Carlinhos Brown, cantor e um dos jurados do The Voice Kids, relembrou seu show no Rock In Rio 2001, em que acabou enfurecendo o público e se tornando alvo de garrafadas enquanto cantava, em entrevista ao Pânico, da rádio Jovem Pan, nesta sexta-feira (14).
O cantor foi questionado por André Marinho: "Teve aquele episódio lamentável do Rock In Rio, que fizeram aquela cafajestagem de tacar garrafas. Você acha que isso é reflexo do momento sectário em que o País está? Como enxerga isso?"
"No caso do Rock In Rio era necessário, porque eu também provoquei aquilo. Eu sou um provocador. Eu precisava provocar aquilo", respondeu Carlinhos Brown.
Em seguida, continuou: "Quando eu cantava 'segue o seco sem sacar que o caminho é seco, sem sacar que o espinho é seco, sem sacar que o seco é o ser sol', eu estava falando da desertificação. De um País que chove, como choveu em São Paulo, e todo mundo fica: 'São Paulo está inundado'."
"Opa! Pior do que isso é não carrear essa água que nos oferecem. Nós precisamos de um movimento de carreamento para aproveitamento de água. Isso é muito difícil. Eu carreguei água na cabeça a vida inteira para ajudar meu pai e minha mãe", prosseguiu.
Carlinhos Brown ainda falou sobre o "choque cultural" do momento: "O que o rock fala é sobre atitude. Eu estava no Rock In Rio, estava no lugar certo."
"O que os rockeiros fizeram? Me fizeram conhecido no mundo inteiro. Só que o rockeiro não esperava que anos depois esse mesmo movimento me traria para o Sepultura e faríamos um crossover para o heavy metal", analisou.
O cantor também falou sobre as diferenças musicais: "Ninguém pode se prender a um estilo. Esse é um País de diversidade, de compreensão."
"Um 'mundo melhor' [tema do Rock In Rio 2001] às vezes precisa ser comunicado diferente, às vezes pela dor. Eu estava pronto para aquilo. Pedia que jogassem. Eu via que 'nego' estava com sede...", concluiu Carlinhos Brown.
O cantor Carlinhos Brown foi alvo de uma 'chuva' de garrafas e outros objetos arremessados pela plateia no Rock In Rio de 2001.
"Eu sou da paz! Só jogo amor! Não jogo nada em ninguém, só jogo amor! Eles querem rock! Então vamos botar uma improvisação aqui...", afirmou o cantor ao cantarolar o hino nacional em 'versão lá lá lá', segurando uma guitarra.
"Pode jogar o que você quiser que eu sou da paz e nada me atinge! Eu sou da paz!", continuava Brown, estendendo um cartaz escrito "Paz no mundo".
Revoltado, encerrou: "Vocês que gostam de rock, têm muito que aprender na vida. Aprender a respeitar o ser humano, dizer não à violência e sim ao amor. Acreditem na vida, gente! Agora, o dedinho, pode enfiar no traseiro".
Assista ao momento em que Carlinhos Brown é alvo de uma série de objetos durante seu show no Rock In Rio 2001:
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