Após causar polêmica no Festival de Sundance, em janeiro, "Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal" estreia nesta quinta (25) nos cinemas do país prometendo mudar a sua percepção sobre os serial killers. Esqueça a visão "ultrapassada" que você tem sobre eles. Nada de roupas sujas de sangue, cabelos desgrenhados, jeito esquisitão e atitudes brutas. Aqui, ou melhor, com Ted Bundy, a realidade é mais embaixo.
Bonito, atlético, galanteador e capaz de seduzir até a mais durona das mulheres, Bundy (o genro que a sua mãe pediu a Deus) é, na verdade, um dos assassinos em série mais cruéis da história dos Estados Unidos, um país "apaixonado" por pessoas com comportamentos disfuncionais, vide o sucesso que O. J. Simpson faz até hoje na mídia.
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Ted Bundy, aliás, foi um dos matadores de mulheres mais cruéis que se têm notícia. Em suas costas, estão mais de 30 crimes na década de 1970. As vítimas, curiosamente, têm o mesmo biotipo: universitárias, de cabelos castanhos e têm entre 19 e 26 anos.
BÁRBARO
Essas mulheres eram mordidas, estupradas (até depois de mortas, pois o assassino era adepto da necrofilia) e espancadas violentamente. A abordagem de Tedy era quase sempre a mesma: fingia que estava com o braço quebrado e pedia ajuda das vítimas para guardar objetos em seu carro.
Além de assassino cruel (por conta de seus "feitos" o termo serial killer foi criado pela imprensa americana), Bundy era um criminoso midiático e sabia tirar proveito da sua popularidade na época. Cometeu assassinatos em vários Estados americanos, escapou da prisão (com fugas espetaculares) e, abusado, pediu para fazer parte do time de advogados que o defendiam em seu julgamento.
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Entre suas frases que entraram (morbidamente) para a cultura pop americana (por conta do horror de sua naturalidade) estão: "Nós, serial killers, somos seus filhos, maridos e estamos em toda parte. E haverá mais de suas crianças mortas amanhã", ou mesmo "Você sente o último suspiro deixando seus corpos. Você as olha nos olhos. Uma pessoa nessa situação é Deus".
MÍDIA
"A Irresistível Face do Mal" chega aos cinemas confirmando que Ted Bundy continua midiático. Dirigido por Joe Berlinger, o longa é comandado pelo mesmo realizador da série documental "Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy", um potente retrato sobre o julgamento e os crimes cometidos pelo psicopata americano.
Os dois projetos são da Netflix. O doc já está disponível na plataforma de streaming e o longa-metragem teve o seu lançamento no Brasil restrito, por enquanto, aos cinemas, com o selo Paris Filmes.
"A Irresistível Face do Mal", aliás, acaba padecendo perante o sucesso de "Conversando com um Serial Killer". Mesmo sendo gêneros diferentes e, o que é mais importante, criados para serem consumidos por públicos distintos, é impossível não fazer comparações.
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O filme, infelizmente, não tem a mesma potência e intensidade narrativa do documentário e erra em vários quesitos. Primeiro, por romantizar a trama, que é baseada no livro "The Phantom Prince: My Life With Ted Bundy", de Elizabeth Kendall, uma das esposas do assassino. Portanto, uma história mais branda e mais "higienizada" já era esperada.
"A Irresistível Face do Mal" é um suspense quase "gelado", que faz questão de não mostrar as cenas de assassinato com realismo (seria para não chocar à plateia?) e conta com um protagonista, Zac Efron (o eterno galã de "High School Musical"), ainda "verde" e sem potencial dramático para interpretar um protagonista de personalidade multifacetada. Lógico, Efron tem a beleza de Ted Bundy na juventude, mas o criminoso era muito mais do que atrativos físicos.
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Soa estranho a necessidade do roteiro em questionar, a todo instante, se o personagem é mesmo assassino. No filme, Lily Collins, que não compromete como Elizabeth Kendall, pergunta várias vezes: você realmente cometeu esses crimes?.
