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Dono do hit "Tudo Ok", Thiaguinho MT lança EP com samba, funk e trap

Dono do hit "Tudo Ok", Thiaguinho MT lança EP com samba, funk e trap

Cantor que ficou famoso pelos versos "cabelo ok, marquinha ok, a unha tá ok" volta a bombar nas plataformas digitais com seu primeiro álbum, "Favela Canta", que fala dos encantos femininos e talentos nas comunidades

Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 13:23- Atualizado há 4 anos

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O cantor Thiaguinho MT
O cantor Thiaguinho MT. (Nobru Filmes/Divulgação)
Autor - Pedro Permuy
Pedro Permuy
Repórter do Divirta-se / [email protected]

"Cabelo ok, marquinha ok, unha tá ok" marcou uma grande temporada da carreira de Thiaguinho MT. A música "Tudo Ok", de 2019, é de longe o maior hit do cantor. Mas ele volta às plataformais digitais com toda a força com "Favela Canta", seu novo EP com cinco faixas que misturam samba, funk e trap em versos de resistência. Trata-se do primeiro compilado do artista.

A produção, lançada no último dia 19 de fevereiro, reflete o empoderamento feminino - característica que ele diz ser uma de suas grandes marcas. Com o ritmo, o artista também quer exaltar os talentos das comunidades brasileiras. "A minha maior inspiração foi mostrar as vozes da favela, de onde eu venho, até onde posso chegar", confidencia em entrevista à Gazeta.

O cantor Thiaguinho MT
O cantor Thiaguinho MT. (Nobru Filmes/Divulgação)

E completa: "Além disso, (a ideia de 'Favela Canta' é) mostrar que favelado não faz só funk, não que isso seja um problema, mas quero mostrar que nossos talentos são diversos e que podemos nos encaixar em diversos ritmos".

Em "Morrão", título mais bombado do EP no Spotify com mais de 25 mil plays até a manhã da última sexta-feira (26) e chamado de carro-chefe do álbum, ele é bastante fiel à própria ideia inicial. A canção fala de uma história de romance com uma menina que, volta e meia, visita o "morrão" para encontrar o amado. "A música Morrão foi a que mais representou a Favela e isso pode ter ajudado as pessoas a se identificarem", reforça.

Em "Ainda", "Elas Quer", "Bandida e Não Namora" e "Perdeu Playboy", demais canções do EP, Thiaguinho MT segue na linha de falar sobre o encanto das mulheres e cultura própria das favelas. Nas faixas, ele também conta com um corpo de convidados do funk que o ajudou a enaltecer o gênero, que vai de JS O Mão de Ouro até PK Delas e DJ 2F.

Durante o bate-papo com o Divirta-se, Thiaguinho MT também abordou os primeiros retornos que recebeu desde que lançou o EP na web, projetos futuros que já estão à vista e os detalhes em torno de "Favela Canta".

Você é o dono de um hit que é até hoje usado como pano de fundo para memes que bombam na internet. Primeiro, como você avaliou a repercussão toda, mais de um ano depois, e de que forma isso te fez crescer como artista?

  • Fico muito feliz em saber que minha música se tornou esse grande sucesso, mesmo depois de um ano. Abrir minhas redes sociais e ver que o trabalho continua a ter grande aceitação é muito gratificante. A música foi abraçada pelo público e isso me inspira a crescer como artista, me estimula, sabe! Com certeza, a música “Tudo OK” mudou a minha vida.

Ainda sobre essa repercussão... Você quis manter essa marca, de Tudo Ok, no novo EP? Podemos dizer que tentou, de alguma forma, fazer alguma referência ou se inspirar?

  • Então, o empoderamento feminino é uma das minhas marcas e está presente na maioria das faixas desse projeto atmbém. E a que mais se assemelha com “Tudo Ok” é o single “Perdeu Playboy”, que conta a história de um rapaz que perdeu a menina, ou seja, não adianta correr atrás dela, como na letra de "Tudo OK" diz: "Pro desespero do seu ex". Já a letra do "Perdeu Playboy" fala: "Baba olhando o mulherão que já foi seu…”.

Aliás, qual foi a inspiração para esse EP?

