As inscrições para jovens mulheres de comunidades periféricas da Grande Vitória participarem da primeira edição do projeto Cinemarias foram prorrogadas. Agora, as interessadas têm até o próximo dia 1º de março para se inscreverem por meio de formulário na internet. Como requisito, as inscritas têm que ter entre 18 e 29 anos e serem cadastradas no Cadastro Único (Cadúnico).
Trata-se de um laboratório de imersão voltado para esse público que, em 2021, vai ensinar e gerar curtas que refletem histórias em torno da Lei Maria da Penha no Espírito Santo, como A Gazeta já publicou. Ao todo, 60 vagas serão ofertadas e o evento acontece entre 8 de março e 9 de abril deste ano.
As participantes poderão se embasar na própria experiência de vida para elaborar as narrativas poéticas e têm a oportunidade de receber até R$ 600 de bolsa do evento, que é promovido com recursos da Lei Aldir Blanc.
“O evento, por si só, é algo muito maior. É um laboratório imersivo, como chamamos. Ele tem seminário, curso introdutório, de linguagem cinematográfica, edição e uma oficina de realização, que vai ter como base denúncias da Lei Maria da Penha para elaboração dos curtas, que são filmes poesia. Nessas produções, que serão exibidas no final de tudo, elas vão poder misturar ficção com a narrativa delas em documentário, que traz o teor dos registros da denúncia, no caso”, explicou Luana Laux, diretora de Programação do CineMarias e instrutora da oficina de realização, em entrevista ao Divirta-se.
Das 60 vagas ofertadas, 40 são para atividades avulsas, ou seja, para quem quer participar apenas de parte da programação do evento. Essas vão receber bolsas de R$ 400. As outras 20 vagas são para as interessadas em participar de toda a grade do curso e vão receber bolsa de R$ 600 para ajudar nos custos. “No final, haverá mostra virtual com os resultados e vamos produzir quatro filmes”, adiantou Luana.
A diretora de Programação do evento diz que toda a programação foi pensada para ensinar mulheres que nunca tiveram experiência com o audiovisual antes. E o tema escolhido foram as denúncias da Lei Maria da Penha como forma de combate à violência contra a mulher e feminicídio – índices que são sempre altos no Estado.
“O projeto é voltado para quem não tem experiência, começamos do básico mesmo. Começamos com o seminário justamente por isso, para alimentar as discussões das participantes. E depois a gente vai parar os cursos até chegar ao momento da realização dos filmes na oficina”, planejou.
Para Luana, mesmo que nunca tenham sido vítimas de violência, essas mulheres estarão em posição de destaque para debater os casos que são registrados na Lei Maria da Penha.
“Hoje em dia, se discute muito o quão invisibilizadas são essas vítimas, essas mulheres que sofrem com isso. Então a ideia é debater o tema, que é um tabu, para que ele volte à agenda de discussões. Na pandemia, por exemplo, nós vimos casos aumentarem, o quanto a violência contra a mulher ficou eminente no Estado e no Brasil”, justificou.
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