As casas de show do Espírito Santo que adaptaram suas atividades para bares e restaurantes com o objetivo de se manterem ativas durante a pandemia do coronavírus terão suas atividades suspensas pelos próximos dias. Segundo a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape-ES), não há prazo para reabertura.
Os mais de 30 associados no Estado tomaram a decisão após reuniões – interna e com prefeitos das cidades de Colatina e Vitória – realizadas nos últimos dias. A medida visa ajudar no controle da pandemia da Covid-19.
"Chegamos à conclusão de que é necessário recuarmos na nossa atividade, respeitar a situação da pandemia, do aumento exponencial da taxa de ocupação de leitos de UTI", destaca Pablo Pacheco, diretor da Abrape-ES.
Segundo Pablo, o movimento iniciou-se em Colatina na última sexta-feira (12), quando o prefeito Guerino Balestrassi (PSC) chamou empresários da cidade e associados para pedir apoio em manter o município no risco moderado para a Covid-19, como está classificada a cidade nesta semana de acordo com o mapa de risco.
"Ele tem receio da cidade ir para o risco alto. Na manhã de segunda-feira, estivemos com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazollini (Republicanos), para entender o momento e optamos por manter, até segunda ordem, as casas fechadas. Vamos acompanhar diariamente o Painel Covid-19, da Secretaria de Estado de Saúde. Quando sentirmos que os indicadores estiverem favoráveis, a gente volta com as atividades", explica.
De acordo com Pablo, os empresários tiveram a decisão no domingo e, na sequência, entraram em contato com a Prefeitura de Vitória. A medida de fechamento vai afetar não apenas os associados de Vitória, mas de todo o Espírito Santo, garante o diretor.
"No caso dos municípios que já estão em risco alto, já havia uma restrição que inviabilizava o funcionamento das casas. Os estabelecimentos de cidades em risco moderado também vão aderir ao fechamento. Posso dizer que temos cerca de 30 casas relevantes em todo o Estado que estão aderindo", completa.
O diretor da Abrape-ES, que aposta na aprovação do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) no Senado até a próxima semana, lembra que o setor já vem sofrendo há tempos, já que não está funcionando plenamente. "Acredito que não é uma coisa fácil para ninguém do nosso setor, que já vem sendo sacrificado. Mas a gente entende ser importante a medida para evitar o colapso da rede hospitalar".
Pablo complementa dizendo que as reuniões valeram a pena para aumentar os laços entre os empresários e o poder público durante este período de pandemia. "Em Vitória, por exemplo, o prefeito disse que enfatiza a fiscalização em festas clandestinas. Isso ajuda muito. No início, o foco era nos bares e restaurantes regulares. Agora, está tendo combate também à clandestinidade. Vimos a evolução na Rua da Lama", conta.
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