  • A minha maior inspiração foi mostrar as vozes da favela, de onde eu venho, até onde posso chegar. Além disso, mostrar que favelado não faz só funk, não que isso seja um problema, mas quero mostrar que nossos talentos são diversos e que podemos nos encaixar em diversos ritmos. E claro, que a gente pode chegar onde a gente quiser. É acreditar, batalhar muito e seguir em frente.

Estive olhando os números de Favela Canta e percebi que há um estouro em Morrão, com JS O Mão de Ouro, OIK, MC Th e Dagrace. A que atribui o sucesso dessa faixa, especificamente?

  • Cara, a música Morrão foi a que mais representou a Favela e isso pode ter ajudado as pessoas a se identificarem, sabe. Agora, ter outras vozes que também vieram de comunidades, tornou a música ainda mais especial. Na minha opinião, a música Morrão tinha tudo para ser sucesso mesmo. Fico feliz que o público está curtindo o EP como um todo.

E qual é a mensagem que quis passar especificamente com ela?

  • A mensagem principal do EP é que a música de favela não é só funk. A minha essência é o funk, e sempre vai ter algum elemento dele nas minhas músicas, mas no meu EP tem samba, trap... O que a gente quer é ser visto e respeitado como artistas, não importa o gênero. Funk é arte, assim como o samba e todos os outros ritmos.

Até pelo nome e pelas músicas, entendo que o EP como um todo quer transmitir uma mensagem de resistência de artistas que vêm das comunidades. Qual é a mensagem que você quer, efetivamente, passar e como acha que esse tipo de música, de resistência, ajuda a comunidade?

  • Uma das mensagens é mostrar de onde eu vim e a pessoa que me tornei. Que isso vire uma inspiração! Para todos que vêm de favela saberem que existem oportunidades, e que devem correr atrás dos seus sonhos, sejam eles quais forem. Não é uma estrada fácil, mas quero que outros jovens percebam que é possível!

Nesse sentido, você pensa ou planeja alguma participação em trabalho social, algum apoio a alguma comunidade?

  • Sim, não penso duas vezes quando sou convidado para ações sociais. Inclusive, uma das formas que vi para retribuir e inspirar pessoas, foi criando projetos para ajudar artistas vindos de favelas e isso já começou a acontecer neste EP.

Agora, nesse ponto há um debate grande na internet em torno de artistas que “usam” (entre várias aspas) a favela como pano de fundo para trabalhos. Primeiro, o que você acha dessa situação e segundo, não tem medo de críticas nesse sentido?

  • A favela é a minha origem, onde me criei. Não tenho medo de críticas. Não a uso como pano de fundo, pois realmente quero mostrar as coisas boas que existem nela. Muita gente conhecida saiu de lá, se tornando uma pessoa de sucesso. A favela não é só a que aparece na televisão. Tento focar em algo que seja mais próximo da realidade de uma comunidade carente. Tem muita gente decente, criativa, honesta e trabalhadora em comunidades por este país a fora…

E como tem sido o retorno que você tem recebido desde o dia 19, quando lançou o EP?

  • O retorno tem sido muito bom. Tenho recebido muitas mensagens positivas. O público tem gostado bastante! Muitos "challenges" nas redes sociais (risos). Trabalhei muito neste projeto durante a pandemia e estou muito feliz e realizado.

E como tem sido trabalhar na pandemia, lançar trabalho na pandemia, sem fazer show, sem poder promover festas...? O que tem feito nesse período?

  • Eu usei esse período da pandemia pra produzir muito conteúdo, tenho muita música, muito clipe lançado e muitos outros para lançar. O EP Favela Canta nasceu durante esse tempo, inclusive. Virá muito mais por aí!

E o que pode adiantar de novos trabalhos?

  • Estou curtindo o lançamento do EP “Favela Canta” e, além de “Morrão”, que é uma animação em videoclipe e já está liberada, todas as outras faixas terão clipe, no mesmo estilo, que vão ser liberadas lá no meu canal no YouTube. Só se ligar lá e ficar por dentro de tudo. Depois, começo a liberar outros lançamentos. Como eu falei, esse período de pandemia, sem shows, usamos para criar muita coisa e 2021 promete. Vem muita coisa boa por aí.

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