Com objetivo garantir acesso da população à arte, em especial à arte contemporânea, além de disseminar informação e oferecer formação, a Galeria Homero Massena, no Centro de Vitória, dá continuidade ao seu Programa de Pesquisa e Formação. Na próxima terça-feira (22), acontece o segundo módulo do programa que terá a curadora e fundadora da Associação Cultural Videobrasil, Solange Farkas, como palestrante.
O projeto é coordenado pela professora Rízzia Rocha e pelo coordenador de Artes Visuais da Galeria Homero Massena, Nicolas Soares. O encontro será às 19h30, no Palácio da Cultura Sônia Cabral, também no Centro Histórico.
Com o tema "O deslocamento na construção poética", Farkas vai falar sobre seu trabalho de mapeamento e ativação de artistas do eixo sul geopolítico, que por muito tempo foram tidos como periféricos na história. A entrada é franca.
Segundo o diretor da Galeria Homero Massena, Nicolas Soares, ao longo da história sofremos por uma hierarquização de saberes, predominantemente de culturas de raízes europeias. Porém, na virada do século XXI houve uma fortificação e um processo de reescritura dos conhecimentos do Sul.
"Assim podemos considerar a presença de diferentes lógicas e diferentes formas de pensar, das culturas que compõem nossas raízes e nossa história, preservando nossas diferenças a fim de uma fortificação do sujeito e sua autonomia", afirma Nicolas Soares.
Para o diretor, a produção artística atual tem se voltado para essas questões propondo uma revisão da História da Arte, assim como uma revisão de nosso lugar e ideia de pertencimento como brasileiros e latino-americanos.
"O que temos encaminhado é a elaboração de nossas próprias narrativas do Sul, e não mais a assimilação de outras que são construídas para nós. Artistas como Hélio Oiticica e Lygia Clark foram marcos para a história da arte contemporânea nacional, onde o eixo de produção e discussão emergia sobre ser do eixo sul", completa.
Solange Farkas é fundadora e presidente da Associação Cultural Videobrasil, criadora e curadora-geral do Festival de Arte Contemporânea que acontece há 36 anos; hoje a 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, com foco na produção artística contemporânea do Sul geopolítico do mundo - América Latina, África, Leste Europeu, Ásia e Oriente Médio.
Com quatro décadas de trânsito no meio cultural, Solange foi curadora-chefe do Museu de Arte Moderna da Bahia, participou, como curadora convidada, do FUSO (Portugal), da DakArt - Bienal de Arte Africana Contemporânea (Senegal), do 6º Festival Internacional de Vídeo de Jacarta (Indonésia), da 10ª Bienal de Xarja (Emirados Árabes Unidos), da 16ª Bienal de Cerveira (Portugal) e da 5ª Videozone Bienal Internacional de Videoarte (Israel). Criadora e diretora da Associação Cultural Videobrasil, atua como diretora artística do festival e bienal Sesc_Videobrasil desde sua primeira edição, em 1983, investindo na criação de seu acervo e na criação de uma ampla rede de parceiros institucionais nos cinco continentes.
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