Com o objetivo de explorar os talentos musicais do Espírito Santo e dar visibilidade às composições autorais instrumentais, o II Festival Rota Imperial começa nesta quinta-feira (25) com 10 apresentações de artistas locais. Os ritmos tocados giram em torno do chorinho, jazz, música clássica e MPB.
Nomes como Potiguara Menezes, Lucius Kalic, Jura Fernandes, Wanderson Lopes e HeptaSopro estão na programação de lives que acontecem até sábado (27), no Instagram de cada artista. Na quinta e na sexta, as apresentações começam às 19h. No sábado (27), o início é mais cedo, às 18h.
"Escolher apenas 10 artistas foi uma decisão bastante difícil. Todos os inscritos possuem alta qualidade musical. Na curadoria, priorizei os artistas das cidades no entorno do Rio Doce e tentei fazer uma mescla de ritmos musicais para garantir um pouco da diversidade cultural do nosso Estado. Estamos ansiosos para ver as apresentações. Espero que o público goste e se divirta", explica a diretora de produções da Caju Produções, Tania Silva
Além da oportunidade de visibilidade, o evento oferece um incentivo num momento de isolamento social, em que o setor cultural ficou impossibilitado de realizar suas atividades. A apresentação que tiver a maior audiência de público na plataforma do Instagram recebe ainda uma premiação especial: uma bolsa de aquisição em equipamento musical.
"O Rota Instrumental abre oportunidade para que artistas possam apresentar suas composições instrumentais para o público, principalmente no meio da pandemia, em que os eventos estão suspensos. É uma chance do público conhecer e valorizar os músicos locais, que estão fora da região metropolitana", conta a diretora, que já trabalhou com grandes artistas, inclusive Flávio Venturini, ex-integrante da banda 14 Bis.
Com um repertório que vai da MPB ao Gospel, Édney Oliveira é a primeira atração a se apresentar no Festival Rota Instrumental. Influenciado pelos pais, o artista de 27 anos cresceu inserido no mundo musical, fazendo apresentações em igrejas e com bandas da região de Baixo Guandu. Atualmente, além de fazer suas próprias composições, atua como músico em eventos e como professor na Musicalizar_epm em Baixo Guandu.
Lucius vai apresentar composições autorais e arranjos para violão solo com influências de diversos estilos musicais, em especial da música de concerto, da MPB e do choro. Bastante eclético, Lucius é compositor, violonista, arranjador e guitarrista. Desde 2018, cursa bacharelado na Ufes em composição com ênfase em trilha musical. O gosto pela música fez com que Lucius, em 2017, fundasse a Astral Transcrições, uma editora especializada em literatura musical. O livro de estreia foi o Song Book Sérgio Sampaio.
O músico Marcelo Porto, sob os ensinamentos de Odette e Bené da Flauta, fecha a noite num duo com o violonista e amigo João Roberto Conde Magno, que toca um violão de 7 Cordas. Educador musical e compositor, Marcelo também é flautista em rodas de choro no Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. A diversidade musical é um dos marcos do artista, que busca abrir e criar pontes ao diálogo entre o erudito e o popular.
O pianista Roger Bezerra abre a noite com diversas composições próprias, demarcando sua sensibilidade num piano verdadeiramente brasileiro. O artista, ao longo de sua trajetória, coleciona uma série de participações ao lado de artistas como Cláudio Zoli, Lecy Brandão, Flávio Venturini, Miele, Victor Biglione, Marcos Suzano, Arthur Maia, Carlos Bala, Derico (Jô Soares), Loalwa Braz, Luck Mervil (Canadá) e Roberto Menescal. Um dos pontos altos da carreira é quando Roger, na banda Aquarela do Brasil, representou o Brasil na reuniões dos países do Mercosul. O músico ainda atuou como tecladista, diretor musical e arranjador na banda Dallas Company.
