Vila Velha tem sediado grandes eventos e festivais gastronômicos nos últimos anos, mas sempre em locais particulares. Além disso, é baixa a circulação de apresentações de artistas locais, já que todos os aparelhos mais robustos que a cidade possui estão fechados para obras que parecem intermináveis. No próximo ano, de acordo a previsão, a cidade deve inaugurar já reformado o Teatro Municipal, que custará R$ 2,2 milhões aos cofres do governo do Estado, mas essa deve ser só a primeira entrega que o Executivo municipal quer celebrar.
Para o novo secretário de Cultura da cidade, Paulo Renato Fonseca Júnior, os investimentos no setor de Vila Velha serão os maiores da história já neste ano. “Te garanto que o investimento será o maior que Vila Velha já teve. E eu não estou dizendo que ele vai sair do tesouro municipal. Estou falando que haverá mais investimentos e grande parte desse recurso virá de articulação, da rede do prefeito... Esse é o trabalho”, confidencia, à reportagem do Divirta-se, de A Gazeta.
Paulo Renato completa: “Com isso queremos gerar mais emprego, mais renda e oportunidades para quem não está tendo oportunidade. Principalmente os jovens. Os jovens da cultura estão sem sonhos. E nós precisamos gerar esses sonhos para eles”.
Sobre as obras, no entanto, o secretário diz que alguns pontos precisarão ser analisados. Atualmente, o município está com obras no Museu Homero Massena e na Casa de Memória, ambos na Prainha, além da reforma prevista no Teatro Municipal de Vila Velha, que já teve ordem de serviço assinada pelo governador Renato Casagrande (PSB).
“A Casa da Memória está em andamento. É lá que está alocado também o acervo do Instituto Histórico e Geográfico (de Vila Velha), e estamos em conversa com o fornecedor da obra lá para poder ajustar os novos prazos e entender o porquê do atraso. E vamos também fazer algumas implementações pequenas, alguns pormenores, que não estavam previstos. Questão de projeto mesmo. Por isso a data de reabertura ainda será definida”, fala.
Sobre o Museu Homero Massena, o secretário diz que prefere não falar sobre por enquanto porque alega que ainda precisa estudar melhor as demandas do imóvel e sua real situação atual.
Na Casa da Memória, além de exposições, podem ser sediadas apresentações pequenas de artistas, montagens de vernissages e encontros culturais. Além disso, a gestão anterior também já tinha manifestado vontade de a Casa da Memória se tornar uma espécie de point para quem é da cultura, o que faria a economia do setor girar.
“Nós vamos continuar com esse planejamento e vamos construir com a Secretaria de Educação um trabalho de turismo e cultura nas escolas. Vamos trabalhar para que os alunos já cresçam valorizando isso, gostando de onde eles moram”, diz Paulo Renato, que gerencia o Esporte, Turismo e Lazer junto da Cultura (em Vila Velha, é uma pasta só).
O orçamento que as prefeituras dedicam à Cultura já não são lá grandes coisas. Em ano pós-início da pandemia da Covid-19, a verba destinada às atividades da classe artística pode ser ainda menor. Mas isso Paulo Renato garante que não vai acontecer. “Esse é um desafio. Mas pretendemos criar políticas públicas de incentivo, buscar de onde podemos encontrar esse recurso, se pode vir do federal... Porque o recurso da cidade a gente entende que está em dificuldade”, começa.
E continua explicando: “A gente precisa de inteligência e articulação para trazer recursos de fora e fazer gerar renda para os trabalhadores da cultura, esporte, turismo... A gente precisa fomentar essas atividades”.
Sobre como esses incentivos serão feitos, o novo secretário diz que, seguindo a máxima do atual prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), prefere não anunciar por enquanto. “Um dos lemas do prefeito é entregar para comunicar. E não comunicar para depois entregar. Para a gente poder não cair naquilo que a gente tem visto, de promessa... Não tem promessa. Têm coisas reais com resultados”, justifica.
Como o titular da pasta da Cultura de Vila Velha já deixou claro ao responder outras perguntas, a ideia da prefeitura como um todo é contar com aportes financeiros de empresas privadas para colocar em prática projetos mais robustos em todas as áreas de atuação. Com os artistas não seria diferente: “O formato que a privatização vai acontecer ainda não sabemos. Isso a gente ainda vai construir, mas o foco da gestão é a participação privada”.
Para Paulo Renato, é esse aspecto econômico, inclusive, que fará os investimentos futuros na Cultura superarem qualquer outro que já tenha tido na história da cidade. Ele defende que nada será feito sem pesquisa na secretaria que comanda e que irá atrás de empresários para fazê-los se interessar em patrocinar as ações. “A gente não vai fazer nada sem pesquisa, acompanhamento, sem ter os dados”, finaliza.
No mais breve possível, o secretário pretende dar encaminhamento às obras citadas neste texto e pensar em uma forma de ajudar a classe artística em geral afetada pela crise provocada pelo coronavírus.
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