Plataformas de streaming são cada vez mais populares - em quatro dias, a terceira temporada de Stranger Things, da Netflix, foi exibida em 40 milhões de contas domésticas no mundo. Para conquistar esse público, as gigantes do setor começam a apostar em preços competitivos e produções originais exclusivas, como La Casa de Papel (Netflix) e His Dark Materials (HBO). É a chamada streaming wars, ou guerra dos streamings, que deve se acirrar com a chegada da Disney+, prevista para 2020.
"Esse é o melhor momento na história para ter o controle remoto, o mouse ou o celular nas mãos, e escolher o que você quer assistir", afirma Chris Sanagustin, diretora de conteúdos originais da Netflix Brasil. Com mais de 10 milhões de assinantes no País, a plataforma investe em conteúdos nacionais, como as séries 3% e O Escolhido, e em filmes com nomes populares do entretenimento, como Fábio Porchat (Porta dos Fundos).
A aposta vai ao encontro de tendências internacionais. Em seu levantamento quadrimestral, a consultoria norte-americana Nielsen constatou que, em meio a um mar de opções, a preocupação principal do consumidor ainda é o conteúdo oferecido. Em pesquisa realizada no ano passado, 57% dos entrevistados afirmaram que a variedade de produções era o atributo mais importante em um serviço de streaming. Quase metade disse buscar por programação local.
Coordenador de pesquisas do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), Fábio Senne conta que a maioria dos usuários de internet do País já prefere assistir a vídeos online. A popularização do streaming, ele afirma, foi impulsionada por fatores tecnológicos, mercadológicos e culturais. "O período em que o acesso a filmes e séries via internet mais cresceu coincide com a ampliação da internet móvel em dispositivos celulares e também com o aumento na oferta de serviços de streaming", diz. O download de filmes e séries, de forma legal ou ilegal, diminuiu no mesmo período.
Se antes bastava uma única assinatura, as produções originais acabam obrigando o público a procurar outras opções. Um levantamento feito este ano pelo portal Meio & Mensagem e a consultoria Toluna com usuários de streaming no Brasil constatou que 22% dos entrevistados mantinham mais de duas assinaturas. A maior parte dos participantes gastava entre R$ 30 e R$ 60 em serviços de streaming.
A popularização do streaming também causa impacto no mercado de TV por assinatura. Em apresentação no fórum Pay-TV, que reúne representantes dos principais canais de TV paga, o secretário executivo da Ancine, João Pinheiro, destacou como tendência global a migração de canais de TV para os serviços de streaming.
Diretor-geral da Globosat, Alberto Pecegueiro afirmou que, assim como muitos jovens buscam o streaming, ainda há um contingente significativo de pessoas que preferem a TV linear. "O nosso objetivo é juntar os dois", disse. Ele destaca a "appointment television" - ou programação de TV que instiga o público a assisti-la no momento da transmissão - como uma das principais apostas do setor.
Entre as operadoras, uma tendência é realizar parcerias. Diretor de marketing fixo da Vivo, Gustavo Nobrega afirma que metade dos clientes da Vivo TV consome conteúdos sob demanda. Desde 2018, a operadora integrou a Netflix à sua plataforma de TV.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
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