Para Leonardo Lima, tudo começou com a imaginação. Desde pequeno, desenhava mentalmente capas de discos que escutava como uma alternativa à versão oficial. Em pouco tempo, as ilustrações ganharam vida e saíram da cabeça. Agora, aos 39 anos, ele faz o maior sucesso com fotografias e colagens na GC36, galeria colaborativa de Pinheiros, em São Paulo, onde já expõe desde 2019.
“Eu já vinha produzindo meu trabalho há um bom tempo. Fazia trabalhos mais comerciais na área da fotografia, mas sempre desenvolvendo um trabalho que se costuma chamar ‘autoral’. No fim de 2018, comecei a negociar com a galeria e faço parte do portfólio desde janeiro de 2019. Estou na GC36 desde o início, pode-se dizer”, fala.
O capixaba e mais de outros 50 artistas têm parte de suas obras expostas também na internet, por meio de plataforma da própria galeria. Leonardo, com a linguagem visual da fotografia, busca explorar as mais variadas temáticas e dar valor a detalhes que passam despercebidos nas imagens.
As colagens Frida, Butterflies, Dreaming, Fauna, Flowers and Macaw, Frame, Her Dream, Look, Orient, Statue, Thinking, Untitled e Walking são algumas das obras do artista que estão disponíveis no site da GC36.
O artista, que mora em São Paulo desde 2016, se mudou do Espírito Santo para o Rio de Janeiro três anos antes, em 2013. “As duas mudanças foram por motivos que não a fotografia, mas com certeza influenciaram muito no trabalho. São vivências intrigantes para quem está criando. Novas pessoas, lugares e, claro, novas oportunidades”, pondera.
Sobre a arte, Leonardo frisa que sempre gostou de fotografar. Mas, com o tempo, passou a intervir manualmente nos cliques que registrava. Daí nasceram as colagens, que ele gosta de chamar mais de caminho de refúgio, já que a técnica surgiu durante a pandemia da Covid-19.
“Existem as colagens e as fotografias. Desde o início sempre gostei de intervir nas fotos que ia fazendo. É um trabalho que se complementa. As colagens são produções mais novas, fruto do isolamento provocado pela pandemia. Queria produzir e não podia sair de casa. Assim, fui forçado a procurar um novo caminho de expressão, ou, como gosto de falar, de refúgio”, detalha.
Natural de Colatina, Noroeste do Espírito Santo, o capixaba também sentiu na pele, além da impressão na arte, os efeitos que o coronavírus provocou na humanidade. “Vivemos muito na virtualidade”, diz, ao justificar o motivo que o faz valorizar tanto as galerias de arte físicas. “A galeria tem uma função importante de ser um espaço em que haja o contato real com a obra”, continua.
“É muito difícil falar do ‘hoje em dia’ sem lembrarmos que ainda estamos em uma pandemia e que o mercado sofreu com os efeitos dela. Agora, em termos de melhora, apontaria que, para o mercado virtual em que nós nos adaptamos, como a própria galeria, é algo extremamente positivo. Mesmo quem não está em São Paulo pode ter acesso ao conteúdo”, explica.
E termina: “É um ponto de encontro, de conversa, de aprendizagem. Seja para quem produz ou para quem consome. É preciso pegá-la na mão. Ver de perto mesmo”.
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