O Centro Cultural Eliziário Rangel (CCER), localizado no bairro São Diogo, na Serra, que está fechado para o público desde 17 de março de 2020, em função da pandemia do coronavírus, aproveitará o período restante de fechamento para passar por uma grande reforma. O espaço, cujo nome homenageia um dos ícones da Insurreição de Queimado, é referência no município e trará diversas novidades.
De acordo com Antônio Vitor, coordenador do Eliziário Rangel, a grande novidade na estrutura física do espaço, que conta com três pavimentos, será a ampliação da biblioteca, consequentemente ganhando espaço para aumentar o acervo bibliográfico. "Alteramos espaços, como, por exemplo, o Café Bar João da Viúva, que antes ficava no térreo e agora está no 3º piso. A Biblioteca Carlos Peitos de Homens aumentou de tamanho e agora comporta um acervo de até 10 mil exemplares, além de ganhar uma sala técnica para a biblioteconomia", iniciou.
Ainda no piso térreo, Vitor contou que foi construída uma sala multiúso com enfoque para o audiovisual, para práticas de cineclubismo, além de ter sido erguida uma residência com capacidade para receber dois artistas por temporada.
"Uma grande novidade também é a nova entrada, antes localizada na Rua Gonçalves Dias, agora está na movimentada Humberto de Campos, com nova recepção e uma nova cara para a instituição. Importante frisar que a acessibilidade também foi melhorada, com uma nova rampa mais suave e uma entrada auxiliar na recepção. E também estamos com clube de leitura, produzido pelos residentes Mateus Pedrini e Joana D’arc. Ainda neste ano, pretendemos também concluir o mirante e o café-bar", acrescentou o coordenador.
A reforma teve o custo estimado em R$ 50 mil. Parte do recurso recebido, mais de 50%, foi oriundo da Lei Aldir Blanc, que trouxe auxílio emergencial para espaços culturais. "O restante foi complementado por nós, que fundamos e administramos a instituição. A lei teve uma importância fundamental, ajudando a amenizar os tempos pandêmicos e potencializar a atuação cultural", contou.
Diante do momento de restrições da programação, atividades virtuais são oferecidas pelo centro cultural. O CCER foi contemplado em dois editais que garantem programações permanentes ao longo de 2021. No primeiro, o edital Doce, da Fundação Renova, contemplou o espaço com o Projeto Ritornelo, por meio do qual são oferecidas oito oficinas permanentes, gratuitas e virtuais. Ao todo são 90 vagas nessas oficinas, além da oferta dos empréstimos de acervo da biblioteca. Confira as opções:
Além disso, o CCER também foi aprovado no edital de programação continuada da Secretaria de Cultura (Secult), que garante mensalmente duas edições do Café Periférico, que consiste em debates políticos e éticos sobre a vida na periferia; e uma oficina aberta mensal dentro da grade de oficinas permanentes. "Contávamos com estas antes da pandemia, que totalizavam 20 oficinas permanentes", disse o coordenador.
As atividades já estão acontecendo, sendo o projeto Ritornelo desde janeiro deste ano e a programação do Portas Abertas desde novembro de 2020. "Já as novidades de estrutura serão inauguradas tão logo a pandemia permita a reabertura dos espaços culturais e a vacinação avance para toda a população. Gostaríamos de reabrir com uma segurança sanitária mais estabelecida para todos", afirmou.
Desde o início da pandemia do coronavírus, o centro está desenvolvendo atividades 100% virtuais e o coordenador garante que há ainda mais atividades por vir.
Para Antônio Vitor, a meta com os investimentos é consolidar a instituição de referência no Estado para a promoção, difusão e acessibilidade de bens artísticos e culturais. "Acreditamos que estamos no exercício de inovar desde que abrimos a porta. Acreditamos que a reforma nos ajudará nisso, potencializando nosso fazer e alargando as possibilidades de ações culturais, uma vez que a nova estrutura deixou os espaços mais individualizados e estruturados para acolher propostas culturais dentro dessa visão", pontuou.
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