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Estação Leopoldina vai virar centro de educação e cultura

Estação Leopoldina vai virar centro de educação e cultura

Construção está desativada há mais de 30 anos e ganhou nova promessa de ocupação que deve contar com cursos, exposições e apresentações de música, teatro e dança

Publicado em 11 de maio de 2018 às 23:05

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(Bernardo Coutinho | GZ)

Desativado há mais de 30 anos, o prédio histórico da Estação Ferroviária de Vitória, mais conhecida como Leopoldina, em Argolas, Vila Velha, deverá ser restaurado para abrigar espaços educacionais e culturais. É o que promete mais uma vez a prefeitura do município. A proposta é preservar a história do local e, ao mesmo tempo, revitalizar a região com a oferta de cursos, exposições e apresentações de música, teatro e dança. A expectativa é que a obra seja concluída até o final do próximo ano.

A construção, erguida em 1895, está suja, tem pichações, entre outros sinais de abandono. Para a implantação do projeto, a Prefeitura de Vila Velha está requerendo ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a cessão do prédio, desde 2015 sob os cuidados do órgão. Antes, quando estava sob a tutela da administração municipal, a estação chegou a ser ocupada por moradores em situação de rua e usuários de drogas.

O secretário municipal da Educação, Roberto Beling, conta que a ideia é criar um Centro Pedagógico e Cultural anexo à escola Ana Bernardes Rocha, mas as atividades na estação não serão exclusivas dos alunos e deverão atender a toda comunidade.

(Bernardo Coutinho | GZ)

Para o local está prevista a instalação de laboratório de informática, sala de música e dança, biblioteca, auditório para projeção de filmes e exibição de peças teatrais, além de um espaço para exposições de arte e um museu com a história da ferrovia.

HISTÓRICO

“Na área da Educação, impacta fortemente a comunidade, pois trata-se de um imóvel histórico, que não estava sendo utilizado e, ao ser revitalizado, vai contribuir tanto para as atividades da escola quanto para os moradores da região”, avalia o secretário.

Para Beling, o prédio em si já carrega bastante história, uma vez que foi uma das principais estações para o transporte de café no início do século passado. Assim, a restauração também contribui para a preservação de um patrimônio do Estado. “Esses imóveis são educativos porque, de certa forma, servem como testemunho de uma época, um momento muito significativo para nossa história”, opina.

No próximo dia 15, prefeitura e Iphan promovem em parceria uma audiência pública para apresentar a proposta à comunidade. Após o encontro, o secretário disse que deverá ser formalizada a cessão do prédio pelo Iphan à prefeitura. A partir daí, uma empresa já contratada pela prefeitura vai desenvolver projetos complementares - elétrico, hidráulico e sanitário. Concluída essa etapa, será aberta a licitação para a realização das obras.

A assessoria de imprensa do Iphan informou, por nota, que desde 2017 a prefeitura solicitou a cessão que, por sua vez, requisitou ao município a apresentação de projeto.

“A proposta é que seja uma intervenção de relevância para a comunidade, que busque a preservação da Memória Ferroviária. A expectativa é de concretizar essa parceria e dar uso a esse bem cultural que é representativo da história de Vila Velha”, afirma o órgão, acrescentando que, desde 2008, a estação é protegida pelo patrimônio nacional.

Em 2008, a prefeitura já planejava utilizar a estação. À época, a administração apresentou um projeto ao Iphan, que solicitou correções. Em agosto de 2013, o Ministério da Cultura cedeu o imóvel ao município que, em 2015, devolveu sem implantar o projeto.

(Bernardo Coutinho | GZ)

História

A Estação Ferroviária de Vitória, também denominada Estação Leopoldina, está localizada no bairro de Argolas, em Vila Velha. Fez parte do sistema ferroviário que caracterizou um dos grandes ciclos econômicos da História do Brasil, o cafeeiro, e é a última estação da linha pertencente à extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA).

Estilo

A Estação foi a primeira construída pela Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo (EFSES), em 1895, e reconstruída em 1937 com as feições atuais, em estilo Art Déco.

Estrutura

Construída em concreto armado, com cobertura composta por estrutura de madeira e atualmente telhas de fibrocimento, a edificação principal possui planta longitudinal ao longo da Avenida Anézio José Simões. Na lateral direita, há uma passarela de pedestres, também em concreto armado, que faz a ligação da Avenida com o bairro de Argolas.

Arquitetura

A edificação é composta por três setores que refletem no seu aspecto assimétrico. Predominantemente térreo, o setor de acesso principal ao edifício se destaca devido a seus dois pavimentos, e sua volumetria curva que sobressai da fachada. Segue o ritmo linear e o rigor geométrico nas linhas e ornamentação, característico do seu estilo arquitetônico.

 

 

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