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Com filme em cartaz, capixabas falam da paixão pela Turma da Mônica

Com filme em cartaz, capixabas falam da paixão pela Turma da Mônica

Na expectativa para conferir "Laços", em cartaz nos cinemas, leitores contam suas histórias ligadas à turma do bairro do Limoeiro

Publicado em 28 de junho de 2019 às 16:53

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Cena do filme "Turma da Mônica - Laços" . (Divulgação/Paris Filmes)

Os fãs esperaram quase 60 anos para, finalmente, conferirem as aventuras de Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali em versão live action nos cinemas. A ansiedade foi saciada com a estreia de "Turma da Mônica - Laços", em cartaz em mais de 700 salas do país prometendo ser um dos sucessos de bilheteria das férias de julho.

Acreditando ser uma das leitoras número um dos quadrinhos criados por Maurício de Sousa, a fonoaudióloga Jhô Bittencourt, 43 anos, fala da ansiedade por ver a turminha na telona. "Leio as revistas desde os 10 anos. Morava no interior do Espírito Santo e contava os dias para virmos a Vitória só para comprar", relembra, saudosista, dizendo que, na infância, era chamada de Mônica pelos colegas de Mantenópolis (ES).

>Maurício de Sousa fala da estreia de "Turma da Mônica - Laços"

"Era morena, dentuça e brigona. Sempre fui meio brava e, como ela, adorava defender os meus amigos. Só não tinha um Sansão, mas resolvia as confusões do mesmo jeito, na base da força", ri, dizendo que, pelo menos, a filha Luísa (7) conseguiu ter o mesmo coelhinho da "goldinha bligona" mais famosa do país. "Ela herdou a minha paixão pelos personagens. Tem uma coleção de vários bonecos e mais de 100 revistas. Prefere ler em papel, de maneira tradicional. Como no meu caso, a Turma da Mônica despertou nela a sede de leitura. Hoje, faz questão de organizar festas temáticas sobre o assunto e vê todos os desenhos que passam na televisão".

Jhô Bittencourt com sua filha Luísa, fã da Turma da Mônica. (Vitor Jubini )

Jhô credita o sucesso da série de Maurício de Sousa a sua aposta em difundir a cultura regional e destacar o que o país têm de melhor: a simplicidade. "A trama é realista. Mostra uma criança normal, que tem amigos comuns a qualquer pessoa: o comilão, o 'sujinho', o que fala errado... Este é o verdadeiro conceito de família, a que preserva e respeita a diversidade", opina.

Sobre "Turma da Mônica - Laços", que é baseado na HQ criada pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, Jhô e Luísa esperam ver o mesmo naturalismo presente no gibi. "Foi a Luísa que me falou do filme. Ela acha que vai ver uma trama detetivesca, bem parecida com a série 'Detetives do Prédio Azul'. Eu só quero curtir uma história que lembre as leituras da minha infância. Sou menos exigente", despista.

Veja o trailer de "Turma da Mônica - Laços"

DADOS E PAIXÃO

A engenheira de produção Maria Angélica Bertolini, de 42 anos, também conta as horas para conferir "Laços" no cinema. Ela cresceu lendo os gibis de Maurício de Sousa. "Foi essencial para a minha formação.  Comecei com os quadrinhos aos sete anos", detalha ela que, como muito fãs dos personagens, gosta de guardar tudo relacionado à turma da Mônica, principalmente dados históricos.

Primeira exemplar da revista "Mônica e Sua Turma", de 1970. (Divulgação/Editora Abril)

"Tenho um artigo que diz a data certa da primeira publicação impressa de Maurício de Souza - que, anteriormente, era repórter policial -: 18 de julho de 1959, quando a tirinha do Bidu e do Franjinha estrearam no jornal 'Folha da Tarde' (que, em 1999, foi substituído pelo 'Agora São Paulo')", relembra, com um "quê" de orgulho de fã.

>Mangá da 'Turma da Mônica' será lançado em julho

Angélica, que sonha em conhecer o estúdio de Maurício de Sousa, gosta de guardar relíquias de colecionador. "Tenho a primeira edição da revista da Mônica, lançada em 1970. Também gosto de dar uma olhada nas edições em outros idiomas, até para saber como os personagens são adaptados para a cultura de cada país", confessa, dizendo que gostou da versão criada para os Estados Unidos.

"Não perdeu muito a essência da história, que sempre foi de respeito às diferenças e interação social. Uma realidade também muito debatida na cultura americana. Só não curti muito os nomes dados aos personagens por lá", brinca, resmungando.

Versão em inglês para os quadrinhos da "Turma da Mônica", o "Monica's Gang". (Divulgação)

A título de curiosidade, na "Terra do Tio Sam", a revista ganhou o sugestivo nome de "Monica's Gang". O Cebolinha virou Jimmy Five, Cascão se chama Smudge e Magali, Maggy. Atualmente, a revista é editada em mais de 50 países, sendo sucesso de publicação em toda a Ásia, Itália, França e Estados Unidos.

COMO VISITAR A MAURÍCIO DE SOUSA PRODUÇÕES

Vista panorâmica dos Estúdios Maurício de Sousa Produções, batizado de "Rua dos Limoeiros". (Divulgação/ Maurício de Sousa Produções)

Como Maria Angélica, sonha em visitar os estúdios onde a Turma da Mônica é criada? Interagir com os desenhistas, brincar com os games, conversar com os personagens e conhecer as próximas atrações dos quadrinhos mais famosos do Brasil? Isso, agora, é fácil.

A Maurício de Sousa Produções, que fica em São Paulo, foi batizada de "Rua do Limoeiro" e está aberta à visitação até janeiro de 2020. A jornada, que acontece semanalmente às terças, quartas e quintas, é de duas horas. A entrada é permitida para pessoas acima de cinco anos. Os ingressos custam R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia) e podem ser comprados pela Internet.

O Estúdio Maurício de Sousa Produções, em São Paulo, está aberto à visitação até o início de 2020 . (Divulgação/Maurício de Souza Produções)

Fazer a visita é como embarcar em um mundo de sonhos. Logo no início, o público assiste a um vídeo de Mauricio de Sousa contando a história do estúdio, onde são criadas 1,5 mil páginas de gibis por mês. Em seguida, podemos conferir imagens dos primeiros desenhos do cartunista, assim como os primeiros bonecos de Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali. Uma deliciosa relíquia.

>Confira os filmes em cartaz no ES de 27 de junho a 3 de julho

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Os fãs também têm a oportunidade de acompanhar o trabalho dos departamentos de Design e Criação, Roteiro e Arte Final. Por lá, você pode conhecer videogames, desenvolvimento de aplicativos e até ver como é feita a dublagem dos desenhos animados. Celulares e câmeras não são permitidos. Mas, não se preocupe: um fotógrafo acompanha para registrar todos os momentos.

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