Kevin Feige, presidente do Marvel Studios, está empolgado com a chegada do Disney+ ao Brasil, na próxima terça-feira. "Você sabe que o Brasil tem os melhores fãs do mundo, e especificamente os melhores fãs da Marvel do mundo", disse ele em entrevista ao Estadão, por telefone. Uma de suas últimas viagens foi justamente ao País, para a CCXP, em dezembro passado. "Esse público, em particular, vai mergulhar no conteúdo do Universo Cinematográfico Marvel na plataforma."
Todos os 23 longas produzidos nos últimos dez anos vão estar disponíveis na estreia, divididos por fase, por ordem de lançamento e cronológica. "Uma das coisas legais a acontecer neste ano difícil foi que muita gente me disse ter passado tempo vendo os filmes que não tinha visto ainda. Eu amo quando transformamos fãs casuais em fãs hardcore. E acho que o Disney+ é o lugar perfeito para isso acontecer."
A pandemia fez com que pela primeira vez não houvesse nenhum lançamento com a assinatura Marvel nos cinemas, com exceção de 2009. Pior: a companhia também deixou para o ano que vem a estreia de suas séries feitas especialmente para o Disney+. Mas Feige disse estar entusiasmado de supervisionar também as séries de televisão - programas como Agentes da S.H.I.E.L.D e Demolidor eram feitos pela Marvel TV para canais como a ABC nos Estados Unidos ou para a Netflix.
"Tudo aconteceu na hora perfeita", disse Feige. "Estávamos terminando o que chamamos agora de Saga do Infinito, com Vingadores: Guerra Infinita e indo para Ultimato, quando a Disney nos disse que iam lançar o streaming. Foi muito empolgante podermos exercitar nossa criatividade num novo meio e num novo formato."
Isso significa que as séries agora fazem oficialmente parte do mesmo universo e estão conectadas aos filmes - sim, vai ser preciso ver os programas no Disney+ para entender a narrativa contínua dos longas. As três primeiras - WandaVision, Falcão e Soldado Invernal e Loki - acontecem depois dos eventos de Vingadores: Ultimato.
No caso de Loki (Tom Hiddleston), reencontramos o levado e amado irmão de Thor logo depois de ele pegar o Tesseract e desaparecer em Ultimato. Outros personagens que vão estrelar séries do Disney+, como Ms. Marvel, She-Hulk e Cavaleiro da Lua, podem no futuro também aparecer no cinema. "Pela primeira vez, de forma bem direta e conectada, as histórias vão se entrelaçar entre o Disney+ e os filmes", contou Feige.
A primeira série, WandaVision, uma espécie de sitcom com Wanda Maximoff, conhecida como Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), e Visão (Paul Bettany), vai ser lançada em janeiro. O trailer provocou reações de surpresa com o formato de sitcom, com cenas em preto e branco.
"Eu acho que a reação foi perfeita: o quêeeee? O que estão aprontando agora? O que é isso? Porque eu acho que é isso que mantém a originalidade, não saber o que esperar", afirmou Feige.
Para ele, WandaVision é o pontapé inicial ideal. "Porque é uma carta de amor não apenas para os personagens e sua história nos quadrinhos, mas também à televisão."
Bettany se mostrou igualmente animado. "A série é tão doida quanto o trailer", contou o ator em entrevista ao Estadão. "E fica mais doida ainda. Filmamos na frente de uma plateia. A história vai percorrendo as décadas, ficando mais complexa, como um quebra-cabeças que você precisa resolver para descobrir o que de fato está acontecendo nessa cidade, com esse casal. Mal posso esperar para as pessoas verem. Na verdade, eu mal posso esperar para ver! Estou empolgado."
O Disney+ representa uma expansão do universo Marvel, com experimentação de formatos e a chance de explorar melhor os atores e os personagens. "Podemos exibir o talento de Paul Bettany e Elizabeth Olsen em cada episódio. Conhecemos os personagens há anos, mas eles nunca tiveram chance de ter suas próprias tramas", informou Feige. "E isso vale para Falcão e Soldado Invernal e para o amado Loki."
Como Kevin Feige consegue fazer tudo isso e manter a coesão do universo é uma questão. "Eu tenho uma equipe ótima", garantiu, modestamente. "Nós somos um time relativamente pequeno, que trabalha há tempos junto, porque costumamos promover as pessoas de dentro. Todos compartilhamos a mesma paixão e sabemos que é um privilégio trabalhar nesses projetos."
A covid-19 interrompeu a produção de algumas séries e filmes e jogou as datas de lançamento para 2021, quando o mundo espera ter uma vacina. Mas, segundo Feige, pouca coisa precisou ser reformulada.
"A ordem dos longas continua a mesma. E nós já voltamos a produzir faz alguns meses, o que era importante. Os protocolos e medidas de segurança são de primeira linha. E estão indo bem. Conseguimos terminar tudo o que tinha sido interrompido pela pandemia", disse ele, que espera poder estrear os filmes em breve nos cinemas, "como deve ser", antes de eles viverem para sempre no Disney+. Mas considera o serviço de streaming o milagre do ano.
"Foi bom, porque permitiu que as pessoas mergulhassem nos filmes que já fizemos e ficassem empolgadas pelas séries que estão chegando." Agora chegou a vez dos brasileiros.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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