Com a retomada dos espaços culturais em meio a pandemia do novo coronavírus, a Galeria Léo Bahia Arte Contemporânea, no Centro de Vitória, abre suas portas com uma mostra atual. Em meio a notícias de incêndios que destroem as nossas matas, "Minha Terra Tem Palmeiras Onde Canta o Sabiá" busca resgatar a rica diversidade natural brasileira e levar os visitantes a refletirem sobre a preservação.
De 22 de setembro a 19 de dezembro deste ano, quem visitar o espaço de arte vai reparar em protesto artístico contra as queimadas e desmatamentos que veem tomando espaço nas manchetes da mídia no Brasil. A mostra coletiva é composta por sete pinturas de quatro artistas de diferentes regiões do país: Alencar Lock, João di Souza, Júlio Vieira e Reginaldo Pereira.
O título da exposição é uma apropriação de um dos versos da Canção do Exílio, do poeta romântico maranhense, Gonçalves Diaz (1823 1864) que ressalta o amor ao Brasil. Assim, as obras retratam a paisagem a partir do que os artistas trazem de suas memórias, seja nas pinturas urbanas do grafiteiro Júlio Vieira ou na pintura hiper realista das florestas de Reginaldo Pereira.
Léo Bahia, curador da exposição, destaca que a ideia inicial era brindar a estação primaveril, mas que as recentes denúncias que expõem a situação da fauna e flora brasileira fizeram a tônica da vernissage mudar. "Temos trabalhado na exposição há algum tempo. Com a seriedade com que estão acontecendo as queimadas e devastação das florestas, fica impossível não dar um cunho mais político ao evento", fala.
Segundo Léo, a intenção é provocar consciência em quem ver os quadros. "Os artistas trabalham com a questão da memória no sentido de que retratam lembranças que eles têm de ambientes ricos em fauna e flora", afirma.
Léo detalha que um dos artistas, por exemplo, morou por muito tempo em uma zona de mata - imagem que serve de pano de fundo para as obras que ele vai expor sobre o tema. "Ele (o artista) pinta essas lembranças da infância. De lugares e riquezas que não existem mais", lamenta, detalhando: "Também há telas que comemoram a grande diversidade que é abrigada pelo País em termos da biodiversidade".
"Minha Terra Tem Palmeiras Onde Canta o Sabiá", nome da exposição, ficará em cartaz por mais tempo que o habitual, também, para dar espaço para os visitantes poderem ir ao local com segurança. Léo esclarece que álcool em gel será disponibilizado e que a quantidade de visitantes no espaço será monitorada para não haver aglomeração no espaço. A entrada só será permitida mediante uso de máscara.
"Vamos buscar orientar quanto à visitação para evitar aglomeração e também pediremos aos visitantes cooperação. Esse momento de pandemia tem dificultado toda a cadeia econômica da Cultura e é importante avançarmos com prudência", conclui.
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