A empresa que faz a manutenção da refrigeração da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, deixou de atender a instituição no fim da tarde desta terça (9), por falta de pagamento. Procurada, a Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto), que gerencia o espaço desde 2018, confirmou a informação.
A instituição, um dos maiores acervos do cinema brasileiro, passa por uma crise financeira, com falta de repasses e salários de funcionários atrasados desde abril.
A falta de manutenção e eventual corte do fornecimento de energia comprometem o acervo da Cinemateca. São cerca de 250 mil rolos de filmes, do cinema mudo a produções mais recentes, que precisam de controle constante de temperatura e umidade.
instituição ainda tem um depósito com rolos de nitrato de celulose, material altamente inflamável e usado até meados do século 20 na produção audiovisual. O risco de incêndio aumenta se as películas não forem guardadas sob condições adequadas. O prédio da Cinemateca é tombado e já sofreu com enchentes e incêndios, o último em 2016.
O limbo em que se encontra a Cinemateca é resultado da suspensão do contrato entre o Ministério da Educação e a Acerp, em dezembro do ano passado.?
Até este mês, o governo Bolsonaro não depositou nenhuma parcela do repasse anual de R$ 12 milhões à Acerp. ?O governo afirma que a Cinemateca está em fase de reincorporação pela União, e, dessa forma, deixaria de ser gerida pela organização social.
O Ministério do Turismo, inclusive, já está elaborando contratos emergenciais de manutenção, segurança e brigada de incêndio para a instituição. A ideia é que eles entrem em vigor assim que a entidade seja reincorporada pelo ministério.
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