Potiguara Menezes é representante da música instrumental indo tanto no erudito quanto no popular. Suas composições mesclam os universos sonoros de diversos gêneros musicais, principalmente aqueles oriundos do Brasil, tecendo uma trama de linhas melódicas, coloridos harmônicos, ritmos característicos e atmosfera improvisativa. O repertório apresenta traços de bossa-nova, choro, jazz, balada, chacarera, rumba e música africana, entre outros. Todo esse talento o levou a centenas de concertos e shows (solo e com diversos grupos e artistas), nos últimos 20 anos, passando pelo Brasil, Estados Unidos, Europa e Coréia do Sul. Em 2020, destacou-se pela sua atuação como arranjador e performer nos álbuns “Cenas de um Amor” (Seis com Casca e Leila Pinheiro) e “Songbook Carlos Papel”. Menezes é um dos seis finalistas da 6ª edição do Prêmio Profissionais da Música (PPM), na categoria arranjador.
O guitarrista já tocou no projeto da Secult de Circulação Cultural com grandes nomes da MPB e do Jazz capixaba, além de diversas participações em grandes festivais, como o Circuito Sesc Instrumental RJ, Festival Internacional de Domingos Martins, Circuito de Jazz no Sesc Glória, entre outros. Participou ainda com a Camerata do Sesi/ES no tributo ao Arthur Maia no Santa Jazz 2019.
Com sua guitarra, Jura Fernandes une o congo e pop, uma mistura que contribuiu para divulgar parte da cultura capixaba pelo Brasil. O show "Guitarra Canta Congo" ocorre no sábado às 18 horas. Nele, Jura explora os sons dos tambores e casacas com guitarras distorcidas. A paixão do músico pelo Congo vem dos tambores da Barra do Jucu no início dos anos 2000, quando foi um dos criadores da banda Casaca. Em sua trajetória, estão ainda sua presença na banda Forró Bemtivi e Hot Club Vitória, além de uma temporada de shows na França, com apresentações importantes como EuroDysney e Blunote.
“Concerto na sala” é um musical em que o artista Wanderson Lopez apresenta as obras escritas e arranjadas para violão de 8 cordas. É um típico homem da Renascença, pois consegue harmonizar em um só suas faces de violonista, multi-instrumentista, compositor, arranjador, professor e artista plástico. Mineiro, nascido em Aimorés e capixaba por formação e devoção, desenvolveu uma discografia de alta qualidade que abrange não só discos-solo, como projetos que incluem o Baobab Trio e o Orizzonti 6. Em seu último trabalho musical, homenageia o Rio Doce, que dialoga com o jazz atual, o impressionismo e a música brasileira.
O duo composto por Julio Camelo e Bastian Herrera, traz estilos e cores diferentes com o Jazz Cigano, que é uma tendência musical iniciada na década de 1930, pelo guitarrista Django Reinhardt. O jazzman influenciou músicos norte-americanos com um caminho reverso ao jazz saído de New Orleans. Como as suas origens estão em grande parte na França, é frequentemente chamado pelo nome francês, "Jazz manouche" ou "Manouche jazz”. Com tantas influências musicais em suas vidas e a paixão pelo tom latino-americano, Julio e Bastian, juntaram-se para apresentar o gypsy jazz, latinidades e clássicos do jazz ao som do violão cigano, clarineta e escaleta.
O HeptaSopro é formado por Luciano Furtado ao violão 7 cordas e Matheus Viana na flauta transversal. O duo tem em suas raízes o choro, que é considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira e ao longo dos anos se transformou em um dos gêneros mais prestigiados da música popular nacional, reconhecido em excelência e requinte. Ambos se espelham em grandes nomes como Hamilton de Holanda, Pixinguinha, Arlindo Cruz e João Nogueira. Com o repertório voltado para o samba e o choro, Luciano e Matheus criaram uma identidade própria através de arranjos autorais inovadores, explorando as particularidades dos instrumentos, das canções e de si próprios.
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