de forma remota o pianista Eriberto de Carvalho, que já trabalhou na orquestra do Bolshoi e hoje toca para companhia da Alemanha.
"Chamamos o projeto de intercâmbio virtual, porque realmente foi isso. Eu e Maicom fizemos 10 dias de intensivo com a Eva pela internet. Foi incrível, uma troca absurda, de muita pesquisa, que agregou muito à nossa experiência. Disso tudo, criamos a vídeodança com artistas do cinema, da música, da iluminação, que será o que nós iremos apresentar pela internet", conta Gabriela.
A videodança nada mais é do que uma nova modalidade da arte corporal adaptada para os meios digitais. Em outras palavras, é uma apresentação de dança contemporânea por vídeo, já que a ida aos teatros está barrada pela pandemia da Covid-19 no mundo.
Na apresentação da dupla do Espírito Santo, a ideia é mostrar um pouco da identidade de cada um na dança, imprimindo características próprias, mas que também represente toda a equipe de profissionais da arte que trabalhou com eles durante as semanas de projeto.
"A apresentação é um vídeo que lida com a minha linguagem e a da Gabriela, formando uma terceira essência, um terceiro corpo, híbrido, que mostra a identidade de cada profissional que participou do projeto como um todo. É um vídeo totalmente diferente, algo totalmente diferente de tudo o que nós já fizemos”, adianta Maicom.
Para ele, que se especializa na dança em um mestrado na Universidade de Brasília (UNB), a apresentação por vídeo pode ser um pouco mais desafiadora. “É um pouco mais complexo porque é como se fosse trabalhar as emoções pelo vídeo, não fica com a gente a leitura das emoções, fica com quem está nos filmando e editando. Tem muita coisa que o público precisa estar perto para trabalhar com as emoções e, nesses casos, quem trabalha no pré e no pós-produção é que precisa ter esse olhar, tanto que nós participamos dos trabalhos na ilha de edição para construirmos essa nova dança de forma colaborativa”, completa ele.
Para Gabriela, que é formada pelo Bolshoi e hoje cursa Artes Plásticas na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o bate-papo que o evento virtual promoverá também será de grande valia para o público que acompanhar a exibição. “Depois, às 18h, o vídeo ficará público no YouTube e Vimeo. E o bate-papo pelo Zoom, que teremos após a exibição da vídeodança, será ótimo. Todos os profissionais envolvidos estarão presentes e vamos poder trocar tudo sobre o que dialogamos, envolvendo o público”, conclui.
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