Em seu mais recente lançamento, o Duo Severino, de Edson Freitas e Humberto Campos, quis mesclar a maior quantidade de ritmos possíveis. Não à toa batizaram o EP de "Ainda é Carnaval", afinal, tudo acaba em festa nessa época do ano. “Fomos no pop, na marcha indie, no indie, soul music... E já viemos desse movimento de mistura há algum tempo, quem nos acompanha sabe”, fala Humberto, à Gazeta.
E continua: “Nossa ideia, na verdade, era rodar o Brasil no ano passado só com músicas autorais. A gente sabe que o mercado para autoral é difícil e queríamos nos dar esse projeto. A pandemia nos impossibilitou de ir, mas ainda temos essa vontade. E aí ficou o EP, que já era para ter sido lançado, como um marco para esse momento do duo”.
Em cinco faixas, as canções não tratam de um tema específico. Elas abordam diferentes inspirações que os artistas capixabas tiveram em suas composições. Três delas são totalmente inéditas – "Bela Flor", "Café" e "Brinquedo". "Ainda é Carnaval" e "Trejeitos e Defeitos" já haviam sido lançadas em forma de single.
“Começamos experimentando nesse formato de single e aí amadurecemos a ideia para o EP. Nesse segundo EP de nossa carreira, quisemos fazer algo diverso, com a nossa cara. E a gente acabou não focando em uma mensagem específica. Pegamos e selecionamos canções de uma forma que a sequência delas conversasse, mas com temáticas distintas. Tem música que fala de traição, que fala de personagem feminina encantadora... Tem até 'Brinquedo', que a gente brinca com a questão de ‘sair do armário’, de assumir o romance. E a pluralidade de ritmos é a grande tônica desta produção, dentro desse universo todo variado”, reitera.
Humberto também diz que esse EP marca um momento de decisão forte para ele e o parceiro, Edson. Os dois, há mais de um ano parados, conseguiram financiar a produção do CD de forma independente com recursos que estavam guardados: “E que bom que temos esse planejamento”. Mas o músico revela a ansiedade de poder voltar aos palcos: “Dá uma ansiedade, uma agonia... Que você não tem ideia do que é não poder ir para a rua para mostrar o trabalho novo”.
E continua: “A gente queria, como disse, rodar o Brasil em 2020, tocar no máximo de lugares que pudéssemos. Desde quando a gente começou, em 2017, a gente trabalhava para ter esse momento de rodar o País. Em 2018 tocamos muito, foi excelente. Em 2019, o irmão do Edson adoeceu e precisamos dar essa assistência à família. E em 2020 decidimos que seria o nosso momento”.
Com os planos postos de lado, por tempo indeterminado, os dois torcem para que a música e sonoridade própria aqueça os corações de quem mais precisa e seja motivo de alegria e diversão aos amantes das canções. Sem previsão de retorno às atividades regulares, também avaliam: “A música autoral já tem um cenário difícil. Depois, vai ser ainda mais complicado para a gente se reposicionar na cena. Muitas casas que dão oportunidade para o autoral estão fechando”.
E adianta: “Mas estamos trabalhando forte nesse EP, que está no ar, já disponível nas plataformas digitais, e trabalhando também em um outro, que deve sair em breve, ainda sem data. Nesse próximo, talvez, a gente foque na solidão, em alguma mensagem assim. Estamos na fase de selecionar as primeiras 15 músicas para depois irmos filtrando até chegar ao resultado final. Mas estamos otimistas e felizes com tudo o que está acontecendo e gratos por termos essa oportunidade”.
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