A ministra Damares Alves afirmou, nesta segunda-feira (14), que está tomando providências contra o filme da Netflix "Lindinhas". O longa, que venceu o Sundance, entrou na mira da ministra, que por meio do Facebook chamou a produção de "abominável".
"Estou brava, Brasil! Estou muito brava! É abominável uma produção como a deste filme. Meninas em posições eróticas e com roupas de dançarinas adultas", escreveu Damares, que completou: "Quero deixar claro que não faremos concessões a nada que erotize ou normalize a pedofilia! Quero aproveitar e dar um recado aos pedófilos que por anos tem vindo ao Brasil abusar de nossas crianças: no Brasil existe um Governo que se importa de verdade em proteger as crianças e as famílias".
No Twitter, ela voltou a comentar o caso e respondeu a um usuário que perguntou se ela estava ciente da produção. "Não vamos ficar de braços cruzados. Deixa comigo", escreveu, e em seguida disse que está estudando quais medidas poderão ser tomadas.
Nas últimas duas semanas, o filme tem sido alvo de críticas. Nas redes sociais, usuários já acusavam a plataforma de sexualizar crianças desde que o lançamento do pôster que mostrava crianças de roupas curtas. Após as críticas, o cartaz foi removido do ar pelo serviço de streaming.
Recém-lançado na Netflix, o longa conta a história de Amy, uma menina de 11 anos de origem senegalesa que se muda para a França com sua família. A pequena conhece um grupo de dança de garotas de sua idade, Mignonnes --também o nome original do filme, em francês--, o que não é aprovado por sua família religiosa e conservadora.
O longa, acusado de sexualizar crianças, chegou aos assuntos mais comentados no Twitter nos Estados Unidos quando estreou no catálogo da Netflix. Em entrevista ao site especializado Deadline, a diretora e roteirista Maïmouna Doucouré disse que recebeu ameaças de morte.
Em resposta ao reboliço, a Netflix publicou uma entrevista com a diretora num vídeo chamado "Why I Made Cuties", em que ela comenta a obra. O filme tem uma proximidade com a história pessoal de Doucouré, que também é de família senegalesa, mas nasceu e foi criada em Paris. Ela defendeu o caráter crítico da obra.
"Amy acredita que pode encontrar sua liberdade por meio desse grupo de dançarinas e por meio de sua hiperssexualização. Mas isso é realmente a verdadeira liberdade? Especialmente quando você é criança? Claro que não", diz a cineasta.
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