Cleo Pires, 38, comanda a festa fetichista do clipe "Você É do Mal", da banda As Baías. No vídeo, a atriz e cantora aparece exalando sensualidade ao lado do trio, formado por Assucena Assucena, 33, Rafael Acerbi e Raquel Virgínia, 32.
Entre as cenas, há desde beijos entre Cleo e Assucena até pegação com modelos nus ou seminus, cobertos apenas com fitas ou com cuecas no estilo jock strap (que deixam o bumbum à mostra) ou com estampa de oncinha.
Em bate-papo com a imprensa para apresentar o clipe, do qual a reportagem participou nesta quinta-feira (15), Cleo contou que ficou honrada com o convite para participar da música. "Foi um impulso na minha autoestima profissional", elogiou. "A gente se conhece já há um tempo e eu ficava na esperança de a gente fazer alguma coisa juntos. É um grupo que eu gosto, me identifico, que ousa, e que tem um som muito gostoso."
Ela conta que se define como "uma iniciante muito grata" na música. "Comecei a escrever coisas que eu imaginava que poderiam ser músicas desde os 12, antes de eu ser atriz", revelou. Porém, esse desejo só se materializou em 2017, quando ela gravou o primeiro EP. "Foi aí que me identifiquei como cantora, compositora e produtora."
"Eu nunca estudei isso de fato, fui aprendendo de estar perto e de viver esse universo", contou. "Me sinto muito grata de ter coragem de fazer isso aos 34 anos e outra de ter pessoas que acreditam e querem trabalhar comigo."
Sobre o tema do clipe, ela disse se sentir à vontade. "É uma coisa que eu gosto", revelou. "O clipe tinha uma coisa de fetiche, de emoções à flor da pele, foi fácil entrar nesse universo."
Ela disse que não precisou criar uma personagem para entrar no clima. "Tem coisas que ali no momento que me inspiraram", garantiu. "Estava todo mundo tão lindo e tão sexy, tinha um clima tão legal no set, todo mundo focado e entregue... Só me deixei levar pelos momentos que a gente estava vivendo."
O mesmo não ocorreu com o trio de As Baías, que relatou nervosismo ao gravar as imagens sensuais, mesmo tendo passado um período de três meses fazendo preparação corporal para fazer bonito em cena.
"Você chega no set e dá de cara com a Cleo e já pensa: 'Caraca!'", brincou Raquel. "Teve uma hora que a gente tinha que gravar numa mesa de sinuca e veio um modelo maravilhoso. Eu não sabia quem me deixava mais desconcertada, se era a Cleo ou ele."
"Não é fácil", concordou Assucena. "A gente viu a Cleo desde sempre, o rosto dela todo mundo conhece. Para mim foi um espanto, fiquei hipnotizada."
Porém, foi justamente o sex appeal da atriz e cantora que fez o grupo convidá-la. "Você percebe a essência musical da Cleo na voz, na sensualidade... é um canto de sedução, de sereia", elogiou Raquel.
"O clipe tem essa estética, esse conceito do erótico, mas não o vulgar, mas o artístico mesmo. A Cleo tem uma elegância na sedução que tem tudo a ver com o conceito do clipe e da música."
No entanto, Cleo diz que não foi sempre que reconheceu em si conceitos como sensualidade e transgressão. "Para mim, era só pensar: 'Estou me sentindo bem, então vou fazer'", contou. "Tem muitas coisas que são consideradas transgressoras, mas que deveriam ser consideradas naturais do ser humano." Para quem se inspira no seu estilo desencanado de enxergar essas questões, ela aconselha: "Segue a sua alma, não o seu ego".
O single, que chega às plataformas de streaming nesta sexta-feira (16), faz parte do projeto "Respire & Coragem", um álbum audiovisual dirigido por Gringo Cardia. Além da música com Cleo, ainda serão lançadas parcerias com Luísa Sonza, Linn da Quebrada e Kell Smith.
"Esse projeto é muito audacioso, são cinco faixas, cinco feats", contou Raquel (a quinta faixa, possivelmente gravada com um artista internacional, ainda é mantida em segredo). "Tem esse lugar que demandava muita generosidade por parte dos convidados pra gente conseguir fechar essa história."
A música foi gravada sem encontros presenciais entre os músicos, mas o clipe foi presencial. Eles dizem que foram tomados cuidados para minimizar as chances de qualquer participante pegar Covid-19, já que a pandemia ainda é uma realidade. Porém, resolveram tocar o projeto durante a quarentena. "Nós não temos nada para oferecer de melhor do que música", afirmou Assucena. "A gente só cumpriu com a nossa missão."
O grupo As Baías também recebeu neste ano uma nova indicação ao Grammy Latino, a segunda consecutiva. Elas foram as primeiras artistas trans a concorrer ao prêmio, junto com Liniker no ano passado. "Ao mesmo tempo que dá alegria, dá uma tristeza muito grande", avaliou a cantora. "A gente foi alijada de um processo artístico e de expansão da nossa voz. Foi um reconhecimento tardio? Foi, mas antes tarde do que nunca."
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