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Consciência Negra: 6 livros para ler não apenas no 20 de novembro

Consciência Negra: 6 livros para ler não apenas no 20 de novembro

Coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Estácio dá dicas para ampliar a consciência sobre a situação da negritude no Brasil

Publicado em 20 de novembro de 2020 às 12:00

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Em 20 de novembro de 1695 o Brasil perdeu um dos seus primeiros ícones de resistência negra, Zumbi dos Palmares. A data serviu como marco para o Dia da Consciência Negra, projeto idealizado pelo professor porto-alegrense Oliveira Silveira (1941-2009), reconhecido legalmente apenas em 2011.

Segundo último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018), 56,10% pessoas se declaram negras no Brasil. Mas apesar desse grupo representar a maior parte da população brasileira, infelizmente, a história do povo negro e a reflexão sobre a Consciência Negra ainda são pautas para algumas datas do ano. A ampliação desse diálogo nas escolas, no sistema educacional e no debate público é urgente, não apenas no 20 de novembro.

“Uma das formas de iniciar essa reflexão é através da literatura, que nos traz obras marcantes para a compreensão da história e do contexto atual da população negra. Buscar e disseminar esse conhecimento é um ato de resistência e de transformação social”, aponta Paulo Sergio Gonçalves, Coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Estácio/RS.

Paulo Sergio Gonçalves é coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Estácio/RS
Paulo Sergio Gonçalves também é Doutorando em Literaturas Africanas. (Usina de Notícias)

Por isso, o docente, que também é Doutorando em Literaturas Africanas, indica 6 livros para ler, não apenas no 20 de novembro, e que vão ampliar sua consciência sobre a situação da negritude no Brasil. (Confira a lista completa no fim do texto)

NEGROS NA LITERATURA

Além da importância de retratar a história dos negros nos livros, é necessário o aumento de publicações escritas por pretos. Segundo Paulo, o achatamento do mercado editorial para esta parcela da população é um reflexo do racismo na sociedade.

"É fácil detectarmos o fator de que os autores e autoras negros e negras em nosso país ainda sofrem um grande achatamento vindo do mercado editorial. Para tanto, basta entrarmos em qualquer livraria pelo nosso país e percorrermos as estantes. Logo iremos visualizar a grande escassez de livros de autores e autoras negros. Este fato se dá, eu acredito, como uma das consequências do racismo que está impregnado na sociedade brasileira ao prestigiar aquilo que vem do negro", começa.

"Então, sim, ainda é um desafio para o negro emplacar publicações em nosso país. Como sempre digo, ser negro no Brasil é resistir em todo tempo e em todas as instâncias", completa.

Mas o cenário não é desesperador. Segundo Paulo aida há uma luz no fim do túnel: "Estamos avançando. Hoje já temos algumas escritoras negras que se destacam, tais como Djamila Ribeiro, Ana Maria Gonçalves e Conceição Evaristo, que, como símbolo de resistência, estão lá nos representando nas estantes branqueadas de nossas livrarias. Quando falo que elas, entre outras, são símbolos de resistência, subentende-se que para haver resistência tem que haver força contrária".

CONFIRA OS LIVROS SOBRE A NEGRITUDE NO BRASIL

Capa do livro
Capa do livro "O Genocídio do Negro Brasileiro", de Abdias Nascimento. (Editora Perspectiva)

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Capa do livro "Tornar-se Negro", de Neusa Santos Souza. (Editora Graal)

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Capa do livro "Dossiê Mulheres Negras". (IPEA)

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Capa do livro "A Integração do Negro na Sociedade de Classes", de Florestan Fernandes. (Biblioteca Azul)

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Capa do livro "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda. (Companhia das Letras)

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Capa do livro
Capa do livro "O Mito da Democracia Racial", de Wilson Honório da Silva. (Editora Sundermann)

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