O festival é do Rio Grande do Norte, mas tem capixaba em destaque no line up. O Festival Desérticas, do Coletivo Desérticas, de Mossoró (RN), acontece no próximo dia 24 de abril, às 19h, com participação do My Magical Glowing Lens.
O projeto de Gabriela Terra, que une rock progressivo, pop e indie, é o destaque da segunda edição do festival feminista de música independente, que terá ainda as bandas potiguares Hell Lotus, Lasting Maze, Potato Head, Arianne Oly, Black Witch e BOATS. E ainda, Corja (CE) e Dark Valley (RS). Transmitido pelo YouTube do Coletivo Desérticas, o evento é gratuito e livre para todas as idades.
A performance da MMGL para o Festival Desérticas será repleta de surpresas para os fãs, fazendo um paralelo entre o início da My Magical Glowing Lens e a nova fase da carreira. Gabriela já adianta que a novidade fica por conta de uma faixa inédita e o desafio de tocar baixo.
"O show terá quatro músicas antigas e uma inédita. Pela primeira vez estou me desafiando a tocar baixo e cantar ao mesmo tempo. Me identifico muito com a guitarra, instrumento que mais me dediquei até hoje, mas estou tentando me desprender dela para aprender outros", conta ela, em entrevista ao Divirta-se, direto de seu confinamento no interior do ES.
A apresentação foi gravada na madrugada e de maneira independente. "A produção é difícil, já que estamos no maior pico da pandemia. Tinha planejado de gravar em Vitória, mas acabei não fazendo pelo aumento do risco de contaminação do vírus. Assim, tive que fazer sozinha dentro de casa. Estou fazendo versões das musicas já lançadas com o baixo, refiz bateria e sintetizador. Todas foram gravadas de dentro da minha casa durante a pandemia", explica Gabriela, adiantando que a nova música se chama "Repare".
"Usei uma filmadora, dois celulares e fiz um show gravado de madrugada. Peguei uma cachacinha (risos) e gravei, tentando imaginar as pessoas assistindo isso", completa.
O Festival Desérticas é organizado e promovido pelo Coletivo Desérticas, composto integralmente por mulheres do alto oeste potiguar, criado com o intuito de divulgar, incentivar e promover a participação das mulheres na cena musical independente da cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte, tendo como bandeiras a luta feminista, LGBTQI+, antirracista e antifascista.
"É um festival de suma importância porque sabemos que o meio do rock e do underground, ainda mais os bastidores, ainda é muito machista. Por mais que as pessoas estejam trazendo mulheres pra cima do palco - em média de 30 a 50 por cento das atrações -, por trás, na produção, a porcentagem é baixa. Este é um exemplo em que o evento é majoritariamente feito por mulheres. É fenomenal! Mostra que as mulheres devem ocupar todas as posições de poder, neste caso a produção. É um incentivo às mulheres mostrarem que são capazes", enaltece.
A 2ª edição do Festival Desérticas tem patrocínio da Fundação José Augusto, Lei Aldir Blanc, Governo do Estado do Rio Grande do Norte/Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo, Governo Federal, e apoio da CYM – Iluminação e Design e da Cervejaria Nordestina, com realização do Coletivo Desérticas em parceria com a Alumiar - Produtora Cultural.
Gabriela também é destaque nesta semana num festival capixaba. Seu clipe "Sapce Woods" está na Mostra de Videoclipes do Tenda Lab, que acontece de sexta (23) a domingo (24), no YouTube do Festival de Cinema de Vitória. Mesmo lançado em 2019, a produção se mostra bastante atual.
"Existe uma coisa comigo. Não sei porque acontece, mas adianto muitas tendências. Um exemplo foi com o 'Cosmos' (2017), quando usei a estética espacial e hoje se vê produções musicais e de moda em torno disso. Sou muito paciente com minha arte. Estou há três anos compondo e gravando o 'Gamana' (próximo disco de MMGL) e já estou pesquisando tendências de moda de 2022, para saber como apresentá-lo. Sempre faço uma grande pesquisa, não só da música como das artes em geral", diz.
Como já antecipado, Gabriela pretende lançar o próximo disco em 2022. Mas até lá, ela deve lançar um single neste ano e ainda realizar uma live de transição de "Cosmos" para "Gamana".
"Vai ter uma live, com apoio da Lei Aldir Blanc, que estamos produzindo com o Glauber Viana. É um trabalho incrível que estamos fazendo há muito tempo e que vai fechar o ciclo do 'Cosmos' e abrir caminho para ao 'Gamana'. Vamos fazer três músicas do disco de 2017 com estética inovadora e uma tecnologia nunca usada no ES. Será apresentado em breve", finaliza.
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