Claro, faz parte da construção linear do roteiro. Contudo, o vício narrativo deixa claro a parcialidade da produção, que, quase que de forma maniqueísta, tenta transformar Ted Bundy em só mais um bandido sedutor.
PERIGOSOS
Por falar em Ted Bundy, o Gazeta Online aproveitou a estreia de "A Irresistível Face do Mal" para listar os dez serial killers mais famosos do cinema. Prepare a "pipoca-nervosa" e embarque no puro horror!
1) Hannibal Lecter
Eternizado por Anthony Hopkins no premiado "O Silêncio dos Inocentes" (1991), o psiquiatra até hoje assombra nossos pesadelos com a sua mente diabólica, olhar lascivo e capacidade de esquartejar suas vitimas ouvindo música erudita. O personagem foi retratado em mais dois longas "Hannibal" (2001) e "Dragão Vermelho" (2002) e ganhou uma versão criada para uma série homônima de TV, interpretado por Mads Mikkelsen. Veja o trailer do filme abaixo.
2) Normam Bates
Anthony Perkins ficou marcado na mente dos fãs por interpretar o psicopata com Complexo de Édipo que tocou terror no clássico "Psicose" (1961), do mestre Alfred Hitchcock.
3) Jason Voorhees
Personagem da série "Sexta-Feira 13", Jason talvez seja o maior ícone da cultura pop para os amantes dos filmes gore. Foram 12 longas e quase 300 mortes - com muito sangue - usando apenas uma máscara de hóquei e uma faca "sanguinária". A interpretação de Kane Hodder para o vilão é clássica.
4) Michael Myers
O garoto esquisitão, que começou a matar aos seis anos, apareceu pela primeira vez na série "Halloween", em 1978. O clássico criado por John Carpenter também ganhou inúmeros remakes e continuações, inclusive uma versão sombria pelas mãos do roqueiro Rob Zombie, em 2007.
5) Chucky
Também ícone pop desde o lançamento do primeiro filme, em 1989, o queridinho de "Brinquedo Assassino" é uma reencarnação de Charles Lee Ray, nome derivado de Charles Manson, Lee Harvey Oswald e James Earl Ray, assassinos reais e que ainda são reconhecidos por crimes bárbaros. Um boneco sinistro, com cara demoníaca, que sai matando usando apenas uma faca ensanguentada. Mais um remake do filme estreia em agosto de 2019.
6) Leatherface
Primeiro serial killer gore a fazer sucesso no cinema, o personagem clássico criado por Tobe Hooper em 1974 ainda causa calafrios ao aparecer - em uma das várias versões que já teve para o cinema - correndo atrás de loiras gostosonas em "O Massacre da Serra Elétrica".
7) Freddy Krueger
Criado pelo gênio do horror Wes Craven, na série "A Hora do Pesadelo", o assassino fantasma de garras mortais habita os pesadelos dos jovens de Springwood. Foi eternizado pela grande atuação de Robert Englund.
8) Ghostface
Outro ícone pop criado pelas mãos de Wes Craven, o assassino com a máscara inspirada no quadro "O Grito", de Edward Munch, é a grande atração da série "Pânico", que revigorou o cinema de horror adolescente nos anos 1990 e chegou a ganhar uma série. A máscara, inclusive, fez sucesso em todo o mundo.
9) Jigsaw
Quem nunca gelou a espinha ao ver a sombria voz do sinistro (e misterioso) Jigsaw (Tobin Bell) em sua frase célebre: "Vamos jogar um jogo?", na série "Jogos Mortais"? A partir daí, os fãs já sabiam que corpos mutilados, mortes cruéis e violência gratuita estavam por vir. O primeiro filme estreou em 2004 e é o melhor da saga, que conta com oito títulos e uma bilheteria de quase US$ 900 milhões. A série vai ganhar uma nova versão, que estreia no final de 2020.
10) Jack Torrance
Talvez o mais sombrio psicopata do cinema. Ficou eternizado pela "doentia" interpretação de Jack Nicholson no clássico de 1980, "O Iluminado", de Stanley Kubrick. Baseado na literatura de Stephen King. Veja o trailer de "O Iluminado" a seguir.
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