Em um ano marcado por incertezas na área cultural, especialmente por conta do avanço da pandemia do novo coronavírus, o futuro dos desfiles das escolas de samba do carnaval capixaba deve ser decidido na primeira quinzena de janeiro. Nesta época, uma reunião será marcada entre a Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesge), a Liga Espírito-santense das Escolas de Samba (Lieses) e a Prefeitura de Vitória. Em pauta, o cancelamento da festa em 2021 ou se as apresentações acontecerão uma data no mês de junho.
Antes disso, porém, acontece uma eleição para definir a nova diretoria da Liesge, responsável por coordenar as apresentações das escolas do Grupo Especial. O encontro está marcado para a próxima quarta-feira (16). "Tivemos uma eleição em outubro, mas não chegamos a um consenso. Por conta disso, o Ministério Público definiu um novo pleito", explica Slin Ribeiro, diretor jurídico da Liesge.
De acordo com Ribeiro, a nova eleição contará com chapa única, encabeçada por Edson Neto, que, atualmente, comanda a Lieses. "Entendemos que não é viável a liga ter um presidente que também seja dirigente de uma agremiação. Além disso, as sete escolas integrantes da Liesge vão contar com membros na diretoria. Todas cuidarão da administração", assinala.
Complementam a chapa única, que participará do pleito de quarta-feira, Emerson Xumbrega, como vice-presidente; Alessandro Souza e Robertinho da MUG, no Conselho Deliberativo, Rogério Sarmento e Tiago Bandeira, no Conselho Fiscal; e Valdeir Lopes e Sandro Rosa, no Conselho de Ética. A diretoria comandará a entidade por quatro anos.
"Caso seja aceita, essa chapa assume na primeira semana de janeiro com a prioridade de definir o carnaval de 2021", afirma Slin, dizendo que a festa só vai acontecer se as agremiações contarem com o total apoio da Prefeitura de Vitória e do Governo Estadual.
"Vivemos em um momento de incertezas. O desfile só é viável se houver uma vacinação e uma imunização em massa. Não há outra possibilidade. Precisamos ter a certeza de quando isso vai acontecer para nos planejarmos", avalia.
"Vamos discutir sobre um possível cancelamento das apresentações. Se a festa acontecer em 2021, a data limite será junho. As escolas estão em estado de espera. Muitas fazendo projetos, especialmente no que tange à pesquisa sobre enredos. A execução do desfile, porém, está toda parada. Não se faz carnaval sem recursos", afirma Ribeiro, dizendo que as agremiações capixabas não conseguem seguir o mesmo planejamento das co-irmãs cariocas, cuja apresentação, por enquanto, está agendada para os dias 11 e 12 de julho, na Marquês de Sapucaí, caso já tenha vacina contra a Covid-19.
"Eles têm uma estrutura bem maior que a nossa, especialmente por conta do turismo, que é muito forte. Mas, claro, não posso negar que a definição do carnaval carioca é muito importante, pois sempre nos organizamos para realizar o nosso desfile uma semana antes, aproveitando esse intercâmbio", complementa.
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