O capixaba Paulo Mendes da Rocha, o maior arquiteto brasileiro vivo, recebeu a medalha de ouro da União Internacional de Arquitetos, a UIA, nesta terça (4). O júri da entidade destacou sua ousadia e virtuosismo técnico ao anunciar a láurea. Em nota, afirmou que o reconhecimento "exemplifica uma vida de realizações ao longo de sete décadas que enfatizou a arquitetura como um ato público".
Aos 92 anos, Mendes da Rocha já venceu o Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura, e foi o primeiro brasileiro a receber o Leão de Ouro da Bienal de Veneza, em 2016. Ao lado de Vilanova Artigas, ele inaugurou a chamada escola paulista de arquitetura, que destacava o papel social e humanista desses profissionais.
Entre seus projetos se destacam o Museu Brasileiro de Escultura, o MuBE, a reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Centro Cultural da Fiesp, a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e o Museu da Língua Portuguesa, todos na capital paulista. No Espírito Santo, ele é o criador do Cais das Artes, projeto arquitetônico que teve obras iniciadas em 2010 e ainda não teve finalização.
Sua obra será debatida na 27ª edição do Congresso Mundial de Arquitetos, que ocorre virtualmente até julho deste ano. Mendes da Rocha estará presente numa sessão em julho, com a brasileira Carla Juaçaba e o português Eduardo Souto de Moura, também vencedor do Pritzker.
Além da medalha de ouro, foram anunciados outros cinco prêmios, destinados a nomes que se destacaram nas áreas de ambientes sustentáveis e humanos, tecnologia, escrita arquitetural, planejamento e projeto urbano e arquitetura voltada para populações desassistidas. Os vencedores foram, nesta ordem, Diébedo Francis Kéré, de Burkina Faso; a indiana Anupama Kundoo e o francês Rudy Ricciotti; o turco Dogan Kuban; o espanhol Joan Busquets i Grau; e o casal australiano David Kaunitz e Ka Wai Yeung.
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