Morreu nesta quarta-feira, 16, o diretor teatral Francisco Medeiros. Diagnosticado com câncer na próstata, ele estava internado desde setembro no Hospital AC Camargo, na Aclimação.
Chiquinho, como era conhecido, enfrentava a doença há dez anos. Nos últimos tempos, o câncer atingiu metástase. O artista deve ser velado e cremado na Vila Alpina.
Nascido em São Paulo, o encenador trabalhou com dança nos grupos Stagium, com a bailarina Ruth Rachou e Maria Duchenes. Estreia na direção com Fando e Lis, de Fernando Arrabal, em 1972.
Nos anos 1980 monta Tronodocrono, de José Rubens Siqueira e Gabriela Rabelo, O Cárcere, do mesmo autor, e Simón, De Isaac Chocrón, que estreou no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Artaud, O Espírito do Teatro (1984) é considerado uma de suas maiores encenações, novamente em parceria com Siqueira. Sua direção foi premiada com um Prêmio Molière. Em 1987, ele estreia Depois do Expediente, de Franz Xaver Kroetz, que rendeu um Molière à interpretação de Ileana Kwasinski.
Sua relação com a formação de artistas e novos atores levou o diretor e alunos da Escola de Arte Dramática a montar uma versão de A Gaivota, no porão do CCSP. Também atuante no teatro infanto juvenil, Chiquinho tem fez uma série de espetáculos voltados para este público, entre eles Sherazada, em 1996. No ano seguinte, embarcou para o Angel Award do Festival de Ediumburgo com o espetáculo Nelson Rodrigues: Flor de Obsessão, com o grupo Pia Fraus.
Além de criador, Chiquinho atuou como crítico de teatro para crianças do Jornal da Tarde, extinto diário do Grupo Estado, entre os anos 1978 e 1980.
A dança também não passou distante dos estudos de Chiquinho. É dele obras como Iribiri, para a Cisne Negro Companhia de Dança, e O Reino do Meio-Dia, de Antonio Nóbrega.
Sua última encenação foi a direção compartilha com da Extinção, ao lado de Marcio Aurelio, no solo de Denise Stoklos, que estreou em 2018, no Sesc Consolação. Desde então, Chiquinho se dedicava a prestar consultoria com jovens grupos de teatro e dança no interior do estado.
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