No próximo dia 19 de abril, o estudante Tarcísio Souza Evangelista, de 11 anos, começará os estudos de balé na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. Ele passou de primeira nas seletivas da única filial da escola de dança fora da Rússia - localizada em Joinville (SC) -, considerada a mais tradicional do gênero do mundo.
A história do garoto começou, em 2019, quando começou a dançar num projeto social do Espírito Santo. Na sequência, ele ingressou na Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música (Fafi), em Vitória.
“Tudo começou com eu e o pai dele conversando para ver um esporte para ele praticar. Sugeri jiu-jitsu, mas o pai dele achou que ele não iria gostar e sugeriu balé, da cabeça mesmo. Levei o Tarcísio a um projeto social, onde ele começou a estudar balé. De lá, rapidamente uma professora fez audições com ele para entrar na Fafi e, agora, passou no Bolshoi”, celebra.
Nas provas, Tarcísio foi submetido a testes por vídeo, avaliações médicas e, por último, teste de dança propriamente dito. A primeira etapa aconteceu de forma remota, por conta da pandemia, em outubro do ano passado. Rosemary detalha o suporte que o filho recebeu para que seguisse com o talento.
“Vi que as inscrições estavam abertas e seriam pela internet, o que facilita. Então fizemos e mandamos o vídeo. Eles já mandavam um vídeo de modelo, então foi só reproduzir mesmo. Naquela ocasião, nós conversamos com as professoras dele da Fafi e elas também foram dando mais suporte a ele. Mas todas as professoras dele, até hoje, elogiam muito a postura dele, o corpo, falam que ele é pronto para o balé”, avalia a autônoma, que atualmente mora em Vila Velha.
Agora, a família está às pressas com documentação que precisa ser entregue na sede da escola, em Joinville, em Santa Catarina, até o dia 1° de abril. “As aulas vão começar no dia 19, mas até o dia 1° a gente deve ter que voltar lá em Joinville para acertar uma série de coisas, inclusive o colégio do Tarcísio. Por enquanto, de início, ele vai morar com uma família social, como eles chamam, que são mães que acolhem alunos do Bolshoi que saem de outros Estados para ir para lá”, esclarece.
Rosemery e o marido estão avaliando como farão no futuro. Segundo Tarcísio, a única preocupação é de sentir muitas saudades da família. Ele, que é filho único, diz que não está acostumado a ficar sem os pais, mas que também está bastante ansioso para começar os estudos no Bolshoi. “É uma oportunidade única, né?”, completa.
A mãe também concorda: “Ele tem que agarrar a oportunidade, sim. E eu e meu marido estamos vendo como faremos. Pensamos, sim, em talvez nos mudarmos para lá, mas temos que estudar as possibilidades. Temos um delivery de salgados, então teria que ver se daria para levar tudo para lá, se teríamos que manter o trabalho aqui de forma remota desde Santa Catarina... Por isso que, por enquanto, ele vai morar com essa mãe social, até a gente decidir”.
No Bolshoi, durante a pandemia, Tarcísio vai estudar de segunda a sexta, das 8h às 10h. Quando a quarentena mais rígida passar no Brasil, o horário vai até o meio-dia. “É um esquema rígido, mas até para isso ele está supertranquilo. A apreensão é mais de ‘morar sozinho’ e estar longe de casa, coisa que ele nunca ficou”, pondera a mãe.
Tarcísio e a mãe voltaram de Joinville neste domingo (21) após o resultado positivo para a aprovação do capixaba na escola da Rússia. Em breve, devem retornar à capital de Santa Catarina para entregarem documentação, realizarem matrícula em escola e organizar as coisas do menino na nova casa que ele vai morar neste primeiro momento.
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