Registros da dança capixaba contemporânea a partir de meados da década de 80 estão reunidos num livro. De autoria do fotógrafo Carlos Antolini, "Instantes Visíveis - Três Décadas de Dança Contemporânea Capixaba" será lançado nesta quarta-feira (28), às 20h10, via a plataforma Zoom, com apoio do projeto "Mostra Sua Cara", uma iniciativa que faz um intercâmbio cultural entre o Brasil e os Estados Unidos.
O livro será distribuído de forma gratuita on-line, através de link que será disponibilizado na live de lançamento. Já sua versão física será comercializada mais a frente, uma vez que o livro está em processo de impressão.
Antolini é repórter fotográfico atuante em revistas e jornais desde 1984. Com passagem pela redação de A Gazeta, ele hoje é fotógrafo residente da Cia. de Dança Mítzi Marzzuti, comandada por sua esposa, desde 1987.
Ele conta que, a princípio, a ideia seria desenvolver uma obra com registros da companhia de dança da esposa. Porém, como trabalhou na Secretaria Estadual de Cultura (Secult) cobrindo festivais de dança e também foi chamado para registrar espetáculos de outras companhias durante a sua trajetória, acabou fazendo uma produção mais abrangente. "A gente resolveu fazer sobre a profissionalização da dança contemporânea, que começou em 1986, aí eu aproveitei esse material todo que eu já tinha e fotografei outras companhias para compor o livro", explica.
“Instantes Visíveis” foi aprovado no edital da Secult, no ano de 2018, e conta com texto de Marialina Antolini. Jornalista, Marialina comenta sobre a relação da fotografia com a dança e traz detalhes sobre a história da profissionalização dessa arte no Espírito Santo. No entanto, vale ressaltar que o livro é composto, 90% de fotografias, como detalha Carlos. São cerca de 100 cliques, abrangendo vinte companhias, entre ainda existentes e já extintas.
Com o primeiro registro da obra sendo de 1987, o livro contém um misto de fotografias analógicas e digitais. “Quando comecei a fotografar os espetáculos, a iluminação dos teatros era precária. Nessa época, o laboratório de revelação era meu maior aliado. Nós só conseguíamos um clique por movimento do bailarino. Então, era preciso aprender a ler o movimento para tirar a foto no momento correto", comenta Antolini, detalhando que hoje chega a fazer 2 mil cliques por apresentação, enquanto na época analógica cada espetáculo rendia pouco mais de 100 imagens.
Outro detalhe sobre a obra é a existência de fichas para cada um dos registros presentes no livro, nelas estão contidas informações como: qual é o nome do espetáculo, coreógrafo, teatro em que ocorreu e ano. Carlos Antolini explica que essa valorização dos profissionais envolvidos é um ponto fundamental.
O profissional em registrar momentos de uma performance pontua acreditar que esse tipo de fotografia abre uma oportunidade de ter um diálogo com o passado. "É um registro de um momento que é tão efêmero, que acontece uma vez só e ele desaparece, esse movimento pode até se repetir, mas o momento é único", declara.
Já tendo quatro obras de fotografia publicadas - Belezas Naturais do Espírito Santo (2000); Retrato do Gesto (2004); e Aruanda - Religiões Afrodescendentes em Vitória (2018) -, Carlos Antolini acredita que a nova obra terá uma boa aceitação. Ele detalha sobre sua expectativa com relação à recepção do trabalho.
"Espero ter a melhor recepção possível, pelo menos conseguir agradar essa classe que está tão sofrida. Eu vejo as dificuldades de se conseguir patrocínio, de conseguir espaço para se apresentar".
Para os interessados em apreciar a obra, vale ressaltar que o link para acesso on-line será disponibilizado na live de lançamento.
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