Em tempos de quarentena e isolamento social (únicas medidas para conter o avanço da pandemia do coronavírus), a cultura capixaba encontrou nas redes sociais a maior aliada para vencer a crise que se instaurou no setor após o cancelamento de várias apresentações.
No Estado, a web também continua sendo a maior aposta para a divulgação de trabalhos. Entre as iniciativas, está o "Fico em Casa ES", festival online que acontece na tarde deste sábado (28) e segue até a segunda-feira (30), sempre de 16h até a meia-noite. Serão mais de 160 artistas de diferentes áreas em apresentações ao vivo, que serão transmitidas pelo Instagram.
As lives acontecem no perfil de cada artista e, parte delas, serão retransmitidas pelo perfil oficial @FestivalFicoemCasaES, no próprio Instagram. Com organização e produção colaborativas, o "Fico Em Casa ES" toma como inspiração a experiência iniciada em outros Estados e até mesmo outros países, como Portugal.
Uma das organizadoras do evento, Sandrinha Oliveira, que também é produtora do bloco Afro Kizomba, destaca o caráter global da iniciativa. "Uma das colaboradoras nos deu a ideia de realizar aqui no Estado e pensamos num formato diferente. No caso, além de levar cultura para quem está em casa, decidimos também criar um incentivo para a geração de renda em épocas de isolamento social. Quem está assistindo, também pode doar um cachê simbólico", detalha.
A programação trará nomes como Sandrera, Flávia Mendonça, Monique Rocha, Mpblues, Duet's, Amaro Lima, Diego Lima, Katarina Lopes, Feijó, Adikto, Beth Mc, Suely Bispo, Nanno Viana, Barol Beats e Sista Ilú. São mais de 50 apresentações por dia, com cerca de 30 horas de programação. Entre os shows musicais, o público pode se dar o luxo de curtir dois artistas, de estilos diferentes, se apresentando no mesmo horário. Bônus quase impensável em espetáculos presenciais.
"O couvert poderá ser pago pelo PicPay diretamente na conta do artista. Queremos estimular as pessoas a consumir cultura sem sair de suas casas", ressalta, dizendo que o festival também deve ser visto como uma forma de apoio ao artista capixaba, que está passando por um momento muito delicado por conta da quarentena involuntária.
"Eles querem disponibilizar seu trabalho de forma colaborativa. Alguns não precisam da renda que pode vir dos couverts, pois possuem reservas ou outros recursos. Por outro lado, existem artistas que dependem de seus shows e apresentações para garantir a renda básica da família", alerta.
Sandrinha Oliveira garante que novas iniciativas já estão em pauta, pelo menos até o fim da quarentena. "Estamos amadurecendo os próximos passos, principalmente na questão de geração de renda. Posso adiantar que o processo não será excludente, basta ser artista do Espírito Santo. Quem deseja participar, basta nos procurar pelas redes socais", adianta.
A internet, de acordo com a produtora, é uma aliada, mas, sozinha, não é capaz de suprir todas as demandas do setor. "Existem outras ações sendo organizadas, como um manifesto criado pelos artistas que participam do festival", comenta, afirmando que é importante o apoio do Estado nesse momento.
"É preciso que o governo compreenda que estamos falando de necessidades básicas para muitos artistas, músicos, circenses, poetas e pessoas da artes plásticas e do audiovisual. Então, nesse momento é preciso se reinventar", complementa.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta