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'Buscando...' é ótimo suspense com linguagem inovadora

"Buscando..." é ótimo suspense com linguagem inovadora

Por telas de TVs, telefones e outros dispositivos, filme acompanha busca de um pai pela filha desaparecida

Publicado em 21 de setembro de 2018 às 23:02

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Buscando... acompanha drama de um pai atrás da filha desaparecida. (Sony/Divulgação)

Se num futuro distante resolverem futucar a produção cinematográfica contemporânea a fim de entenderam a sociedade em que vivemos no ano 2018, o suspense “Buscando...”, em cartaz no Estado, será um ótimo de pesquisa.

Dirigido pelo estreante Aneesh Chaganty e estrelado por John Cho, o filme tinha tudo para ser uma bomba tal qual seu “antecessor espiritual”, “Amizade Desfeita” (2015), de Levan Gabriadze. Mesmo não existindo uma conexão direta entre os dois, o filme de 2015, todo contado a partir de uma tela de computador, funciona como um ensaio para o que vemos em “Buscando...”, coincidentemente realizado pela mesma produtora, a Bazelevs, de Timur Bekmambetov.

O suspense acompanha o drama de David Kim (John Cho), um viúvo que parte em uma busca desesperada quando Margot, sua filha adolescente, desaparece. Enquanto a investigação policial se desenrola, Kim busca soluções por conta própria, mergulhando na vida da filha atrás de pistas. Uma premissa comum, mas com o diferencial de ser todo contado por telas de computadores, smartphones e por aí vai.

A narrativa e toda a estrutura familiar dos Kim são entregues logo de cara com uma sequência que acompanha a configuração de perfis familiares na inicialização do Windows XP, o que também define a época em que o filme tem início.

OUSADIA

O grande mérito do filme é não ficar preso a seu conceito inicial. Sim, a narrativa é toda realizada em telas, mas essas telas variam com câmeras secundárias (explicadas pelo roteiro) e dão a “Buscando...” uma linguagem própria e urgente.

Filme é todo contado por telas de dispositivos. (Sony/Divulgação)

Outro ponto que merece destaque é que o roteiro não vilaniza a tecnologia – ao invés disso, tenta mostrar o distanciamento das pessoas apesar de diversos recursos para torná-las mais próximas.

O terceiro ato pode incomodar um pouco ao mudar o tom e, com a ajuda de diferentes meios de comunicação e do famoso efeito “manada”, expôr o caso do desaparecimento de Margot. A exposição e a explicação podem incomodar, mas traçam um paralelo entre o que o espectador está vendo e o drama do protagonista.

“Buscando...” é um filme imediato, uma discussão sobre o tempo em que vivemos, quem somos e quem mostramos ser. Além disso tudo, é um ótimo suspense policial.

Confira a crítica em vídeo:

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