Bruna Caram tem um astral tão bom que a energia dela transpassa as vibrações das suas cordas vocais e é capaz de atingir a autoestima de quem escuta suas canções. Apontado por ela como o CD mais autoral já produzido na carreira, "Alívio" nasce com nove faixas que podem ser interpretadas como diagnóstico de cura da cantora e também atriz, escritora, poeta e preparadora vocal.
Das nove, quatro letras foram escritas somente por Bruna. Com Isabella, ela assina Livre, faixa com participação especial da mãe e da avó da cantora, e com Lucas Caram ela assina Gente de Bem, que escancara politização antes apenas sutil em seus trabalhos anteriores.
O destaque vai para a faixa "Certas Canções" que já ganhou um clipe, lançado no início de agosto. Para a cantora, a proximidade com a arte,nas suas mais variadas vertentes, pode ser traduzida em liberdade, provoca uma reflexão das questões sociais e o fortalecimento de vínculos afetivos.
A gente vive tempos difíceis no Brasil e não existe um antídoto único capaz de nos aliviar. Para mim, a arte é um antídoto diário. Às vezes, é a música, o poema, a literatura ou o cinema. A música, em especial, me potencializa, avalia.
Bruna defende que a polarização vivida no Brasil não resulta frutos positivos e pode desidratar experiências, vivências e relações pessoais. O quinto disco da carreira dela começa com uma crítica social, algo considerado raro na discografia e nas composições da artista.
É impressionante como a polarização que vem desde a eleição nos apresenta valores tão absurdos. Sem perceber, a gente vem construindo esse cenário de fúria e intolerância uns com os outros. A arte, neste sentido, nos reconecta. E a música tem o poder de nos tornar mais sensíveis e mais humanos.
MISTURA DE RITMOS
Em todas as músicas de Alívio, Bruna mistura os ritmos brasileiros em um caldeirão de musicalidade temperado com chôro, xote, baião, maracatu, entre outros, com arranjos precisos e participações especiais de nomes como Marcelo Jeneci, Ailton Reiner, de Cimara Froés do Trio Sinhá Flor, do Coral de MCs da Cor & Voz, Jean Dollabella do Sepultura e Kareem Jesus Devlin.
O disco começa com uma crítica social, rara na minha discografia, mas presente na minha vida. Vai para outras tormentas muito pessoais, fala sobre amor, angústia, e ao final retoma o tema da injustiça até terminar com Certas Canções, que não só é a única releitura, mas a justificativa do disco, disse.
GRAVIDEZ
Grávida de cinco meses do seu primeiro filho, a mamãe do Francisco planeja fazer uma turnê reduzida, mas intensa, entre os meses de setembro e outubro deste ano. Livre é uma música minha que fala sobre maternidade, sobre preparar o corpo na gravidez. É lindo carregar consigo outras formas de amor. A gente tem uma confusão entre a paixão e o amor de mãe que ainda estou descobrindo.
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