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Bernadette Lyra mostra a paixão por Vitória em novo livro de crônicas

Bernadette Lyra mostra a paixão por Vitória em novo livro de crônicas

“Guananira” é a segunda obra da autora em 2019 e traça uma cartografia memorial e afetiva da ilha do mel

Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 19:21

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A escritora Bernadette Lyra. (Gelson Santana)

Aos 81 anos, Bernadette Lyra segue firme e forte na literatura e apaixonada por Vitória. Prova está em "Guananira", livro de crônicas publicadas em A Gazeta e na Revista Você, da Ufes, ao longo de sua carreira que é lançado nesta quinta-feira (12). Segundo lançamento da autora em menos de um ano, a obra faz um mergulho em três visões da própria Bernadette sobre a Ilha do Mel.

"A crônica é um pastel de vento. Não tem nada dentro porque o leitor vai recheando com o que bem entender: um sorriso, uma lágrima, uma tristeza, uma saudade. Selecionei com muito critério e cuidado porque eu queria dividir este espaço, esta topografia afetuosa por Vitória em três partes: a primeira mais centrada na própria pedra do maciço central do Centro de Vitória; a segunda parte seria mais de coração e sentimento; e a terceira de exílio, sendo eu, de São Paulo, vendo Vitória de longe", explicou a autora, em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quinta-feira (12).

Por sinal, ela conta que, "em São Paulo, as pessoas me conhecem mais como professora de cinema da USP. No Espírito Santo, a literatura que é o sal da minha vida". Portanto, escolher as crônicas que compõem "Guananira" não foi fácil.

A dificuldade foi dupla pois, além da paixão por Vitória - o que já afeta na hora de selecionar qual obra expressa melhor seus sentimentos pela cidade em que é cidadã honorária -, ela teve que escolher apenas 25 crônicas em meio a tantas escritas durante a carreira. Só para lembrar, Bernadette escreve desde quando morava em Conceição da Barra, município onde nasceu. "Eu mandava [crônicas] de Conceição da Barra desde quando A Gazeta era na General Osório", destaca.

O amor e as homenagens à Capital capixaba se estendem do título do livro - Guananira significa ilha do mel em tupi-guarani e era o nome dado à Vitória pelos índios na época da colonização - até o local para o seu lançamento.

"Eu mesma escolhi o espaço para o lançamento. O Grappino é um bar muito simpático, tem o melhor dry martíni da Ilha, não há dúvida", conta ela, que já lançou "Ulpiana" no espaço e faz questão de contar detalhes históricos da Rua Gama Rosa, local onde o bar se encontra. "Passa um pequeno riacho debaixo daquele asfalto, que escorre lá de cima do Convento de São Francisco", conta com entusiasmo.

Por falar em geografia, durante a entrevista, Bernadette ressaltou uma das crônicas em que explica bem a topografia da cidade sob o seu olhar.

"Quem disse que todas as cidades são iguais, não conhece Vitória. A persistente Vitória que sobreviveu agarrada a pele de pedra do maciço central de uma ilha. É incrível Vitória, orlada de aterros que lhe garantiram a expansão do exíguo pedaço de terra em que foi construída. A maravilhosa Vitória que dorme e acorda cercada de águas que sussurram, ao invés do estrondoso ruído que se escuta em outros espaços do mundo circundados de mar. Para conhecer Vitória, antes de tudo, é preciso saber a mistura de geografia e história de que ela foi feita", recitou ao vivo um trecho da crônica que fecha a primeira parte.

Capa do livro de crônicas "Guananira", de Bernadete Lyra. (Divulgação/Editora Maré)

Sobre um dos espaços que mais gosta da Capital, ela cita o Parque Moscoso e seu primeiro encontro com Vitória, quando tinha sete anos. "O Parque Moscoso está no meu livro. Gosto muito dele. Inclusive, tem uma crônica dedicada a ele e à Vila Oscarina, aquela casa maravilhosa toda art nouveau. Quando tinha sete anos, que vim a Vitória pela primeira vez, eu fiquei paralisada diante daquilo. Hoje ela está deturpada, arrancaram as grades, mas o nome está lá: Vila Oscarina. Sempre pensei que ali moraria uma dama ou uma jovem apaixonada, sempre sonhei isso. Aquela casa é maravilhosa ela marca o Parque Moscoso", conta de forma afetiva.

Quer ler mais deste retrato poético de Vitória por inteiro? Basta comparecer ao lançamento, às 19h, no Grappino Rangobar, na Rua Gama Rosa, no Centro de Vitória, ou garantir um exemplar pela internet, no site da Editora Maré.

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