O antigo Hotel Majestic, no Centro de Vitória, deverá voltar a ser aberto à população apenas em 2022. O espaço voltará a ser um centro cultural após acordo entre governo do Estado e a Associação Alef Bet, instituição judaica que assumirá o comando do edifício após chamamento público. O contrato será firmado até o fim de novembro deste ano e terá duração de 15 anos.
O documento dá a certeza de que o espaço de mais de mil metros quadrados será ocupado com atividades culturais de graça para a comunidade, conforme anúncio feito pelo governador do Estado, Renato Casagrande, nesta quarta (30), via redes sociais. Mas, de acordo com a Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger), o prazo para que tudo fique pronto é de até 970 dias.
Depois de assinado o contrato, o passo seguinte será fazer a obra de recuperação e de reforço estrutural da edificação; reparação e instalação de revestimentos de pisos, paredes e tetos; adequação quanto às necessidades de acessibilidade; execução de calçada cidadã; entre outras melhorias como o sistema elétrico e hidrossanitário. Mas todo esse movimento de reforma já estará na conta da associação, que inclusive foi a única interessada pelo imóvel público durante o chamamento feito pelo Executivo capixaba, entre maio e julho deste ano.
Vale destacar que a responsabilidade pela conservação do prédio é da associação e todas as obras previstas terão que ter projeto apresentado e aprovado pela Seger antes que sejam postas em prática. Assim, 440 dias do prazo de entrega são para elaboração, correções e efetiva aprovação do projeto de recuperação junto à secretaria. Para a contratação e execução da obra, o governo separou outros 530 dias.
Segundo a presidente da Alef Bet, Sandra Mara de Oliveira, a nova administração ainda vai ter que encontrar parceiros que possam ajudar nas obras e, até por isso, não tem ideia de quando as aulas gratuitas começarão a ser ofertadas no novo espaço. "No nosso coração, temos a intenção de operar lá em até um ano e meio", fala, sendo otimista quanto à antecipação do prazo de quase três anos oferecido pelo governo.
A Associação Alef Bet é uma organização social sem fins lucrativos que proporciona ações socioeducativas para crianças e adolescentes das comunidades do território da região do Centro da Capital e seu entorno. Até hoje, o projeto que dá acesso cultural a crianças de baixa renda funciona em salas da sinagoga da própria instituição e em um outro imóvel, que é usado para fins administrativos, no Centro de Vitória.
A presidente da associação diz que o maior problema da instituição atualmente é falta de espaço. Por isso o interesse no prédio do Majestic. Assim, os quatro pavimentos do edifício já estão divididos por área pela associação, que separou os andares por núcleos.
Segundo Sandra, serão três núcleos: Núcleo de Assistência Social, Núcleo Artístico e Pedagógico e Núcleo de Música. Nestes locais é que vão acontecer o acolhimento das famílias, oficinas de musicalização, aulas de violão, percussão, oficina de prática oral, oficina de informática aplicada à música, oficinas diversas de sopros e outras oficinas temáticas. Também vão acontecer aulas de culinária, fotografia, artes plásticas e histórias.
No plano de ação ao que A GAZETA teve acesso, a pretensão do governo é de que a Alef Bet acolha alunos de várias escolas públicas da região do Centro, somando cerca de 400 assistidos pela ação social. "Atendemos mais de 100 alunos hoje. A ideia de ocupar o Majestic é poder ofertar nossos serviços de graça a mais pessoas e que mais famílias possam usufruir do trabalho que elaboramos", diz.
É isso o que a secretária de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger), Lenise Loureiro, acredita ser a grande vantagem de ocupar o Majestic. "A associação vai ganhar a posse de um imóvel muito bom. Ele já foi hotel, escola... É um espaço privilegiado. Hoje, a associação já é muito grande, faz um trabalho muito importante ali na região do Centro e Parque Moscoso. No Majestic, terá a oportunidade de expandir isso e vão receber novas áreas para mais atividades", defende.
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