O Dia Mundial de Conscientização do Autismo é celebrado em 2 de abril. Mas a banda Rajar já firmou parceria musical com Durval Lelys para lançar música que aborda o tema no início do mês. “Nina”, que já estava na gaveta dos artistas capixabas há cerca de 10 anos, oficialmente foi lançada para ajudar na divulgação da doença e na desmistificação da condição que acomete uma a cada 160 crianças, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O tema, apesar de pouco abordado na arte, é superimportante e necessário, como o próprio vocalista da Rajar, Ronaldo Cohin, fala. “A conscientização da inserção desses indivíduos que têm autismo na sociedade é muito importante. É necessário trazer essas pessoas para perto, ao contrário do que a gente via em anos anteriores, quando a gente as afastava ou não falava sobre. Isso vem mudando, mas é algo ainda a evoluir”, conta ele, que tem um filho com autismo.
A música, apesar de não falar diretamente sobre a doença, discute relações interpessoais (uma das dificuldades que a população autista tem) e teve um clipe produzido todo pensado na condição. Até a paleta de cores remete aos tons que representam a bandeira do autismo. E o próprio Durval também é pai de criança com o mesmo diagnóstico.
A banda também explorou até novos sons na composição para poder inovar e mostrar que se mesclam a outros ritmos, respeitando o gênero tradicional. “Nós agregamos outros instrumentos, como o ukulele, que a gente nunca tinha usado em música nenhuma nossa. E o próprio convite para o Durval foi para mesclarmos o jeito de cantar dele, que é um clássico do ritmo baiano. E a gente, quando terminou ‘Nina’, sentiu um pouco desse balanço e decidimos convidá-lo”, explica.
“Nina’ entrou como single, mas na verdade faz parte de um CD que nós estamos produzindo. A gente tem planos para lançar esse álbum, que será o quarto da nossa carreira, em até dois meses. E o single é, sim, para abordar o autismo”, fala o vocalista, que é um dos fundadores da banda, que nasceu em 2007. “Por que ‘Nina’?”, questiona a reportagem. “Rapaz... É complicado (risos). É um apelido, vou dizer assim. Nina é um apelido”, fala, indicando que se trata de uma inspiração em uma história antiga.
Antigo também é sucesso que a banda faz. Além de o clipe desta música ter conquistado mais de 10 mil views em menos de 10 dias depois de seu lançamento no YouTube, o grupo já foi até para o Jô Soares, na Globo, para falar das próprias composições. “Nós fomos a única banda do Espírito Santo que foi ao Jô enquanto o programa ainda existia. Na ocasião, a gente já tinha emplacado uma música em Malhação”, lembra.
“Vaidade”, hit que fez parte da trilha sonora de “Malhação”, em 2007, é de autoria da Rajar, que na ocasião estourou logo na largada. “A gente tinha acabado de se formar como banda e foi maravilhoso, foi tudo rápido e muito bom. Isso tudo nos motivou muito a continuarmos, mesmo que hoje cada um de nós quatro tenha um trabalho paralelo à música. Porque viver da música, e da música autoral, sobretudo no Espírito Santo, é bastante complicado”, lamenta.
O “primeiro” trabalho de Ronaldo, inclusive, é com uma startup que lida com problemáticas de autistas e tenta resolvê-las da melhor forma possível. A empresa foi fundada depois de ele ter tido seu filho com a condição. “Eu aprendi muito com o Lucas (filho). Ele foi inspiração para a Jade (nome da startup) e aprendo muito com os dois hoje em dia. Sou privilegiado de ter essas oportunidades e hoje enxergo isso”, finaliza.
Rajar é atualmente formada por Ronaldo Cohin (voz), Bernardo John (voz, guitarra e violão), César Schroeder (guitarra) e Laio Masruha (bateria).
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